ANÁLISE & POLÍTICA
“Informação com Liberdade de
Expressão”
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Eleição 2018, Lula perderia
para Dória
Pesquisa divulgada pelo instituto
Paraná Pesquisas. O levantamento, foi realizado no Estado de São Paulo, mostrou
que tanto o governador, Geraldo Alckmin (PSDB), quanto o prefeito da
capital, João Dória (PSDB) superariam o ex-presidente Lula (PT) se as eleições
fossem hoje.
Dória
aparece com 26,3% e Lula com 15,2%
Nos cenários contra Lula, Doria,
com 26,3%, supera o ex-presidente, com 15,2%, enquanto Alckmin, com 24,6%,
venceria o petista com 14,5%. Em ambos as simulações, o terceiro lugar fica com
o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Caso o nome do PSDB fosse Aécio, o
segundo turno, pelos votos de São Paulo, ficaria entre Lula e Bolsonaro.
Ciro e
Álvaro na lanterna
A pesquisa também registrou as
presenças da ex-senadora Marina Silva (Rede) e do ex-presidente do STF Joaquim
Barbosa, sem partido, oscilando entre 8 e 12% das intenções de voto. Já o
presidente Michel Temer (PMDB), o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e o
senador Álvaro Dias (PV) não alcançaram 5% das intenções de voto em nenhum dos
cenários analisados. A margem é de 2%, para mais ou para menos.
Michel
Temer na descendente
A popularidade do presidente
Michel Temer desabou de vez e tanto os dados econômicos como os escândalos que
atingem seus principais ministros dificilmente prenunciam uma melhora. A
situação de Temer é péssima. Apenas 10% dos brasileiros têm uma opinião
positiva do governo do presidente. Em dezembro ele tinha 13%, assinala a
pesquisa feita pelo Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
79%
não confiam em Temer
A porcentagem dos que
consideram sua gestão "ruim ou péssima" subiu de 46% para 55%. Cerca
de 79% dos questionados afirma, também, que "não confia" em Temer -
eram 72% em dezembro -, contra somente 17% que afirmam confiar nele, frente os
23% anteriores.
Com o novo recorde do desemprego
divulgados no dia 31 último (sexta-feira) no período de dezembro a fevereiro,
afetando 13,5 milhões de pessoas - 13,2% da população -, segundo dados
divulgados nesta sexta-feira a popularidade de Temer é um sinal de que seu
governo naufragou. Na pesquisa, 41% dos perguntados afirmam que o governo de
Temer é "pior" que a Dilma; 38% o considera igual; e 18% acreditam
ser "melhor". Em dezembro essas porcentagens eram, respectivamente,
de 34%, 42% e 21%.
Os maiores índices de
desaprovação se dão nas áreas de impostos (85%), taxas de juros (80%), saúde e
segurança pública (79%), e combate ao desemprego (77%). A pesquisa foi
realizada entre os dias 16 e 19 de março, com um universo de 2.000 pessoas em
126 municípios, e uma margem de erro de dois pontos percentuais.
Terceirização. O veto de Temer...
O presidente Michel Temer
sancionou na sexta-feira (31) com três vetos o projeto aprovado no dia 22 de
março pela Câmara dos Deputados que trata da terceirização. Temer vetou o
parágrafo 3º do Artigo 10, que previa prazo de 270 dias de experiência. Nesse
mesmo parágrafo, havia a previsão de o prazo ser alterado por acordo ou
convenção coletiva. O que o presidente vetou foi à possibilidade de prorrogação
do prazo.
Outro ponto vetado pelo
presidente foram alíneas e parágrafos do Artigo 12. Esses pontos previam
questões já contempladas, segundo a assessoria do Planalto, no Artigo 7 da
Constituição Federal. Por isso, esses itens foram considerados inócuos. Por
fim, outro trecho vetado foi o parágrafo único do Artigo 11, porque se tornou
inócuo em razão dos vetos a trechos do Artigo 12.
Sentença
de Moro condena Cunha a 15 anos de prisão
O juiz federal Sergio
Moro, condenou do dia 30 de março, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a
quinze e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro
e evasão fraudulenta de divisas. O processo trata do recebimento de propina na
compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobras, em 2011.
Para quem não sabe, Cunha é
acusado de ter ganhado valores que chegam a 1,5 milhão de dólares por
participação no esquema. De acordo com a denúncia da procuradoria, esse
montante foi “ocultado” em repasses a contas no exterior em nome de offshores ou trusts que abasteciam os
cartões de crédito internacionais usados pelo parlamentar e por seus
familiares.
