*Blog oficial do jornalista Helio
Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da
Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação
de colunistas especialmente convidados. (NR).
EM 1940/41, HITLER MANDOU DESTRUIR
PARIS, O MUNDO SE PERGUNTAVA: “PARIS ESTÁ EM CHAMAS?”. AGORA A CORRUPÇÃO
CHEGANDO MAIS PERTO É O BRASIL, “O PLANALTO ESTÁ EM CHAMAS?”.
HELIO FERNANDES
05.12.14
Em 1940, sem
um tiro, Hitler tomou Paris, entrou como conquistador na cidade símbolo do
mundo. Formados dois grupos, os “colaboracionistas” e os “resistentes”, estes
liderados por Mitterrand, que seria depois duas vezes presidente pelo voto direto.
De 1981 a 1988, daí a 1993, ia conquistar o terceiro mandato, veio o adversário
invencível, o câncer, morreu sem a vitória.
Em 1941, o
Marechal Petain, “herói” na Primeira guerra, “vilão” na Segunda, fugiu e
organizou em Vichy um governo nazista. Nomeou Primeiro Ministro o ultra-comunista
Pierre Laval, que acabaria como traidor, enforcado.
Nesse mesmo
ano, no fim de 1941, Hitler foi pessoalmente a Paris, chamou o general
comandante. Ordenou: “Destrua a cidade, quero ver Paris ardendo em fogo, não
pode sobrar coisa alguma”. Naquela época a informação era precária, e ainda
mais com todos os jornais e revistas fechados, só se ouviam e passavam para o
exterior, sussurros e não informações.
(O Fígaro, Le
Monde, Le Parisien, a maior revista do mundo, “Paris Match”, na qual eu com 13
anos já me acostumava a admirar o extraordinário fotografo, Cartier-Bresson,
que depois republicaria muito na revista “O Cruzeiro”. Todos os jornalistas convocados).
O mundo,
perplexo, se perguntava: “Paris está em chamas?”. Quase, mas ninguém sabia que
o general-comandante nazista teve um momento de grandeza, desprendimento,
generosidade, não acendeu a última centelha que destruiria aquilo que não
poderia ser reconstruído.
Paris
sobreviveu, Hitler muito longe, já estávamos em 1942, ele tentava avançar e
conquistar a União Soviética, para implantar seu objetivo, que chamou de “Reich
dos mil anos”. Mandava telefonar com insistência para Paris, as comunicações, precaríssimas,
morreu sem saber que Paris estava cada vez mais viva.
Foi feito um
filme maravilhoso, com o mesmo titulo da ordem de Hitler para o comandante: “Paris
está em chamas?”. Com interrogação e tudo. Hoje, com um “clique”, apertando o “play”
de um celular, Hitler destruiria esse templo do mundo.
O Planalto está em chamas?
Agora é a
corrupção que ameaça muita gente, impede a formação do segundo governo de Dona
Dilma. E mais grave ainda, agora sem muita duvida ou incerteza, repete a
pergunta de 72 anos antes, apenas mudando o cenário: “O Planalto está em chamas?”.
Aparentemente,
sim. Os depoimentos vão chegando cada vez mais perto dela e da legenda. E não
apenas agora, com a prisão de alguns, (apenas alguns) dos que assaltaram, como
quadrilha, a fortaleza da Petros. Mas remontando a história e a histeria de Pasadena,
com a firmação taxativa: “Pasadena (a compra BILIONÁRIA) não existiria sem a
participação da própria Dilma”.
Esse já era
fato notório, pelos cargos que Dona Dilma ocupava e pelas afirmações que
coinfirmavam sua autoconfissão. Cargos: Ministra de Minas e Energia, Chefe da
Casa Civil, comandando o Conselho da Petrobras. Tendo portanto a ultima palavra
para o que se fez de forma c-o-r-r-u-p-t-i-s-s-i-m-a em Pasadena.
“Autoconfissão”,
sem direito a duvidas ou retificações: “Só assinei autorização para a operação
de Pasadena, porque o relatório era falho e não tinha informações”. Em Suma:
tudo o que era indispensável para vetar a negociata, que usou para autorizar.
E o empresário
Gerdau, geralmente conselheiro dela, por que nunca foi interrogado? Uma vez afirmou
que não examinara o assunto. Logo depois, mudava de convicção. Dizia: “O
Conselho autorizou a operação”.
PT nas manchetes de jornais, acusado
por receber propina. A “delação” e o medo.
