Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 6 de junho de 2017

A IMAGEM DO VESTAL TEMER, ENLAMEADA NO PORÃO DO PALÁCIO

HELIO FERNANDES

Desde o dia em que numa carta que ele mesmo divulgou, e na qual se confessava "vice decorativo", até a terça feira cinzenta, uma longa trajetória. Sempre se proclamando intocável e sem macula, mas invariavelmente dividindo o palco com parceiros corruptos e corruptores. Forjou o passado para se apresentar como "salvador da á". Mas agora está diante da realidade da opinião publica e de diversos tribunais.

O Temer "decorativo" foi substituído pelo Temer que mergulhou na confissão proclamada por ele mesmo, numa madrugada ilícita, comprometida, dialogada ou em silencio, destruindo tudo o que tentara construir ou propagar como  uma imagem que conhecia melhor do que ninguém .

Hipócrita, explorador, vivendo sempre do dinheiro do  cidadão- contribuinte -eleitor. Jamais teve patrão. Quase 50 anos recebendo dos cofres públicos, ha muito tempo com aposentadoria de 28 mil mensais, fora o que acumulava  como vice, e depois da auto-promoção, como presidente provisório ou indireto.

Todo esse passado escondido, atingiu o presente e certamente o futuro, desmascarado pelas acusações que não consegue responder, impossíveis de esconder e pelas  ligações  criminosas que vão surgindo cada vez mais voluptuosamente negativas.

O PAVOR DO QUE NÃO SABE.

Além de tudo o que vai sendo publicado, o pavor das gravações em poder do Procurador Geral, que serão publicadas. E o pânico do que pode contar o ex-assessor a quem chamava desprezivelmente de "coitado, de boa índole".

Esquecido que nas conversas corruptas com os bandidos Batista, quando o assunto era dinheiro, dava o recado: "Trata disso com o Loures". Esse Loures, agora é pânico e pesadelo. Tentou silenciá-lo de duas formas, fracassou nas duas.

Mas na terça feira cinzenta, três realidades enfileiradas, assustadoras, indestrutíveis, que vão retira-lo do Planalto e transferi-lo para um endereço,  que terá que habitar por muito tempo. Alem das mais diversas acusações, estas três, que começarão a serem examinadas na terça cinzenta e naturalmente inesquecíveis.

1-Corrupção ativa e passiva.

2- Obstrução da justiça. (Gravíssima, que já deveria ter provocado prisão preventiva).

3-organização criminosa. (Que já foi formação de quadrilha, mais pejorativa)´

4-De qualquer maneira, a terça cinzenta, será prorrogada. Num tribunal presidido por um ministro sem toga, e que já examina o caso a 27 meses e 13 dias, impossível examinar o que acontecerá e em quanto tempo.

TSE-GILMAR-TEMER

Não haverá votação na terça cinzenta. Mesmo  assim, órgãos de comunicação,arriscam palpites,nada maios do que palpites. Ontem, dois impressos profetizavam o resultado de 4 a 3 a favor da absolvição da chapa.Durante esse longo processo ,fiz analise não palpite, o tribunal sofreu muitas substituições, o placar nem sempre era o mesmo.

 Admitamos que haja votação na terça cinzenta ou durante a semana. E que o palpite se transforme em fato. O Ministério Público entrará com recurso no Supremo. Outra realidade completamente diferente. Apesar dos votos amestrados, o Supremo sabe muito bem: Temer não será absolvido nem poderá continuar presidente. Embora vá usar de todo o seu poder ARBITRÁRIO, AUTORITÁRIO, ATRABILIÁRIO. Alem de indecente, ilegítimo e vergonhoso.

PALOCCI ENDEUSADO

Sua delação, indecisa e sem alvos definidos. Inicialmente a delação se basearia em Lula. Como não tem caráter ou escrúpulos, considerava que aí, obteria grandes benefícios. Conversando com amigos, foi alertado: desvendando o que você sabe sobre o mundo financeiro, muito melhor para você, e sem desgaste. Se fixou nisso.

Souberam, banqueiros, altíssimos empresários, profissionais do que chamam de mercado, estão tentando conversar com o ex-ministro. Falta intermediário. Segundo eles, a proposta que têm para Palocci irrecusável.

A propósito: mais problemas e preocupação para o mesmo grupo. Estão convencidos que Mantega, ex-presidente do BNDES e ex-Ministro da Fazenda, também fará delação.

TEMER INESGOTÁVEL NA VÉSPERA DA TERÇA

È só olhar para um lado e o presidente indireto aparece envolvido em irregularidade, impropriedade, falta de credibilidade. Constatem apenas mais estes três fatos, assustadores, mas rigorosamente verdadeiros.

1- Apareceu um coronel da PM, que sem explicação, realizava e fiscalizava obras, na casa de uma filha de Temer.

2- A Policia Federal, cumprindo ordens do Ministro Fachin, preparou 80 perguntas para ele responder por escrito. Ele disse que não responderá. Deve voltar atrás.

3- Jornalistas perguntaram quando acabaria a crise, respondeu: "Quando acabar o mandato do Janot". Isso é a complementação da sua nova estratégia de defesa: confronto com o Procurador Geral.


Um comentário:

  1. Diretas ou Indiretas? Eis a questão...

    Hoje às 19 horas o país estará observando o seu futuro ser decidido.

    Que os Ministros concluam enfim esse inexplicavelmente longo trabalho. Que não haja pedidos de vista ou outros artifícios protelatórios. E que se aplique, ainda que arriscada e tardiamente, o precedente do governador do Amazonas.

    Aqui, já deveriam ter cassado essa chapa faz tempo. Nos dois primeiros anos. Daí não restaria polêmica quanto à eleição direta.

    Ainda hoje ou até o último ano, ou até os últimos seis meses, ainda há espaço interpretativo e político.

    Há vários precedentes, como o do governador do Amazonas e pelo menos seis prefeitos municipais.

    O fato é que: caso haja eleições indiretas, entrará mais um sujo pau mandado e o rolo compressor das reformas seguirá atropelando os trabalhadores e contribuintes.

    O Ministro Luís Roberto Barroso aplicou, no caso do Amazonas, o parágrafo 4º do artigo 224 do Código Eleitoral (alterado pela Lei 13.165/2015).

    Embora questionado na ADI 5.525 em face da redação do art. 81 da Constituição. Lá no Amazonas haverá eleições diretas no próximo dia 6 de agosto para governador do Estado.

    Esse espaço interpretativo confere um poder enorme aos julgadores e intérpretes legais e constitucionais.

    Numa análise financista e de interesses dos grupos que comandam, eleições indiretas são o mais provável e também o mais fácil, em virtude da redação explícita do art. 81.

    Mas há juristas argumentando que os dois últimos anos seriam correspondentes ao período de mandato presidencial original de cinco anos. Abrindo praticamente uma mutação para colocar indiretas só no último ano do mandato.

    Seria o mais interessante para o povo e o mais trabalhoso para os grupos políticos dominantes.

    Infelizmente, até um desavergonhado pedido de vista ou alguma outra medida protelatória podem ser usadas para segurar o cadáver político mumificado por mais algum tempo.

    Pedro Ricardo Maximino

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