A reforma política não será
aprovada
HELIO
FERNANDES
Ha mais de 20 anos, tentam
transformar a vida política do país. Promulgada ha 29 anos, a Constituição
"cidadã" (royalties para Ulisses Guimarães), tentou dar ao povo a
decisão sobre Presidencialismo ou Parlamentarismo. Essa discussão vem de longe.
Em 1949, o Projeto Raul Pilla, relatado na Câmara por Afonso Arinos de Mello,
esteve perto de ser vitorioso, mas acabou arquivado.
Em 1963, João Goulart, mais um
vice transformado em presidente, quando assumiu de verdade, marcou o plebiscito
para 6 de janeiro de 1963. O Presidencialismo teve mais de 8 milhões de votos,
o Parlamentarismo, menos de 2 milhões.
A Constituição de 1988 determinou
data para nova decisão entre os dois regimes, nova preferência esmagadora para
o Presidencialismo. Não deveríamos tratar mais do assunto, apesar do sistema
dominante ser híbrido, Presidencialismo Pluripartidário.
Como a mudança política é
exclusividade do Legislativo, eles tentam as reformas que interessam aos
deputados e senadores e suas reeleições. E como conseguirem o objetivo de se
manterem com vários mandatos. Nos momentos de crise profunda como agora, apelam
para recursos disparatados, mas eficientes, como a bandalheira eleitoral, que
se chama "coalizão proporcional.
È uma
vergonha, o eleitor vota no candidato de um partido, mas elege um outro. Uma
realidade que não acaba nunca, pelo fato de proteger os chamados
lideres, que dominam tudo. Diante disso, a eleição proporcional, se
manteve, continuará servindo aos que não querem abandonar o espetáculo.
A AMALDIÇOADA LISTA FECHADA
Essa
modalidade já foi tentada nos bastidores, mas varias vezes abandonada, sem
enfrentar nenhum teste de votação. Mas agora, essa lista, servirá ou serviria a
dois objetivos. 1- Como 54 senadores acabam o mandato, e precisam de uma reeleição
indispensável, figurando na cabeça da chapa, garantem a volta a Brasília.
LÍDERES da Câmara, também beneficiados.
Mas como
eu disse que essa "lista fechada" não será aprovada, tenho que
explicar. A Câmara tem 513 deputados. Só que a grande maioria, dos mais
diversos partidos, pertence aos grupos chamados de "baixo clero". Ou
seja: deputados que "fazem numero", mas não têm direito a coisa
alguma.
Se eles
não comparecerem, não haverá votação alguma. Mas agora, esse "baixo
clero", já comunicou: "Não daremos numero de jeito algum para aprovar
essa modificação". Derrota para os "lideres", que não contavam
com essa resistência.
CLAUSULA DE BARREIRA, TAMBEM À BEIRA DO PRECIPICIO
Não ha
duvida que nenhum país pode sobreviver politicamente com 32 partidos. Essa
tentativa já foi vitoriosa uma vez, alguns partidos deixaram de existir. Mas
essa "barreira" foi eliminada. Passou a vigorar o absurdo ainda
maior: a legenda que eleger 1 parlamentar,( deputado ou senador)terá direito ao
Fundo Partidário e ao horário eleitoral "gratuito". E aí é que os
partidos numericamente maiores se sentem atingidos.
Os 5 ou 6
partidos que elegem bancadas mais expressivas, até que permitiriam que os
menores continuassem participando, desde que não recebessem dinheiro do Fundo
Partidário e também não usassem o horário de TV.
A
GRANDEZA dos 5 ou 6 partidos que dominam tudo, seriam "generosos"
com os menores, se eles abrissem mão de tudo. Mas esses partidos já se
organizaram e se entenderam. E decidiram torpedear a reforma política. Portanto
2 vetos, que os "grandes"não conseguiram destruir. Os 5 ou 6,esses é
que desapareceriam.
REFORMA POLITICA, SALVAÇÂO DA PRISÃO
E
finalmente, o terceiro projeto, que pretendem transformar no único. Ou talvez
nem isso. Pois já enfrentam grandes obstáculos. Querem fundir tudo. O
"abuso da autoridade" para atingir Policiais, Ministério Público e
juízes.
O alvo é
a equipe da Lava - Jato. Mas antes de qualquer coisa, deputados e senadores,
que manipulam esse projeto, afirmam de preferência diante da televisão: "Somos
intransigentes defensores da Lava - Jato".
Outro
ponto principal e fundamental: aprovar a ANISTIA para o caixa 2. Como existem
muitos, (muitíssimos) deputados corretos já apresentaram emenda, CRIMINALIZANDO
o caixa 2.
Rodrigo
Maia, cada vez mais audacioso, retirou essa emenda e restabeleceu a que
INOCENTAVA os que enriqueceram com as propinas das empreiteiras roubalheiras.
Apesar
desse projeto a favor da corrupção, ainda estar na Câmara, começa a ser
torpedeado no Senado. O presidente Eunicio de Oliveira, fez duas afirmações.
1-A
anistia para a CORRUPÇÃO não será aprovada no Senado. 2- Enquanto o presidente
da Câmara se joga contra o projeto do Procurador Geral, Rodrigo Janot, Eunicio
coloca em pauta, com parecer favorável, o mesmo projeto apedrejado na Câmara.
Portanto,
a conclusão mais do que obvia, é rigorosamente verdadeira: os deputados e
senadores, que pretendem se INOCENTAR no Parlamento, serão CONDENADOS
nele e por ele. Aguardem, não vai demorar muito.
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