Rodrigo
Maia. Depois da "reeleição", se desgasta com a arrogância
HELIO FERNANDES
Nem ele
acreditava que pudesse chegar tão longe. No quinto mandato de deputado federal,
ficou praticamente desencontrado ou despercebido, jamais desperdiçado. Ocupou,
por rodízio, a presidência do DEM, que mudou de nome, para que esquecessem que
já foi PFL, com todos os resquícios ditatoriais.
A vacância
do importantíssimo cargo de Presidente da Câmara, por causa da renuncia e
cassação do CORRUPTISSIMO Eduardo Cunha, criou um vazio que precisava ser
preenchido mediatamente. Já se disse tudo sobre o ex- e nada é injusto ou inverídico.
Mas um fato é irrefutável: ele tinha comando e capacidade de proselitismo acima
de qualquer contestação. Criou um grupo político que mandou e desmandou.
Era preciso
substituição imediata, o próprio ex-lançou Rogerio Rosso, que ele colocara, sem
eleição, como Presidente da Comissão Especial do Impeachment. Rodrigo Maia
percebeu a oportunidade, a fragilidade do candidato, se ligou a Temer, ficou fortíssimo,
praticamente invencível, o que foi confirmado pela eleição.
Eram 7
meses de presidente da Câmara, com um adendo inédito em toda a Republica. Como
o vice estava na presidência, todas as vezes que não estivesse no cargo, (eventualmente
viagens), o presidente da Câmara assumia. O que aconteceu varias vezes,
elevando o ego e a conseqüente ambição de Maia, a limites jamais imaginados.
A "REELEIÇÃO", A IMAGINAÇÃO E A CONQUISTA
DE MAIS 2 ANOS
Começou
logo a se movimentar no caminho da candidatura a governador, surpreendente mas
não execrável. Só que percebeu que 7 meses passam rápido, começou a transar a
"REELEIÇÃO", sempre com o apoio do Planalto. E a garantia
antecipada e não esperada do Supremo.
Os
adversários que diziam "entraremos com todos os recursos possíveis",
preferiram o silencio. E o Rodrigo Maia que assumiu sem problemas, é outro,
parceiro de Renan e Jucá. Como eles, adversário da lava-Jato, ostensivo e sem medo
de coisa alguma.
Já vinha
mudando em novembro, antes mesmo da " REELEIÇAO". Seguindo o mestrado
de Renan, resistiu a uma decisão magistral do ministro Fux, a respeito do
projeto popular com mais de 2 milhões e 400 mil assinaturas, e tem tramitação
especial, determinada pela Constituição.
NA
"sessão da madrugada", deturparam o conteúdo do projeto, que foi
aprovado na Câmara. Enviado para o Senado, ficou meses e não foi votado.
Começou a traição de Maia á Constituição e á comunidade. Em relação ao Ministro
Fux, mostrou toda a incompetência, afirmando publicamente: "Não sei o que
fazer". Estarrecido, recebeu o projeto enviado pelo Senado, agindo contra
a opinião publica.
MAIA "GANHA" TEMPO
Pressionado
por conselheiros da Câmara, determinou a "conferencia " das mais de 2
milhões de assinaturas o que deve levar de 2 a 3 meses. E já garantiu: "Terminada
a contagem, mando tudo para o Senado". O presidente Eunicio já disse que
não recebe, '"a votação tem quer ser feita pela Câmara", o que é rigorosamente
verdadeiro.
Maia
continua mudando de posição quase diariamente, principalmente movido pela
certeza de que pode ser governador do Estado do Rio em 2018. Para um presidente
da Câmara, devia ser mais bem informado. O tempo do presidente indireto está se
esgotando no TSE. Com isso haverá eleição indireta para presidente e vice. E
Rodrigo Maia voltará á planície da Câmara, com a mudança no Planalto da
Republica.
De qualquer
maneira, enfrenta grande resistência, em Brasília e no Estado do Rio. Está
tentando levar tudo em alta velocidade, sem a menor consideração por ninguém.
Tem legenda para se candidatar, mas até agora não tem votos. E corre o risco de
disputar, perder, e ficar pelo menos 4 anos sem mandato. Pode até se mirar no
exemplo do pai.
Depois de
muito tempo prefeito, Cesar Maia se candidatou a senador, perdeu. 4 anos mais
tarde concorreu a governador, nova derrota. Nos intervalos finge de vereador.
Em 2018, pai e filho têm que se acertar.
