Eduardo Cunha será cassado pela Comissão
ou pelo plenário.
12.11.15
HELIO FERNANDES
O
presidente da Câmara ofuscou todos os acontecimentos. Os holofotes estão todos
voltados inteiramente para ele, na Lava-jato ou na Comissão de Ética. Seu julgamento
pelo Supremo deveria acontecer primeiro, mas o procurador geral, que tem tido
atuação irrepreensível, passou a andar em marcha lenta, não fez a indispensável
denuncia ao Supremo. Com esse retardamento Cunha está primeiro diante da
Comissão de Ética, onde ele tem chances maiores de mobilizar adesões, simpatias
e troca de votos vergonhosas.
A
Comissão de Ética tem 21 membros, mas a escolha é inteiramente diferente das
outras. Nesta, os membros são permanentes, só podem ser substituídos por
denúncia. Numa analise rigorosamente baseada em fatos, o julgamento do
comportamento de Eduardo Cunha, acabaria em 16 a 5 contra ele. Cunha é
“proprietário” de apenas 5 votos, mas no momento ele está vencendo ou perdendo
por 11 a 10. Vamos decodificar o que está acontecendo, NO MOMENTO, mas
registrando, ressalvando e ressaltando, que as manobras de bastidores podem
modificar a contagem.
Cunha
arranjou 1 voto num partido que tem essa representação na Comissão, ficou com
6. O “líder” Sibá Machado, publica textualmente: Os 3 representantes do PT,
estão livres para votar como quiserem, o partido não pressionará ninguém. Como
Sibá nunca foi ao Planalto, não sabe das coisas, deveriam ter informado a ele.
Dona Dilma chamou os três deputados e comandou: “Não votem contra o presidente
da Câmara”. Com isso, ele foi para 9 votos.
O
deputado Paulinho da Força, “dono” do Solidariedade, tem um representante na
Comissão. Sem o menor constrangimento, obrigou seu deputado a renunciar, levou
à mesa da câmara sua indicação, entregou ao próprio Cunha, que assim chegou a
10 votos. Aos jornalistas, afirmou rindo: “defendo a vitória do Eduardo Cunha
até debaixo d’água”.
Esse
mesmo Paulinho da Força, tomou outra providência: quer que o deputado Julio
Delgado, do PSB, seja retirado da Comissão. Motivo alegado por ele: esse
deputado está impossibilitado de votar, foi derrotado por Eduardo Cunha na
eleição para presidente da Câmara.
Esse
é o quadro, apenas circunstancial. Se ficar 10 a 10, o presidente da Comissão,
que é o último a votar, decidirá contra Cunha. Alguns comentaristas de jornais
e televisões, mal informados, afirmam: “o presidente da Comissão, se houver
empate, dá o voto de Minerva a favor de Eduardo Cunha”. Ha! Ha! Ha!
Não
sabem de nada. O Voto de Minerva acabou na Constituinte de 1945, o que existe é
o voto de desempate, contra ou a favor,
dependendo da convicção de quem desempata.
E a convicção do presidente da Comissão, todos conhecem.
Para
terminar por hoje: haja o que houver, Eduardo Cunha será julgado e logicamente
condenado, pelo plenário. Qualquer que seja o resultado da Comissão caberá
recurso para o PLENO. Aí, Eduardo Cunha será massacrado. O surpreendente: PT,
PSDB e PMDB hesitando e em dúvida se condenam ou absolvem um personagem como
Eduardo Cunha. Inacreditável.
PS:
Ontem, quarta feira, as 18:20 horas, o líder do PSDB, Carlos Sampaio, subiu à
tribuna da Câmara, e fez um discurso tão contraditório quanto vem sendo a política
do seu partido. Pediu o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e
ao mesmo tempo, sem constrangimento algum, disse: “O afastamento do presidente
da Câmera Eduardo Cunha é importante, mas o mais importante para o país é ele
abrir o processo de impedimento contra Dona Dilma”.
PS1:
Contradição em cima de contradição, falta total de credibilidade do PSDB. O
partido ainda não percebeu que está completamente desmoralizado, ou melhor, se
equiparou ao próprio Eduardo Cunha.
Petrobrás
Exatamente
há 1 ano, as ações da empresa chegavam ao fundo do poço: batiam em 7,22, a
cotação mais baixa de todos os tempos. Trabalhadores investindo em Fundos, ou
com o dinheiro do FGTS perderam tudo o que tinham.
Neste
ano decorrido até agora, a Petrobras serviu para jogatina desvairada. Os
“investidores “compravam e vendiam, ganhavam na ida e na volta. Nove vezes a
ação ficou entre 9 e 9,47, não foi a 10 reais uma vez sequer. Ontem fechou a
9,27, a expectativa é continue servindo para lucros diários, depois de ter
servido de trampolim para roubalheiras.
Levy
Não
apenas em Brasília, mas também em São Paulo correm rumores de que não verá o
sol brilhando sobre sua cabeça, assim que 2016 surgir. Quase todo dia Lula liga
para Dilma: “Quando é que o Meirelles será Ministro da Fazenda? “ Se o candidato
de Lula fosse outro, Levy já teria voltado para o Bradesco.
