ANÁLISE & POLÍTICA
“Informação com Liberdade de
Expressão”
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Base de submarino rendeu R$ 67 milhões de propina para o PT
Relatos detalhados de
mais um capítulo da corrupção que envolve a mais alta cúpula da política
brasileira estão nas delações de Benedicto Barbosa, Fábio Gandolfo, Luiz
Eduardo da Rocha Soares, Marcelo Odebrecht e Marcos Grillo. Segundo Odebrecht,
entre 2012 e 2014 o PT levou R$ 17 milhões. O dinheiro foi exigido pelo então
tesoureiro Vaccari Neto, para ajudar em eleições de aliados.
Palocci e Mantega são os articuladores
Mas, após reclamar do
atraso nos repasses para a obra com os ministros Guido Mantega e Palocci, já no
Governo Dilma, Odebrecht foi atendido e pagou mais R$ 50 milhões ao PT. Ao todo
a executiva do Partido dos Trabalhadores ganhou R$ 67 milhões oriundos do
contrato bilionário da Odebrecht com a Marinha para construir a base do
submarino de propulsão nuclear no Rio de Janeiro.
Investigados
pelo STF chegam a 195 nomes
O ministro
Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de 76
inquéritos para investigar pessoas citadas nas delações da Odebrecht, com isso subiu
para 195 o número de investigados na Corte a partir da operação Lava Jato. Entre
os parlamentares que serão processados no Supremo Tribunal Federal estão 16
nomes do PT, 14 do PMDB e 11 do PSDB. Todos foram citados nos depoimentos de
delação premiada de ex-diretores da empreiteira, uma das maiores doadoras para
campanhas políticas no país.
Jucá e Aécio lideram a lista. Calheiros responde a 12
investigações
Os presidentes
do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e do PMDB, senador Romero Jucá (RR), são os
que acumulam o maior número de pedidos de investigações, cinco ao todo. Renan
Calheiros (PMDB-AL) foi citado em quatro inquéritos envolvendo a Odebrecht e
passou a responder a 12 investigações na Lava Jato.
Cinco anos na gaveta
Os inquéritos
podem levar pelo menos cinco anos e meio para chegar a uma conclusão. O tempo é
estimado pela Fundação Getúlio Vargas Direito Rio para que um processo criminal
envolvendo autoridades com foro privilegiado seja finalizado.
Blindagem
de parlamentares na Câmara
Com o anúncio
de que o novo Conselho de Ética da Câmara considera insuficientes as
autorizações de abertura de inquéritos pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
contra 39 deputados federais para justificar a instauração de processos de
cassação de mandato. Dos 21 titulares do órgão ouvidos pelo jornal O Estado de
S Paulo, 12 afirmaram que somente provas de crime cometido no exercício do
mandato levarão a ações por quebra de decoro parlamentar em razão do conteúdo
das delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht.
Novatos mudam o rumo da investigação
Para os conselheiros
empossados na semana passada, o inquérito é fase inicial de processo e somente
a partir da formalização da denúncia - em caso de a Procuradoria Geral da
República (PGR) pedir ao STF para tornar investigados réus - o processo
disciplinar pode ganhar força, principalmente se tratar de episódios relativos
à atual legislatura. Parlamentares, porém, disseram já saber que haverá
implicação de atos cometidos neste mandato.
Filha de Silvio Santos Patrícia Abravanel
A apresentadora Patrícia Abravanel
(filha de Silvio Santos) experimenta um revés nada agradável. Seu marido o
deputado federal Fabio Faria (PSD-RN) foi denunciado formalmente na lista do
ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato.
Conforme o depoimento dos
delatores da empresa, o deputado recebeu R$ 100 mil via caixa dois para
campanha eleitoral. Em 2009 ele também protagonizou outro escândalo de corrupção
envolvendo passagens aéreas. Na lista de propinas dos executivos da Odebrecht,
o deputado era conhecido como “garanhão”. Famosas como: Sabrina Sato, Adriane
Galisteu, Priscila Fantin, Sthefany Brito e Samara Filippo, tinham o nome na
sua agenda. Essas informações foram publicadas na “FolhaBrasil”.
Sergio Cabral e Gilberto Kassab, Pezão
e Eduardo Paes
A delação premiada da
Odebrecht traz o nome de 182 políticos – com a indicação dos apelidos pelos
quais eram identificados e qual era a contrapartida esperada pela empreiteira.
No ranking de caixa 2, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e o Ministro
das Comunicações de Temer Gilberto Kassab (PSD-SP) aparecem à frente,
acompanhados de outros políticos como o governador do Rio Luiz Fernando Pezão
(PMDB) e o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB).
Listão milionário
Sérgio Cabral,
segundo a planilha, recebeu R$ 62 milhões. Ele vem seguido por Kassab, com R$
21,3 milhões; Pezão, com R$ 20,3 milhões; Paes, com R$ 16,1 milhões. Depois
aparecem o deputado federal Júlio Lopes (PP), com R$ 15,6 milhões; o
ex-governador Anthony Garotinho (PR), com R$ 13 milhões; o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com R$ 9,6 milhões; o ministro da Casa Civil
Eliseu Padilha (PMDB), com R$ 7,2 milhões; e os atuais senadores Antonio
Anastasia (PSDB-MG), com R$ 5,5 milhões, Lindbergh Farias (PT-RJ), com R$ 5,4
milhões, e Aécio Neves (PSDB-MG), com R$ 5,3 milhões. Os números estão
revelados na “Folha”.
Partidos envolvidos
Os partidos do PMDB, PSDB, PSD, PRB e PP comandam nove ministérios na
Esplanada, não querem abrir mão do comando das pastas e já pressionam o
presidente Michel Temer a recuar na promessa, feita em público, de afastar os
nove denunciados ao STF. Temer já indica recuo e procura estratégia de
justificar para a sociedade o porquê de mantê-los. Falará o básico: investigado
não é culpado, por mais indícios. Se o fizer, queimou a língua e a biografia.
Reforma a Previdência ameaçada
A oposição real é do PT, PDT, PCdoB – que foram considerável
frente com mais de 100 votos, junto a legendas pequenas, isso significa que o
governo está sem segurança para colocar o projeto em votação.
Existem neste universo, os partidos: Solidariedade, ligado à Força
Sindical, e o PTB, por questões históricas trabalhistas, que não fecharam com o
Governo.
A maioria dos deputados da base têm pedido aos líderes para não
fecharem questão pela aprovação da proposta em plenário e liberarem os votos.
Advocacia inadimplente
A Ordem dos
Advogados de Santa Catarina reclama da alta inadimplência no estado. A
proporção de inadimplentes por número de inscritos pode chegar a quase 30%.
O
Brasil é um dos países com mais advogados per capita no mundo. Há possibilidade
de o mercado não receber todos, assim, os preços cobrados em geral são
reduzidos. No Brasil inteiro isso provoca um efeito muito preocupante. Somente
em 2016, em Santa Catarina 3.313 novos advogados inscritos. Um terço não
pagaram suas anuidades.
E no ano passado, no auge da
crise econômica, metade dos advogados de Mato Grosso deixou de pagar a anuidade
da seccional local. Para tentar reduzir esta cifra impressionante, o presidente
da OAB-MT Leonardo Campos distribuiu 2 mil processos de execução na Justiça e
organizou diversos mutirões de acordo de renegociação das dívidas. “Fizemos um
verdadeiro resgate dos advogados inadimplentes”, avalia. Com as iniciativas, a
taxa caiu para 43% no fim do ano, ainda assim a segunda mais alta taxa de falta
de pagamento entre as OABs.
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