Soma
milionária...
Diz o MPF que Petrobras
pagou 34,5 milhões de dólares por 50% do bloco de exploração à Compagnie Béninoise des Hydrocarbures (CBH),
que repassou 10 milhões de dólares a empresas do lobista João Augusto
Henriques. Apontado como operador do PMDB na Petrobras, também preso e réu na
Lava Jato, Henriques teria sido o responsável por repassar a propina
milionária.
Dia
4, é o dia “D”
Na próxima terça-feira 4, é
o dia “D” do julgamento da chapa Dilma – Temer no Tribunal Superior
Eleitoral-TSE. Responsável pelo caso, o ministro Herman Benjamin encaminhou no
dia 27 de março seu relatório final à Corte, liberando a pauta para julgamento.
Cassação...
Segundo observou um jurista amigo
da coluna, se a chapa que venceu as eleições de 2014 for cassada, Michel Temer terá
de deixar a Presidência da República. Nesse caso, o substituto do peemedebista
deverá ser escolhido em até 30 dias, por meio de eleição indireta – na quais
deputados e senadores elegem o chefe do Executivo.
Dúvida...
A determinação está na
Constituição de 1988. Os procedimentos para esse processo ocorrer, entretanto,
não são claros. O artigo 81 da Constituição Federal estabelece a realização de
eleição indireta para presidente e vice-presidente caso os cargos fiquem vagos na
segunda metade do mandato – neste caso, a partir de 1º de janeiro de 2017.
“Art. 81. Vagando os cargos de
Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois
de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos
últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será
feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da
lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os
eleitos deverão completar o período de seus antecessores”.
A eleição indireta...
Não está clara a forma como a
eleição indireta deve ser conduzida no Congresso, pois não há uma lei que
regulamente o artigo 81 da Constituição. Não foi definido, por exemplo, quem
pode se candidatar ao cargo. A última norma a tratar do assunto é de 1964 e,
portanto, pode estar em conflito com a Constituição. Em 2013, uma comissão
mista do Congresso aprovou um projeto de lei (PL5821/13) com o objetivo de
acabar com o vácuo normativo e regulamentar o dispositivo da Constituição, mas
a discussão está parada desde então, com o PL pronto para ser votado no
plenário da Câmara.
O que motivou o processo no TSE?
A ação que pede a cassação da
chapa Dilma - Temer por abuso de poder econômico e político foi apresentada
após a eleição de 2014. O objetivo inicial era empossar Aécio Neves e seu
vice, Aloysio Nunes Ferreira, ambos do PSDB e integrantes da chapa derrotada no
segundo turno.
Com a
diplomação de Dilma, uma eventual cassação poderia levar à convocação de
eleições diretas ou indiretas, mas, como a ação ainda está em andamento em
2017, a primeira possibilidade foi descartada. Agora aliado de Temer,
o PSDB isenta Michel Temer de culpa e atribui à campanha de Dilma
a responsabilidade exclusiva pela prática de eventuais crimes.
Ainda sobre a incógnita FIFA...
A conclusão da Federação Internacional de Futebol (FIFA),
divulgado na sexta-feira (31) está em linhas no inquérito interno do escândalo
de corrupção que envolveu o organismo regulador mundial do esporte. O documento
de mais de 1.300 páginas foram encaminhados para a Justiça dos Estados Unidos e
da Suíça, na intenção de atestar não ser uma organização criminosa.
Investigação
“A
FIFA se
comprometeu a realizar uma investigação completa e abrangente dos fatos, para
que pudéssemos responsabilizar os malfeitores do futebol e cooperar com as
autoridades", afirmou o presidente da entidade, Gianni Infantino.
"Agora concluímos essa investigação e entregamos as provas às autoridades,
que continuarão a perseguir aqueles que se enriqueceram e abusaram de suas
posições de confiança no futebol. A FIFA vai agora, voltar o seu foco para o
jogo, para os torcedores e jogadores em todo o mundo".
Aberta
em junho de 2015, as investigações teriam se iniciado logo após alguns cartolas
da Federação terem sido presos e a FIFA ter sido cogitada no esquema de
corrupção. A investigação durou 22 meses, tendo utilizado mais de dois milhões
de documentos e centenas de entrevistados como testemunhas.
Da
mesma forma, após quase dois anos de investigações internas, o objetivo dos
documentos liderados pelo americano Quinn Emanuel eram de comprovar de que a
FIFA teria sido vítima de fraudes por dirigentes como Joseph Blatter e Jerome
Valcke.
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