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Nossos leitores
podem fazer comentários e se comunicar com os colunistas,
Caro HF, o sr mencionou a volta de Vagas. David Nasser, comentando o livro de Alzira Vargas sobre seu pai, diz que ,se houve um erro,este foi a volta de Vargas que deveria ter,assim que exilou-se no interior do Rio Grande do Sul,ter repousado e se conduzido até o fim de seus dias como um já personagem histórico-ao voltar,expôs-se aos fatos que o massacraram.
Gostaria que o sr escrevesse sobre seus artigos na "Manchete" dos anos '50 sobre Vargas-li alguns(na biblioteca da Pça da Liberdade,anos atrás) -de competência jornalística e agudeza ainda inigualados.
Abraço do admirador (eufórico com sua volta-a melhor notícia de 2015) Pawwlow
Resposta:
Obrigado, Ignacio.
Nenhum prazer em “bater" no presidente da Câmara, principalmente
por ter que utilizar a palavra complementar, AINDA. E saber que a
comunidade não suporta mais a arrogância dele, e a impunidade que recebe dos
"lideres" do PMDB,PSDB,PT e mais outros.
O filho e
o advogado do “amigo morto” afirmaram ontem, textualmente: "Meu pai jamais
pediu dinheiro emprestado a Eduardo Cunha, nem teve qualquer negociação
financeira com ele".
O
advogado também foi conclusivo e definitivo: "A estratégia do presidente
da Câmara funciona porque ele está morto".
Judiciário anti comunitário e a beira da implosão.
(...) Em 2014, o judiciário consumiu 68,4 bilhões de
reais em verbas públicas, o equivalente a 1,2% das riquezas produzidas pelo
País no período.
10.11.15
ROBERTO MONTEIRO PINHO
O setor público, incluindo o Judiciário, só
está preocupado com os instrumentos que lhes garantam mais aumentos salariais,
mais benefícios, vantagens e mazelas, não interessando a carga tributária
ascendente e menos atividade econômica, ignorando princípios da “Curva de
Laffer”, desenhada num guardanapo de papel de um
restaurante: se com impostos a uma taxa
de 0% o Estado não arrecada nada, com impostos a 100% o resultado seria
praticamente o mesmo porque as pessoas tudo fariam para fugir aos impostos,
seja deixando de trabalhar, esconder dividendos, prática de fraude fiscal, etc.
Para além disso, com uma
taxa de coleta de 100%, não haveria investimento reprodutivo na economia. Neste
cenário, o judiciário é o que mais agride a economia, travando decisões,
acumulando ações, benevolente com o estado, e empresas públicas, (responsáveis
por mais de 40% da demanda judicial), com decisões criminosas e comprometendo
as relações da comunidade, com seus atos vetustos e irresponsáveis.
Para Montesquieu, “A injustiça que se faz
a um, é uma ameaça que se faz a todos”, foi surpreendente a divulgação do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no relatório do judiciário em 2013,
revelando a existência de 92 milhões de ações em tramitação na justiça, e de
que 83% são de ações públicas. Em 2014 o XNJ anunciou: o judiciário está
emperrado com 95,4 milhões de ações. Este ano, segundo estimativas, ultrapassa
100 milhões, devendo chegar em 2020 com a marca bombástica de 120 milhões de
processos.
Bom para os seus integrantes que impõem
aumentos de salários, o governo que não paga, e ruim para os litigantes e
advogados que não recebem, conforme bem conhecido o jargão judiciário, “ganha,
mas não leva”. Se por um lado o judiciário
entrou em estado de debilidade no trato com a sociedade que ali demanda, por
outro sequer se aproximou da solução do seu maior problema, a morosidade.
O juiz,
como sujeito da relação jurídica processual se coloca acima e entre as partes e
deve preservar a imparcialidade e a igualdade no tratamento das partes,
observando-se o contraditório. Para que de celeridade a ação, o juiz dispõe dos
arts. 852-D, 818 da CLT e o art.333, I e II do CPC, e ainda o art. 765 da CLT,
art. 13º, 131 3 335 do CPC, dessa forma concluímos que o Estado instrumentou
seu agente, e se este não consegue dar cabo de sua missão, seria o caso de
medidas disciplinares?
Em 2014,
o judiciário consumiu 68,4 bilhões de reais em verbas públicas, o equivalente a
1,2% das riquezas produzidas pelo País no período. O recorde de gastos está
detalhado na pesquisa “Abrindo a caixa-preta: três décadas de reformas do
sistema judicial do Brasil”, uma parceria entre Luciano da Ros, professor da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Matthew Taylor, da Universidade
Americana, de Washington.
O
trabalho “O custo da Justiça no Brasil: uma análise exploratória”, faz uma
comparação das despesas entre países. O gasto é de 0,32% do PIB na Alemanha, de
0,28% em Portugal, de 0,19% na Itália, de 0,14% na Inglaterra e de 0,12% na
Espanha. Nos Estados Unidos, 0,14%. Na América do Sul, a Venezuela consome
0,34%, o Chile, 0,22%, a Colômbia, 0,21%, e a Argentina, 0,13%.
Por outro
lado e folha de pessoal é a principal causa do altíssimo custo. No Judiciário,
há gente e mordomias demais. O pagamento pagamento de 434.932
funcionários, entre juízes e servidores, mordeu 89,5% das despesas totais em
2014. O salário médio alcança 10,8 mil mensais – explica Taylor.
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