Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 14 de novembro de 2017

FOME DO MUNDO E A SAGA DOS POLÍTICOS CORRUPTOS E CRIMINOSOS. NO BRASIL A SITUAÇÃO É GRAVISSIMA. EM 2016 3,6 MILHÕES VOLTARAM PARA A POBREZA. NAS URNAS DE 2018 O BRASILEIRO PODERÁ DAR SUA RESPOSTA.

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Um dos desafios da humanidade será garantir que, em 2050, com uma população estimada de 10 bilhões de pessoas, todos tenham o que comer, prevê o relatório The Of Food Security and Nutrition in the World 2017.

Segundo um relatório elaborado pela ONU e pela União Européia (UE) o número de pessoas afetadas pela fome no mundo subiu para 108 milhões em 2016. Esse total embora seja menor do estimado pela The Of Food, representa um aumento de 35% das pessoas que enfrentam uma “insegurança alimentar grave”.

A “insegurança alimentar grave” é caracterizada pela desnutrição aguda e pela falta de meios para cobrir as necessidades energéticas de maneira regular, como pode ser o caso das famílias que são obrigadas a matar seu gado para sobreviver.

Um relatório, que se baseia em várias metodologias de medição, resultado de uma colaboração entre a UE, várias agências da ONU, a agência americana Usaid e vários organismos regionais especializados, indica que a insegurança alimentar pode se agravar ainda mais.

O fato é que segundo técnicos do assunto, a cada 4 segundos, alguém morre de fome no planeta. Dados da Organização das Nações Unidas indicam que a fome no mundo não é causada pela falta de alimentos: o mundo produz comida suficiente para alimentar toda a população. Na verdade, a causa para a fome está na concentração de renda, de produção e de informação.

Do total de pessoas que passam fome no mundo, a maior parte delas está em países marcados por desigualdades econômicas e carência de infra-estruturar produtiva, como o Haiti, a Namíbia e a República Centro-Africana.

Nessas condições, as pessoas mais vulneráveis encontram dificuldades tanto para comprar como para produzir seus alimentos. Além disso, por terem tido pouco acesso à educação, a população dessas regiões acaba tendo poucas informações sobre métodos que poderiam aprimorar a produção e a conservação dos alimentos.

Outro ponto importante é que quem passa fome no planeta também é prejudicado pela cultura de desperdício dos países desenvolvidos: nos países ricos, 40% da comida que circula nos mercados vai para o lixo quando ainda estão em perfeitas condições de serem consumidas, o que contribui para elevar o preço dos produtos e dificultar o acesso pelas pessoas com menor poder aquisitivo.
Entre as conseqüências desse cenário, está o fato de que 66 milhões de crianças vão à escola com fome, o que influencia diretamente no aprendizado e no desempenho acadêmico delas.

Com um aproveitamento menor, as crianças acabam tendo menos estímulos aos estudos e, muitas vezes, acabam abandonando os estudos para ajudarem no sustento de casa, o que contribui para o aumento da exploração da mão de obra infantil e para o crescimento dos empregos informais.

Além disso, a subnutrição também contribui para o surgimento de doenças, o que aumenta o contingente de pacientes nos hospitais e gera um grande impacto no sistema de saúde de cada país.

De acordo com o Banco Mundial cerca de 28,6 milhões de brasileiros saíram da pobreza entre 2004 e 2014, mas também avalia que, em 2016, entre 2,5 milhões e 3,6 milhões de pessoas voltaram a viver abaixo do nível de pobreza.

Relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) aponta que o Brasil é um dos países da América Latina e do Caribe que poderá alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 2, que trata de atingir a fome zero até 2030.

Para que atinja a meta até 2030, (...) “é necessário que os investimentos em políticas públicas focadas às populações mais vulneráveis continuem acontecendo de maneira efetiva”, destaca Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil.

No próximo ano os brasileiros vão as urnas para escolher um novo presidente. A eleição está marcada para uma disputa sem precedente.

As últimas pesquisas revelam que a maioria dos brasileiros não quer candidatos que sejam da política que arrasou o país. Por essa razão o destino desse segmento que está passando fome, desemprego e que é refém do maior assalto ao dinheiro público da nação, poderá deixar seu recado através do voto.


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