Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Repatriação insuficiente, imprudente, condescendente

13.11.15
HELIO FERNANDES

O governo está festejando uma vitória que não conquistou. Como vem gastando mais do que recebe, está sempre precisando de dinheiro, mesmo que seja sujo e criminosamente adquirido. Num tempo que vai de 30 a 35 anos, tentam trazer esses recursos, que não são todos de sonegação, evasão de divisas e outros crimes.

Escrevi muito sobre o assunto na época na Tribuna da Imprensa, por isso conheço a questão em profundidade. O maior volume desses recursos, não é nem de sonegação ou evasão de divisas, jamais esteve ou chegou ao Brasil, mas os governos sabiam de tudo.

Mais de três partes do que pretendem “repatriar”, foi surrupiado da exportação e da importação. Um só exemplo, para que todos saibam como funcionava e continua funcionando. Os números que estou fornecendo são mínimos, o total, vastamente maior. Digamos que um exportador venda mercadoria no valor de 1 milhão de dólares. De acordo com o comprador lá de fora, coloca na fatura 800 mil, 200 mil ficam como subpreço, numa conta irregular.

O importador da mesma forma irregular, mas no sentido inverso. Vende para o Brasil 1 milhão de dólares, mas na fatura, o sobre-preço de 1 milhão e 200 mil dólares, mais 200 mil na conta irregular. Têm fortunas no que se chamava de deposito sigiloso.

FHC, Lula e Dilma estavam obrigados pelos chamados “órgãos competentes”, a saber que havia irregularidade, não tomaram providencias. Tinham que saber o preço de mercado de exportação e importação. Se não sabiam, praticavam o crime de omissão, consciente ou inconsciente. De qualquer maneira eram coniventes. Nesses 30 ou 35 anos, esses três foram os presidentes que deveriam ser responsabilizados.

Desde esse tempo, se falava em 300 bilhões, o que é até pouco, são bilhões e bilhões na venda e na compra de produtos. Esses exportadores e importadores, jamais admitiram sequer conversar sobre o que agora se chama de “repatriação”. E continuarão com o mesmo comportamento. Se concordarem, ficarão a descoberto, identificados, a qualquer tropeço os governos agirão contra eles.

Dona Dilma já fala em “trazer pelo menos 50 bilhões”, o mínimo dos mínimos e mesmo assim não desembarcará no País. Nem esse da origem identificada, nem o resto que tem origem diferente. Mas esses, quase todos provenientes da corrupção da Petrobrás e descobertos pela operação Lava-jato, estão sendo trazidos e entregues a Petrobras, seu dono legitimo.

Ainda não é uma realidade, precisa ir para o Senado. Na Câmara obtiveram um resultado mínimo: 230 favoráveis, 213 contra. “Limparam” um pouco o projeto, que era criminalmente irresponsável. Inicialmente, eram anistiadas todas as irregularidades, até mesmo as mais aviltantes, como o lucro fantástico com a mobilização das drogas.

Só pode ser “repatriado” agora, dependendo do que acontecer no Senado, por enquanto podem trazer dinheiro de sonegação e evasão, desde que sejam legítimos. Como estabelecer a diferença entre LEGITIMO e ILEGITIMO, se esse governo e essa oposição não têm legitimidade ou responsabilidade?

Levy e Meirelles

Como a frase inventada por Lula, no poder e fora dele, “nunca se viu nada parecido em tempo algum”. O ex-presidente falou no tempo do mensalão, serviu para o petróleo, mas pode ser adaptado pelo que acontece em relação ao Ministro da Fazenda.

O segundo Joaquim (o Levy), como disse Eduardo Portela, “está Ministro”. Mas é combatido de dentro do próprio governo. Já revelei que Lula cobra incessantemente a substituição de Levy por Meirelles. Ontem os dois estiveram em São Paulo, sentados lado-a-lado, junto com empresários. E sem o menor constrangimento, respondeu a jornalistas “o senhor será ministro da Fazenda”, desta forma: “Ainda não fui convidado por ninguém”.

E nem olhou para o lado.

Sou decididamente contra o impeachment ou a cassação, pois os possíveis substitutos são iguais ou piores do que ela. Mas essa imprudência e incompetência da Dilma é estarrecedora demais para resistir até 2018.

