OS PEDIDOS DE IMPEACHMENT CONTRA
TEMER
HELIO FERNANDES
Podia ser
a solução para a saída do presidente corrupto. Foi salvo e mantido no poder,
completará 18 meses dentro de alguns dias. È o mais incompetente e impopular
presidente, com a agravante de que não foi eleito, é produto de uma conspiração
parlamentar. Executada em parceria e cumplicidade com o então presidente
da Câmara, que agora tenta defendê-lo em depoimentos falsos, mentirosos e
capciosos.
Durante
13 meses, Temer foi personagem principal de um processo de cassação do mandato
no TSE. Seu presidente, o ínclito, inédito e intocável Gilmar Mendes, conduziu
tudo para o julgamento, que por 4 a 3 inocentou o acusado indefensável. Depois
das tramóias as mais degradantes e dilacerantes, de substituições as mais
clamorosas, Gilmar deu a vitoria a Temer.
Não sem
antes terminar, com um conceito sobre o corajoso e brilhante voto do
relator Herman Benjamin: "O senhor inundou (textual) o tribunal com provas
irrefutáveis condenando o acusado". E votou pela inocência do réu.
A
acusação tentou então o mais alto tribunal do país, o STF. Não vou dizer
que o STF agiu pré concebidamente para inocentá-lo, usemos apenas uma palavra:
tergiversou. Interpretou equivocadamente (de forma deliberada) a Constituição,
favorecendo blandiciosamente o réu já inocentado, Michel Temer.
A
Constituição determina: "Para ser investigado pelo STF, o presidente
eleito pelo SUFRAGIO POPULAR, precisa de AUTORIZAÇÃO da Câmara". Ninguém
até agora descobriu onde Temer disputou e venceu SUFRAGIO POPULAR. Mas com essa
interpretação capenga e mal intencionada, o STF garantiu a vitoria de Temer
usando e utilizando fortunas colossais dos recursos do contribuinte.
O
terceiro recurso, que também será desperdiçado.
È o
impeachment. Foi manejado sorrateiramente pelo então Presidente da Câmara,
Eduardo Cunha, protegido pelo silencio e a omissão da maioria da Câmara e do
Senado. Cunha também festejou a vitoria no estilo gozador de Gilmar: "Recebi
36 pedidos de impeachment, só usei um".
Agora é o
também presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que no mesmo estilo, afirma:
"Recebi 25 pedidos de impeachment, não aceitarei nenhum". E se
justifica: "Depois de salvar Temer duas vezes (no pedido do Supremo), não
teria sentido colocar o impeachment em votação ".
Espantosa
a afirmação e a omissão, mas aparentemente o presidente da Câmara tem
esse poder.Só aparentemente, isso não existe em nenhuma Constituição de
qualquer pais. Vou dar apenas um exemplo, rumoroso, mas com tramitação
inteiramente diferente.
PS-
1974. EUA. Nixon foi reeleito, já chamuscado pelo Watergate. O Procurador
Geral, a quem cabe tratar do assunto, abriu processo contra o presidente.
PS2-Considerando
que tinha provas suficientes mandou o processo para a Câmara. Cabe então ao
presidente submeter o processo ao plenário. E este, por maioria, aprovar
ou negar o impeachment.
PS3-
Sabendo que ia perder, Nixon fez acordo, renunciou. Muito diferente.
1917: A PAZ EM SEPARADO, ENTRE ALEMANHA, RÚSSIA E ALIADOS
No final
de 1916, inicio de 1917, os três países travavam combates desesperados, e na
verdade não viam nenhum motivo para essa guerra sem objetivo. A primeira guerra
mundial estava praticamente no fim. Os três países numa guerra inútil e
precisando das suas tropas em outros lugares.
A
Alemanha com as tropas aliadas quase em Berlim tinha que deslocar seus efetivos. Os aliados,
liderados pela Inglaterra (os EUA não participaram dessa guerra) estavam às
portas de Berlim. E a Rússia, com uma forte oposição militar dentro do seu
território, queria se livrar desses combates desnecessários e prejudiciais.
Com esses
desencontros e perdas sem o menor sentido, alguém teve a ideia de fazer o que a
historia chamamos de Paz em Separado. Mas faltava uma liderança que coordenasse
esse acerto entre os 3 países. Trotsky estava em Moscou mas ninguém conseguia
encontrá-lo.
Lembraram
então de Lenin que desde 1905 estava exilado na Suíça. Mas era tal a
necessidade de uma liderança, que a Alemanha fez contato com ele, que aceitou
voltar pra Rússia, e viajou num trem especial pela estrada de ferro privativa
da Alemanha.
Rapidamente
foi feito o acordo, as tropas alemãs e aliadas tomaram o seu destino, que era o
mesmo, resolveram a questão em Berlim. A Rússia ficou livre para atravessar a
própria fronteira, e começar a verdadeira guerra interna, que só terminaria no
final de 1920. Com a transformação da Rússia dos Romanov, na inesperada União
Soviética.
PS: Com
esses dados, rigorosamente verdadeiros, é um absurdo ou talvez um desconhecimento
total, comemorar agora, em 2017, os 100 anos da suposta Revolução Soviética.
PS2: Na
verdade, os 100 anos devem e deveriam ser comemorados em 2020. Aliás, pouco
tempo de Lenin e Trotsky no poder. Lenin que tinha uma bala no coração desde
1905, morreu no dia 22 de dezembro de 1923. Mas sua morte só foi anunciada em 4
de janeiro de 1924, já que Stalin, surgindo do nada, contestou o poder de
Trotsky que foi inteiramente marginalizado.
PS3: O
mundo inteiro sabe mas, não custa lembrar: essa luta Stalin-Trotsky só
terminaria em 1940, com o assassinato do grande líder soviético que foi
Trotsky.
PS4:
Muitos que escrevem hoje, inclusive alguns que se intitulam historiadores,
fazem uma grande festa neste 2017, que como se vê, está sendo comemorada com 4 anos
de antecedência. E a União Soviética, que acabou no natal de 1991, não durou 74
anos como dizem, e sim 71 anos.
PS5:
Poderia ter resistido a vida inteira, como acontecerá com a China de Mao Tse
Tung, que vem de 1949 até este 2017, do reeleito Xi Jin Ping. Ao contrario da
União Soviética, é metade comunista e metade capitalista e uma parte impossível
de identificar, ditadura e a outra democracia.
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