Manchete da
Folha: “Executivo diz ter pago propina em doações oficiais para o PT”. O Globo,
denunciando e já interpretando: “Propina virou doação oficial ao PT, diz
delator”. A direção da legenda, com acusações novas, usa a velha tática: “Não
sabemos de nada”.
O Planalto
está “intransitável” Em matéria de discussão sobre “delação premiada”. Não se
pode falar do assunto nem mesmo quando Dona Dilma está ausente, existe sempre o
susto de que alguém conte a ela.
Três Ministros da fazenda, e apenas um
com Poder.
Deixemos um pouco
de lado a corrupção, essa fogueira vai arder ainda por tanto tempo, que temos
que cuidar de outros assuntos, como esse que está o título. O novo Joaquim,
antes mesmo de ser empossado, afirmou publicamente: “Não admito que o tesouro
repasse recursos para bancos oficiais”.
Explicação
para os não iniciados. O objetivo era o BNDES, mas também outros bancos
oficiais. Motivo: o Tesouro repassa ALTISSIMOS e o BNDES entrega a privilegiados
juros BAIXISSIMOS. Sem que isso seja elogio, é posição altamente defensável.
Só que imediatamente,
o ministro da Fazenda demitido há seis meses só que ainda não “desempossado”,
poucos minutos depois afirma publicamente: “esse dinheiro é para empresários comprarem
equipamentos”. Juros de 12 entregues a 4 por cento.
(Era o que acontecia com o levianissimo
e protegido Eike Batista?).
Agora Dona
Dilma que garante sempre: “Quem traça a política econômica sou eu, os Ministros
da Fazenda apenas executam”, o que vai fazer? Referendar a posição de Joaquim
ou de Mantega?
Joaquim pode
ter falado por ele mesmo, tenho quase certeza. Mantega não falaria sem consultar
“a ministra da Fazenda Verdadeira”. O Planalto está ardendo?
O novo Joaquim e Barbosa, que pode
substituí-lo, e a cópia ou plágio do Sociólogo Magnoli.
No dia
seguinte a apresentação do novo Ministro da Fazenda, chamei-o de “Joaquim sem
toga e sem autonomia”. E revelei que outro Barbosa, estava indo para o
Planejamento, Ministério sem importância, “apenas para substituir esse Arminio
Fraga do B., quando não tivesse mais importância”.
Meu texto,
interpretação e considerações, “considerados altamente jornalísticos, um
verdadeiro achado”. Ontem, sem nenhum constrangimento, o Sociólogo Demétrio
Magnoli, “colou” desavergonhadamente meu texto. Até no título da matéria
colocou destacados, os nomes de Joaquim e de Barbosa.
Que incrível jornalismo
esse de hoje. Com amplo, vasto e desmesurado espaço em jornais e televisões,
precisou utilizar a iniciativa deste repórter. Estou e sempre estive a disposição.
Não fico aborrecido, tanto que vou registrar: a partir do plágio, seu artigo
foi bem concanetado, que palavra, e este se tornou bem interessante.
Mas também não
pode deixar de acrescentar: se eu não tivesse juntado o “novo” Joaquim que vai
dominar os holofotes e o Barbosa que entrará no seu lugar, Demétrio Magnoli
não teria chegado a lugar algum.
PS – Todos acertaram:
os juros foram aumentados, passaram a 11,75. Mais 0,50. O governo luta
desabrida e desesperadamente para que o Congresso diminua o que se chama de “superávit
primário”. Para obter esse objetivo faz até chantagem explicita.
PS2 – Intima o
Congresso a votar o DECRETO PRESIDENCIAL ou então não irá liberar as emendas
que os parlamentares votaram. Essa novela já dura muito tempo, e a divida aumenta
cada vez mais. Vejamos em números.
PS3 – A dívida
total está em 2 TRILHÕES e 200 BILHÕES. A juros de 11,25, a amortização, (como
explico sempre: não é pagamento e amortização), fica em quase 250 BILHÕES.
PS4 – Agora com
juros de 11,75, a amortização aumenta 0,50, vejamos o que é isso. 10 por cento
do total, daria 220 BILHÕES. 1 por cento, 22 BILHÕES. 0,50, 11 BILHÕES.
PS5 –
Portanto, é sobre esse total que é preciso debater, discutir, decidir, Mas
como? A forma de amortizar será mudada. Mas a que limite chegará essa dívida e
seus juros amaldiçoados?
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