A convicção do PSDB

Finalmente veio a publico, mas de forma dúbia e contraditória. O líder do partido na Câmara, em discurso na tribuna, declarou guerra a Eduardo Cunha, mas ressalvando: “estávamos apoiando sua manutenção na presidência porque considerávamos que o senhor era importante para um objetivo fundamental para o país: o impeachment da presidente Dilma.”.

Não falou mais nada, todos entenderam: era apenas intimidação, sabiam que Cunha tinha feito acordo com o governo. Mas perdeu tempo e credibilidade, o discurso deveria ser seguido por ações definitivas para a cassação de Cunha.

O PSDB continua na espera. Se Cunha telefonar e disser, “vou colocar o impeachment na pauta, na segunda feira”. Não fará e nada salvará o PSDB e o ainda presidente da Câmara.

Para Cunha não sobrou nada. Para o PSDB, talvez 2022. 2018 se esvaiu.
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Desemprego?  É “marolinha”, intriga da oposição? Mas que oposição? Do PSDB? Há-há-há, que país é esse... Desastrados e inconsequentes.

13.11.15
ROBERTO MONTEIRO PINHO

A pergunta de todos os brasileiros é: “até quando o Brasil suportará o desemprego, inflação, corrupção, impunidade, um judiciário medíocre, e sem um nome que possa liderar uma retomada política para salvar o país”. Foram 16 anos de governo FHC e Lula, depois mais quatro com Dilma e agora no segundo mandato, a presidente, há exemplo dos seus pares, “não sabe de nada”. Bem lembrada à frase: “A mais grave das faltas é não ter consciência de falta alguma”. – Albert Einstein.

Em razão dessa postura dos políticos, imagino que eles realmente não saibam de nada. Desconhecem inflação porque seus salários são os mais altos do planeta. Ignoram os serviços de educação, saúde, transporte, e moradia, porque não necessitam do serviço público.

Não temem o judiciário, porque manobram desde o Superior Tribunal Federal – STF (e a presidente Dilma já declarou que tem sete votos o STF) e todos os outros tribunais do primeiro ao terceiro grau, isso sem contar com o Tribunal de Contas da União, e as Procuradorias, com rara exceção, esbarram felizmente no Ministério Público, que a meu ver ainda é a reserva moral do país.

E a própria Polícia Federal cuja autonomia e isenção vêm dano sinais vitais de confiança junto à comunidade.

Agora tempos um cenário agravado. No segundo trimestre de 2015, a taxa de desemprego foi de 8,3%, a maior da série histórica segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Trimestral (Pnad Contínua Trimestral), iniciada em 2012. E segundo o IBGE, a população desocupada, equivalente a 8,4 milhões de pessoas, subiu 5,3% em comparação ao trimestre imediatamente anterior.

Na comparação com o segundo trimestre de 2014, subiu 23,5%. A taxa cresceu tanto na comparação com o primeiro trimestre de 2015 (7,9%), quanto com o segundo trimestre de 2014 (6,8%).

O desemprego que foi uma das grandes bandeiras de Dilma na última campanha eleitoral, revela taxa de desemprego alarmante.

Com a retração de consumo, já que 8 milhões de brasileiros perderam emprego nos últimos meses, nem a contratações de fim de ano (as temporárias), estão sendo abertas. Mas eles continuam não sabendo de nada.
Uma parte da população que vai ser especialmente afetada pela taxa de desemprego alta e prolongada são os jovens. A diferença na taxa de desemprego de jovens entre 15 e 17 anos e entre 18 e 25 anos quando comparados com pessoas mais velhas é muito significativa, e tende a aumentar substancialmente nas recessões.
A crise atual deve levar a mais de 4 anos com desemprego altíssimo entre os jovens, gerando inúmeras perdas para o crescimento do Brasil no longo prazo.
Essa geração vai ganhar bem menos experiência no mercado de trabalho. Vai ter dificuldades para sair de casa e formar família. Terá menos incentivo para adquirir mais educação e especialização.
As políticas desastradas do primeiro mandato Dilma as mentiras do PT e seus aliados, esse impeachment de “mentirinha”, atirado na imprensa, só para dar a impressão de que existe oposição e um Congresso atento, não convence nem uma pedra.
Esses desastrados e inconsequentes levaram o país a mais longa recessão desde os anos 90. Essa situação terá consequências graves para a vida do trabalhador brasileiro, especialmente os mais jovens, e resultados igualmente graves para o nosso crescimento de longo prazo.


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