Sindicatos
vão gerir os conflitos do trabalho
(...) “Em
2002, com a mudança de governo, veio a euforia, e por entenderem que o líder do
Partido dos Trabalhadores (PT) e então presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
seria um aliado as convicções e aspirações dos seus magistrados e
serventuários”.
ROBERTO MONTEIRO
PINHO
No
Executivo e dentro do próprio Congresso existe uma profunda discussão para
definir se a justiça laboral continuará o seu papel de proteger o trabalhador
que a ele recorre ou as relações de emprego e a segurança jurídica.
Posso
assegurar que os números desalentadores das execuções das ações trabalhistas,
não correspondem ao investimento estatal, numa estrutura que está debilitada,
viciada, onde a cultura do serviço público moroso, soberbo e acima de tudo
insolente com os demandantes, contribuiu decisivamente para que a enfraquecesse
como instrumento de solução de conflitos.
Juízes e
servidores enveredaram por um caminho que acabou por gerar antipatia e total
rejeição dos que militam neste judiciário. Por outro, os números conferidos nas
pesquisas de avaliação realizadas com a população, são extremamente caóticos.
Isso deprecia a especializada e conseqüente influencia o Congresso a caminhar
na direção da sua extinção.
Em 1999,
quando geria meu período no Tribunal do Trabalho da 1ª Região, alertei os pares
para que evitassem o aparelhamento político da instituição, por dois motivos
básicos. O tempo, eis que as transformações são cíclicas e a disseminação de um
antagonismo que levaria a justiça trabalhista para o cadafalso.
Em 2002,
com a mudança de governo, veio a euforia, e por entenderem que o líder do
Partido dos Trabalhadores (PT) e então presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
seria um aliado as convicções e aspirações dos seus magistrados e
serventuários. Outro ingrediente veio açodar mais ainda esse posicionamento.
Ao longo
de seus dois governos e ainda o da sua indicada Dilma Rousseff, Lula, jamais se
identificou com este comportamento. É natural, eis que apenas seus atores, se
acham importantes no contexto republicano.
O deputado federal Vítor Lippi
(PSDB/SP) informou em seu discurso na Câmara que o Brasil tem de 30 a 40 vezes
mais ações trabalhistas do que outras economias do mesmo tamanho ou até
maiores. E 90% desses processos são baseados em fraudes. Lippi apresentou dados
comparativos coletados pelo sociólogo José Pastore e pelo Conselho Nacional de
Justiça. Enquanto os Estados Unidos tem 75 mil novas ações trabalhistas novas
por ano, a França 70 mil e o Japão 2,5 mil, o Brasil registra 3 milhões de
novos processos por ano. Além do alto número, o parlamentar afirmou que essa
média cresce 20% ao ano. Para ele, isso é um risco para a economia nacional.
Olvidaram
esses senhores da estatal judicante, que o presidente, e seu partido estavam
intimamente ligados ao universo sindical (via CUT certamente), mas de toda
forma só dava abertura a esse segmento. Foram anos silenciosos e a justiça
laboral, manteve a mesma postura ousada e, desafiando até mesmo o seu tribunal
superior e outros órgãos afetos.
Hoje os
discursos do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra Martins
Filho, e do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, também ministro do
Supremo Tribunal Federal, conflitam entre que é preciso proteger o emprego
e o equilíbrio nas relações de trabalho.
Diante do
impasse os juízes do trabalho e o MPT, requereram e o ministro Gilmar Mendes
suspendeu temporariamente as decisões sobre aplicação de acordos e
convenções coletivas. Com isso os efeitos de decisões na Justiça do Trabalho
que discutam a aplicação de acordos e convenções coletivas que já deixaram de
vigorar.
Evidente que a reforma
trabalhista precisa do aval sindical. Uma vez em pratica, as negociações
coletivas e as decisões dissidiais vão valer, daí que caberá tão somente aos
juízes homologar, ou então, mais uma vez repetir, (o que na pratica já fazem)
criar dificuldades, com decisões contrárias ao acordado.
Neste ponto, temos que perguntar
se o juiz trabalhista é um servidor especializado ou é um julgador
imaginariamente ideológico?
Para o deputado Vitor Lippi (PSDB/SP) a
única explicação para o alto número é que os trabalhadores estão sendo
induzidos a promover fraudes ao entrarem com ações que não se sustentam
legalmente. Lippi disse que após analisar os números levantados por uma grande
empresa paulista, passou a ter convicção de que 90% das ações trabalhistas são
baseadas em fraudes.
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