O precipício que apavora o
presidente indireto
HELIO FERNANDES
Seu nome é
Michel Temer, todos sabem, mas ninguém acredita nele. Chegou á presidência sem
disputar em toda a vida, uma eleição direta. E olhem que ele está com 77 anos,
sempre na política. Chegou a vice duas vezes, cansado de ser
"decorativo", como ele mesmo confessou, se juntou a Eduardo
Cunha, para consumarem a conspiração parlamentar.
Vitoriosos,
ocupou o Planalto, sem povo, sem voto, sem urna. Incorporou mais 2
palácios, poderia fazer esquecer toda essa traição, se fizesse um governo
positivo e produtivo. Mas como não tem a menor competência, vai de fracasso em
fracasso, dominado por tudo o que acontece á sua volta. Nada a favor,
tudo contra.
Provisório
e logo depois indireto, prometeu um ministério de NOTÁVEIS. Mas o máximo que
conseguiu foi um ministério de precários. De acordo com o que foi confessado
pelo seu principal articulador, Eliseu Padilha.
Tem
um futuro imprevisível, Feito Chefe da Casa Civil, acuado e acusado de todos os
lados, não sabe se volta. Prostrado e renovando atestados médicos, não sabe
nada sobre o seu futuro. O que acontece com o próprio chefe.
TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE, DERRUBADOS
Chegou
ao poder cercado e acarinhado por 6 homens de total confiança. Alguns
vinham de longe, foram caindo um a um, sem que pudesse ampará-los ou garanti-los.
O primeiro, o mais importante, poderoso, arrogante ,durou 6 dias, foi
implacável. Agora foi feito líder no Senado. Os outros tiveram que sair (foram
"saídos"), sem contemplação.
Todos
mais do que "chamuscados", verdadeiramente incendiados.
Esqueceu que deve tudo ao ex-presidente da Câmara agora preso. Este foi o
primeiro a citar o amigo de 50 anos, Yunes, numa simples lembrança.
Pediu
logo demissão, e menos de 2 meses depois, aparece envolvido numa novela medíocre,
em que recebe, a pedido de Eliseu Padilha um "documento", que não
parecia dinheiro, que outro personagem duvidoso iria buscar. Uma tremenda
charlatanice, com o obvio conhecimento de Michel Temer.
Os
homens de confiança foram sendo afastados, sem a menor consideração. Precisando
mostrar serviço, o presidente indireto caminha para completar 1 ano no poder,
Sem nenhuma realização desde o inicio se refugia na Reforma da Previdência,
talvez necessária.
E
numa outra, a trabalhista, exigência dos empresários que financiaram a compra
dos votos para a imposição do impeachment na Câmara. No Senado, foi tudo muito
fácil, estava implícito e explicito no pacote de adesão.
ULTIMO RECURSO: INTIMIDAÇÃO
Sabe
que precisa de resultados positivos, não bastam os sussurros tímidos do ministro
da Fazenda: "Temos sinais positivos do fim da recessão". Faltam 100
mil demissões para os desempregados chegarem a 13 milhões. Esse é o ponto mais
cruel e dilacerante da crise.
Jogando
tudo na Reforma Previdenciária adverte: "Se a reforma não for aprovada
como saiu do Planalto terá que haver AUMENTO DE IMPOSTOS". intimidação
visível, que já vinha sendo praticada ha meses pelo próprio Meirelles, quando
dizia e repetia: "Não estamos pensando nisso, no MOMENTO, mas é bem
possível que tenhamos que recriar a CPMF".
SEM
recuperação. Retomada lenta
Apesar do
que dizem Temer e Meirelles, o país continua, digamos, com três velocidades: pra
trás, lento e devagar. O que leva o ministro da Fazenda, a afirmações como
esta, de ontem: "O resultado do PIB,visto hoje, é um espelho
retrovisor".
O
Citibank, sem complicação, e em linguagem simples, garante: "O PIB mostra
que a recuperação do Brasil é muito lenta". Eu diria, inexistente ou vista
com excesso de otimismo.
Resultado do IBGE
"Em
2016, o Brasil registrou a pior recessão da historia". Não esquecer e não
tentar favorecer um personagem ou outro. Nesse 2016, 5 meses transcorreram com
Dona Dilma. Os outros 7 com Temer, que assumiu em maio. Que afirmou e
reafirmou:"Meu objetivo é recolocar o país nos trilhos". O indireto
está tão longe disso, quanto da incerteza a respeito do seu futuro e
logicamente do país.
Senador Valdir Raupp
A
Segunda Turma do Supremo aceitou denuncia contra ele. Passou a REU da
Lava-Jato. Por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Excelente.
Mas e os
outros senadores, muito mais importantes e mais deslavados? O senador de Rondônia
tem todo o direito de se julgar injustiçado. Perseguido. Afinal, existem
senadores do mesmo PMDB, muito mais enriquecidos e ostensivos.
PS- No
final da terça feira, ontem, Temer anunciou: "Pacote de CONCESSÕES de 45 bilhões,
e criação de 209 mil empregos". Muito perto da incógnita ou do indecifrável.
PS2- Como
estava falando, Temer aproveitou para mistificar sobre a Previdência: "os
que estão reclamando são os que ganham mais". Como se ele fosse defensor
dos que ganham menos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário