JOESLEY-TEMER-AÉCIO
HELIO FERNANDES
Ontem comecei a contar o primeiro
encontro publico, entre o então vice, candidato á reeleição, e o dono da JBS,
que despontava para a celebridade criminosa. Interrompi,
estava ficando longo, retomo as lembranças e a narrativa. Começou com grande
intimidade, incluindo o numero do celular do presidente.
Durou alguns anos, prosseguiu nos
porões do palácio, chegou a essa baixaria colossal, que estarrece a opinião
publica e até mesmo os políticos que cercam o presidente, com um comportamento
jamais visto. Mas que começou inteiramente diferente. Nesse dia mesmo, Joesley
confidenciou a Temer: "Vamos participar desta campanha, nosso projeto
inicial é de 400 milhões". Temer ficou surpreendido, mas interessado.
Perguntou como executaria o
plano, a resposta: "Pretendemos fazer a doação para os 4 maiores partidos".
Empolgado quando se tratava de dinheiro, Temer sugeriu: "Você devia doar
para 6 partidos, sua influencia seria maior". Joesley estranhou a
sugestão, pois o PMDB naturalmente entre os beneficiados, deveria querer numero
menor e não maior de partidos.
Joesley desconversou, só voltou a
falar no assunto mais tarde, no almoço a 3, incluíram Meirelles, importante
Presidente do Conselho de Administração da JBS. E para surpresa de Temer, passou
a falar da ligação com Aécio Neves, candidato presidencial. Surpreendido mas
interessado, ficou em silencio, ouvindo.
AÉCIO
PEDIU 100 MILHÕES
Joesley começou com essa
afirmação discorrendo sobre ela. Só aí Temer interrompeu: "Você não pode
financiar o meu adversario". Joesley foi duro, mas explicito: "Ainda
não dei resposta ao Aécio, não quero fazer doação pessoal. Mas tenho que
pensar no futuro da minha empresa, que é hoje a maior do país".
Continuou: "O Aécio pode
virar presidente, aí tenho que me relacionar com ele". Temer não
gostou.Joesley tentou consolar, "ainda não decidi". Mentira sobre mentira.
Logo depois esteve com Aécio. Que lhe pediu: "Preciso de 50 milhões para o
primeiro turno, e outros 50 para o segundo". Disse que estava difícil,
mas 1 mês depois, doava os 50 milhões para o segundo turno .Fiquem
estarrecidos á vontade: EM DINHEIRO VIVO.
Todo investido
em SP foi a REAÇÃO do Aécio que chegou a assustar o Planalto. Dilma cobrou de
Temer, que era o encarregado da parte mais volumosa do financiamento. Aí, Temer não podia fazer nada, cobrou de
Joesley, que, corrupto arrogante, não ligou. Mas começou a autodestruição dos
dois, que não se salvarão.
A JUSTIÇA CONTRA TEMER
No TSE
não foi vitoria, e sim desmoralização do judiciário, "comandado" por
Gilmar Mendes. Agora, na Justiça criminal de primeira instancia, Temer entrou
com ação contra o Batista, alegando "injuria, calunia e difamação". O
juiz de primeira instancia, numa sentença-libelo, recusou a ação, fulminou
Temer: "Não houve nada do alegado, o acusado tem todo o direito de
publicar a narrativa de fatos dos quais participou".
A
situação de Temer é calamitosa.
A do
corrupto Joesley não é melhor.
Mas os
objetivos e os prejuízos, diferentes.
SUPREMO: INJUSTIÇA, COM O ASSESSOR DE TEMER
Está sofrendo
tremendamente, entre violência na Papuda, e trocando, por uma cela de 6 metros
quadrados, sem o mínimo de higiene. Entrou com um pedido de liberdade, o
Ministro Lewandowski que podia conceder transferência para prisão domiciliar,
mandou para o plenário, não se sabe quando será examinado.
Não quero defender, apenas comparar.
Ele era
apanhador de Temer. Apanhador de trigo em campo de centeio. Numa das gravações
das madrugadas no porão do palácio, quando Joesley falava em dinheiro, Temer
respondia: "Isso é com o Loures". Agora tudo cai em cima do assessor.
Temer cada vez mais acusado, e intocado.
DELFIM NETTO: SERVO DA DITADURA, CRITICO ARROGANTE DA DEMOCRACIA
Nenhum
general foi tão golpista e aproveitador quanto esse civil. Se não tivesse existido
a ditadura, seria pretensioso professor de escola do interior. Com a
implantação do regime de exceção, fez a carreira mais deslumbrante que se pode
imaginar. Começou mocissimo, agora depois dos 80, continua explorando o passado
!964, Secretário
de Finanças de SP. 1967- Ministro da Fazenda de Costa e Silva. Morto ele, em
1969, continuou com Médici até 1974. Pensou (?) que continuaria com Geisel, nem
foi consultado, foi trocado por Mario Henrique Simonsem, que eu só chamava de
"gênio incompetente". (As duas coisas verdadeiras).
Pretendeu
então ser "governador" de SP,
generais apreensivos, arranjaram" para ele ser embaixador na França.
Geisel concordou, 4 anos maravilhosos em Paris. A embaixada na "margem
direita" (do rio Sena) a mansão residencial na "margem esquerda".
Festas diárias e extraordinárias, levou todo seu grupo para lá. Em 1978 voltou
para o Brasil, Figueiredo montava seu governo, pretendeu ser Ministro
novamente.
Seu amigo
e sócio (principalmente no superfaturamento da Ponte Rio-Niteroi) Andreazza
falou com Figueiredo, este respondeu: "Você devia ter falado antes, agora
só tem a Agricultura". Andreazza, que apesar de tudo era ingênuo,
respondeu, "isso ele não aceita". Aceitou, 1 ano depois, Simonsen
pediu demissão, eis Delfim voltando ao inicio e ficando até o fim.
Ontem, apedrejou
a imprensa em geral, disse,de "técnicos de futebol" que sempre foram,
para "competentes jurisconsultos", para escrachar (textual) ministros
do TSE, STJ, STF.
QUESTÃO FACHIN
Depois
de 4 horas, só haviam votado 2 ministros:o relator, o próprio Fachin e o
ministro Alexandre de Moraes Depois de 4 horas, a presidente encerrou os
trabalhos. Ambos a favor da manutenção de Fachin e a validade da delação da JBS.
Carmen Lucia garantiu que continua hoje.
A
tendência é ser aprovada a "tese" Fachin, que agrada a quase todos, é
altamente democrática. Dois pontos. 1- A homologação, totalmente burocrática,
fica monocraticamente com o relator. 2- O exame do mérito,
realmente importante, é realizado pelo plenário. Defendo Fachin, e já defendi. "que
todos esses fatos não comecem e terminem com um só Ministro". Acho que
isso será aprovado, com exceção de Gilmar Mendes, que deu um aparte monótono e
foi embora.
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