O STF FOI OSTENSIVAMENTE
COVARDE EM 64. PARA O ENTÃO PRESIDENTE DO STF ALVARO MOUTINHO RIBEIRO DA COSTA, O GOLPE MILITAR FOI LEGAL? NÃO SE MANIFESTOU, NÃO SE PRONUNCIOU. CONCORDOU. A CORTE SE ESCONDEU DEBAIXO DA TOGA VETUSTA. EM 2017, UM POUCO DIFERENTE NA FORMA, PORÉM
COMPROMETEDOR E ARDILOSO. O BRASIL NÃO MERECE ISSO
ROBERTO
MONTEIRO PINHO
O Tribunal Superior do Trabalho (TSE) encerrou na sexta-feira, (9 de
junho), o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, que
venceu as eleições de 2014. O ministro Herman Benjamin, relator do caso, votou pela cassação do mandato do
presidente Michel Temer. O placar foi
de 4 votos contra 3.
O ministro Gilmar Mendes protagonizou um dos maiores desafetos a
sociedade, não apenas pela decisão, mas também pela forma como se manifestou a
respeito de sua decisão no plenário do STF.
Já em suas considerações a ministra Rosa Weber descartou a tese de que,
uma vez reconhecida à natureza ilícita das doações recebidas pela chapa
Dilma-Temer, ficaria automaticamente reconhecida à ilegalidade de contribuições
a outras candidaturas feitas do mesmo jeito pelas mesmas empreiteiras. Ou seja,
cada caso é um caso e cada juiz faz seu juízo.
Partindo dessa argumentação, entendo que todos os que respondem ou
responderam pelo mesmo crime, se aplica a decisão da Corte Superior.
O STF foi ostensivamente covarde em 64. O golpe militar foi legal? Não
se manifestou, não se pronunciou. Concordou. A corte se escondeu debaixo da toga vetusta. Em
2017, um pouco diferente na forma, porém comprometedor e ardiloso. O Brasil não
merece isso.
Lembrando
aqui esse episódio de 64. Alvaro Moutinho Ribeiro da Costa era o presidente do STF.
O ministro covarde e entreguista, não só participou, mas também deu cobertura
ao golpe de Estado que depôs o presidente constitucional João Goulart.
Entre as 3 e
as 4 horas da madrugada de 2 de abril daquele ano, Ribeiro da Costa presenciou
e deu a bênção ''constitucional'' à posse do deputado Ranieri Mazzilli na
Presidência da República. A Presidência havia sido declarada vaga, e os golpistas
anunciavam que Goulart deixara o país. Mentira: ele voava ou desembarcara havia
pouco em Porto Alegre. A posse de vacância, no batismo da ditadura, ocorreu no
gabinete presidencial do Palácio do Planalto.
Os golpistas
rasgavam a Constituição vigente, de 1946, e o presidente do STF firmou posição
que a deposição de João Goulart era constitucional.
Pergunta o cidadão contribuinte: “O STF é confiável”?
O julgamento do Mensalão, que se arrastou por mais de dez anos, é tido
como ato político, e, especialmente o julgamento pelo STF.
Sem a menor
dúvida, foi, por suspeita, um julgamento
político. Transformou-se um crime eleitoral (o caixa 2 do PT) em caso de
corrupção e apropriação de dinheiro público, apesar de ser dinheiro proveniente
da Visanet, uma multinacional (hoje Cielo) que tem faturamento superior ao PIB
de muitos países considerados "desenvolvidos".
Reclamam (sem
com razão ou não) os condenados, de que só no
Brasil um julgamento de caráter político, orquestrado pela mídia, chegaria ao
ponto que chegou.
Pergunto, e o julgamento do dia 9 de junho? Estaria dentro da mesma engenharia
em que provocou o primeiro desmanche no Partido dos Trabalhadores?
Em dezembro de 2016, o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou, em nota oficial divulgada na última
quinta-feira (1º), estar tranqüilo com a decisão do STF (Supremo Tribunal
Federal), que aceitou a denúncia contra ele por peculato (desvio de dinheiro
público por funcionário que tem a seu cargo a administração de verbas
públicas).
Renan também enxergou uma
"investigação repleta de falhas" do MPF (Ministério Público Federal).
O peemedebista destacou que "a aceitação da denúncia, ainda que parcial,
não antecipa juízo de condenação" e explicou que vai comprovar a sua
inocência no caso.
O senador é acusado de receber
propina da construtora Mendes Junior em troca da apresentação de emendas no
Congresso que beneficiavam a empreiteira. O dinheiro teria sido usado para
bancar despesas pessoais da jornalista Monica Veloso, com quem Renan mantinha
um relacionamento extraconjugal.
A decisão
do TSE, fulmina no âmbito jurídico a ameaça a chapa Dima-Temer. Agora o
presidente Michel Temer tem que se preocupar com outras frentes que podem
resultar na perda de seu mandato. A partir da possível denúncia a ser
apresentada pelo procurador-geral, o Supremo Tribunal Federal (STF) terá de
solicitar a autorização da Câmara dos Deputados para julgar o pedido.
Se o
Legislativo autorizar, por dois terços dos parlamentares (342 dos 513) em
votação nominal, os ministros do STF poderão julgar o presidente.
Conseqüentemente,
caso os magistrados concordem com que ele se sente no banco dos réus, Temer é
afastado da presidência, conforme previsto no artigo 86 da Constituição
Federal.
Por isso,
Temer manterá duas linhas de defesa. Na esfera judicial tenta suspender as
investigações no âmbito da JBS. Enquanto que na frente de batalha política,
tentará reduzir a perda de apoio.
O fato é
que Temer saiu praticamente fortalecido após a decisão do STF. Na última
segunda-feira o PSDB ia se reunir para definir se manteria ou retirava o
suporte ao governo. Agora, diante do resultado favorável a Temer, é possível
que reformule a questão.
Agora que
temos o sinal de uma recomposição parlamentar do PMDB e do PSDB, o apoio às
reformas apresentadas pela gestão peemedebista, como a da Previdência e a
Trabalhista vão ganhar oxigênio e podem ser aprovadas.
Se forem,
Temer se consagra na cúpula governista, mas pede mais credibilidade, pois
segundo a última pesquisa que vai circular na mídia, ele tem 92% de rejeição do
cidadão.
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