Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 26 de abril de 2017

OS POLÍTICOS PRECISAM SER HOMENS DE HONRA. O SEGUNDO ESCALÃO DO PT RIFOU LULA NA CONVENÇÃO QUE ESCOLHEU DILMA PARA A REELEIÇÃO. LULA TEM UM TERÇO DOS VOTOS E PODE ALCANÇAR PERCENTUAL QUE O ELEGERIA PRESIDENTE NO PRIMEIRO TURNO EM 2018. EMFIM “LULA PRESO GANHA A ELEIÇÃO NUMA CELA. SOLTO GANHA A ELEIÇÃO NA ESTRADA”.

ROBERTO MONTEIRO PINHO

A proposta da defesa do ex-presidente Lula da Silva, para arrolar 87 testemunhas de defesa, foi acatada pelo juiz federal Sergio Moro, mas exigindo a presença de Lula.

A decisão de Moro foi taxativa: “Já que este julgador terá que ouvir 87 testemunhas da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva, além de dezenas de outras, embora em menor número arroladas pelos demais acusados, fica consignado que será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências nas quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua própria defesa, a fim prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas”.

Por conta do inusitado fato, manifestações de toda ordem coalharam as redes sociais em seguida, e alguns juristas, manifestaram sua linha doutrinária sobre o fato. Em tese, argumentam que a decisão foi um “ato de represália, contra a atitude da defesa de Lula”.

Parece-me que o ex-presidente, (diria bem orientado), está conseguinte se manter na mídia, e com isso motivando reações da opinião pública, quanto ao seu projeto de candidatura a presidência em 2018.

O atuante advogado Criminalista e Professor Doutor em Direito da PUC-RS, Aury Lopes Jr., argumenta que “É pacifico o entendimento de que são 8 por réu e por fato. Logo, esse número elevado não é nada de anormal, desde que encaixe nesta equação (número réus/fatos imputados). O que o juiz poderia ter feito era determinar que a defesa definisse que testemunhas irão depor sobre que fatos para controlar o limite de 8 por fato. Isso é comum e chancelado pela jurisprudência”.

Pelo que ouvi na oitiva da Lava jato, é latente que o ex-presidente Lula, está se aproximando de uma possível acusação para condenação e prisão.

O depoimento de Leo pinheiro ex-presidente da OAS sinalizou nitidamente de que existe conexão do triplex do Guarujá com Lula. Desde os primeiros detalhes revelados por Norberto Odebrecht, somado a delação de Palocci, é bem sinuosa a caminhada de Lula no processo.
Agora, olhando politicamente, entendo que Lula, está armando uma estratégia, com o roll de testemunhas, para ganhar tempo (talvez um ano), para a formação de culpa, fase em que o juiz concluiu o processo. Talvez, por isso, mesmo assim, para evitar, Moro deve descentralizar os depoimentos, para que outros juízes o auxiliem na tarefa.
Ao sabor da leitura preferida pelo juiz Moro, Teoria Pura do Direito, de Hans Kelsen; Cosa Nostra: O juiz e os “homens de honra”, de Giovanni Falcone, com Marcelle Padovani e Comentários ao Código Penal, de Nelson Hungria, A defesa de Lula no processo em que é acusado, terá que buscar muita inspiração.
Em que pese todas as acusações e revelações nas oitivas das delações, Lula, ainda desafia o judiciário, dá declarações debochadas, demonstrando total desapreço ameaças de Curitiba.
Com um terço dos votos declarado nas pesquisas de agora, Lula poderá ter mais da metade do eleitorado para se eleger presidente em 2018.

Desde a reunião do diretório que definiu que Dilma Rousseff seria candidata a reeleição, paira sob o Partidos dos Trabalhadores (PT) o estigma de que um grupo com menor potencial de votos na convenção teria intimidado Lula, com  citação de ameaças de delações, todas iguais as que ocorrem agora na Lava Jato.

Começando pelo tripex do Guarujá. O grupo foi o mesmo que militou na cúpula da campanha da reeleição e que ocupou o governo nos cargos loteados pela madrinha presidente.

Mantido sob holofotes da mídia, não fossem as acusações contra ele, Lula jamais seria novamente lembrado pelo eleitor. Pesquisa do Ibope, divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostra que o ex-presidente Lula é virtualmente o mais cotado para vencer a eleição presidencial em 2018.

De acordo com o levantamento, 30% dos entrevistados afirmaram que votariam em Lula “com certeza” e 17% disseram que “poderiam votar”, enquanto 51% disseram que não votariam “de jeito nenhum”.

O PSDB é o partido que mais tem pré-candidatos (os senadores José Serra e Aécio Neves e o governador paulista, Geraldo Alckmin) viram cair seus percentuais. Enquanto Serra tem 25% dos votos “certos” ou possíveis, Aécio e Alckmin têm 22%. Os três apresentaram taxas de rejeição maiores que a de Lula: 62% disseram que não votariam de jeito nenhum em Aécio, 58% em Serra e 54% em Alckmin.
As entrevistas com os eleitores foram realizadas entre os dias 7 e 11 com 2.002 pessoas em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Impressiona muito que o jornal britânico Financial Times destacou a possibilidade de Lula voltar ao poder nas eleições de 2018, citando que pesquisas apontam que o possível candidato venceria as eleições se elas ocorressem hoje. O diário lembrou que Lula terminou seu segundo mandato, em 2010, com 83% de aprovação da população, motivado sobre tudo pelo fato de metade dos brasileiros terem ascendido para a classe média durante seu governo.

De uma fonte fidedigna deste colunista e respeitadíssimo coordenador político de majoritárias: “Lula preso, ganha a eleição numa cela, solto ganha a eleição na estrada”.


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