Impeachment de Vargas e de Dilma
07.11.15
HELIO
FERNANDES
Vargas não
deveria ter voltado ao poder em 1951. Tendo ficado 15 anos, ditatorialmente, sem
vice e sem consulta ao povo, não sabia governar democraticamente. E enfrentou
uma oposição de verdade, não essa fantasia interesseira e medíocre de
agora. Vargas teve pela frente, Eduardo Gomes, Lacerda, Golbery, e mais e mais.
Em 1952 teve
que demitir seu Ministro do Trabalho, João Goulart, porque dobrara o salário mínimo.
Em 1953 votaram seu impeachment, precisavam de 310 votos,não passaram de
108,Vargas acumulou 234, se manteve no cargo. Devia ter ficado em
casa,"glorificado" pelos 15 anos autoritários.
Dilma também
não tinha nada que exercer o segundo mandato, o primeiro foi catastrófico, uma tragédia
nada grega. Mas aí, parte da culpa cabe ao ínclito FHC, que comprou e pagou á
vista, a própria reeleição. Até aquele momento a única da República. Se não
existisse a reeleição, depois dela haveria a alternância no poder, quem viesse
depois tentaria consertar as coisas.
Poderia
ser do próprio PT,o "volta,Lula" parecia invencível. Não aceitou, a ambição
maior do que a convenção ou a competência. Agora o país terá que suportá-la até
2018. Como Vargas em 1953, a medíocre oposição de agora ficará longe dos 342
votos necessários e indispensáveis.
Se Dilma
tivesse o mandato encurtado, ninguém sabe o que aconteceria. O vice Temer já
abriu o jogo, apelando para a "reunificação" em torno de alguém que
salvasse o Brasil.
Adivinhem quem seria esse alguém? Agora o PMDB lançou a pregação
chamada de "ponte para o futuro”. Novamente "aparece" o nome de
Temer, que já conversa com Serra para ser o Ministro da Fazenda desse "futuro",
que só tem de bom o texto habitualmente magnífico do ex-governador Moreira
Franco.
O PSDB
completamente dividido. Como já expliquei a ala de Serra quer o impeachment e
posse de Serra como Ministro da Fazenda de Temer. Aécio Neves não tem entusiasmo
pelo impeachment, pois aí o vice assume, fica 3 anos e pode tentar a reeleição
em 2018.
O
presidente do PSDB gostaria da cassação, duas possibilidades que admite. 1-Tentaria
assumir como segundo colocado.como já aconteceu com governadores e prefeitos.Como
presidente,inédito. 2-Na pior das hipóteses, haveria eleição candidatissimo,
considera que seria indicado pelo partido com ampla maioria. Pode ser.
Mas
terá que passar por cima de Alckmin, que não abre mão de disputar a próxima eleição.
Só não quer que seja agora, teria que se desincompatibilizar, deixar três anos
de governador de São Paulo.
De qualquer maneira não será surpreendido por um
veto do PSDB favorecendo Aécio.Já está com tudo acertado,disputará novamente a presidência
pelo Partido Socialista, PSB. Agora ou três anos mais tarde. Agora não haverá eleição,
por mais que os candidatos se multipliquem.
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