Cesar
pretendia disputar o governo, mas pode trocar para senador, são duas vagas,
talvez se eleja e ajude o filho. Principalmente porque política e
eleitoralmente o estado e o Rio capital, sofreram tremenda devastação.
Aparentemente
sobrou apenas Eduardo Paes. Ou talvez Crivella, que pressionado pelo tio
poderoso, pode se desincompatibilizar e concorrer a governador. È um projeto
antigo do dono da Record, atrasado por causa de duas derrotas do sobrinho.
A farsa da sabatina levou o dia todo
Começou
exatamente ás 10 horas, como estava marcado. E o presidente tendo que negar uma
questão de ordem, logicamente da oposição. Não houve um momento de interesse,
de emoção, de sensação. Nem na replica ou na treplica, saíram do lugar comum. A
cobertura da comunicação, total, as televisões abandonaram seus programas
habituais, transmitiram como se fosse um grande espetáculo.
Alexandre
não tem perfil de Ministro, seriedade de Ministro, competência de Ministro.
Tenho que confessar com imensa tristeza: Renan Calheiros estava coberto de
razão, quando comparou Moraes, então ministro da Justiça, a um "chefete de
policia". Foi falando por falar, desperdiçou o tempo geral, fingindo que
"reforçaria o Supremo", que era o homem certo para o cargo certo
As 16,20 comentou:
"Havendo solução de confronto, deve se dar prioridade e preservar a
harmonia do poderes". Logo depois tratou do "perigo de uma crise
institucional, que pode ser provocada pela falta de serenidade". Não
localizou o Poder onde estariam os mais exaltados.
Mas
deixou entrever que ele é sempre um homem calmo, aberto ao dialogo e ao entendimento.
"Esqueceu" da violência que a policia de São Paulo praticava contra
estudantes que ocupavam escolas. Ou das arbitrariedades da "Força
Tarefa", no estranho "caso do hacker".
Nos
dois episódios, ele era o Secretario de Segurança, sabidamente pretendendo se
candidatar a governador. Com impossibilidade total, era filiado ao PSDB. Sua
vida sofreu a reviravolta que o país está assistindo. Foi Ministro da Justiça e
indicado para o Supremo, filiado ao PSDB. Lógico, teve que se desfiliar.
O PLENARIO, REPETIÇÂO, EM TEMPO MAIOR, DA CCJ
Queriam acabar
tudo na mesma terça. Da CCJ continuariam para o plenário, erraram completamente
nos cálculos. Levaram mais de 10 horas, numa Comissão que entre efetivos e
suplentes, tem 26 membros. Ainda não decidiram se a sabatina no plenário será
hoje quarta estavam todos exaustos. Mais 1 ou 2 dias, nenhuma importância, só
contrariedade.
Pelo
tempo consumido na CCJ, quase impossível, que a sessão no plenário, esgote o assunto
num dia, quarta, hoje, ou quinta amanhã. Perguntinha inócua: as televisões
continuarão acreditando na certeza da audiência?
TRUMP NO PLANO INTERNO
Tragédia
total. Arrogante, teve seus poderes reduzidos pela justiça, em 3 instancias.
Com 15 dias na Casa Branca, demitiu o Conselheiro de Segurança, personagem de
enorme importância. E não consegue substituto. O ultimo convidado (ante ontem)
mais admirador de Obama do que de Trump, recusou.
A secretaria
de Educação, que não tem títulos ou credenciais para o cargo, foi vetada pelos
2 partidos no referendo do Senado. Com muito esforço, conseguiram que os 100
senadores, se dividíssem, 50 a 50. Foi necessário que o vice presidente, que
eventualmente preside o Senado, desalojasse o efetivo, sentasse na cadeira por
1 minuto, e aprovasse a secretaria por 51 a 50. Total estranho de 101, num
Senado que só tem 100 titulares.
O senador
Saunders, acertou em cheio. Se em apenas 1 mês, Trump cometeu tanta incongruência,
incoerência e incompetência, imaginemos o que acontecerá com os EUA e o mundo,
se ele completar 1 ano. Não será preciso MULTIPLICAR os erros de agora, basta
SOMA-LOS. Será uma verdadeira tragédia grega, em tradução livre para vários
idiomas.
PS- Lição
que vem da Espanha, (terra do meu pai, que nasceu em Barcelona) para os
recebedores de propina das empreiteiras roubalheiras. O Rei Felipe Sexto, teve
a irmã e o cunhado, envolvidos em desvio de dinheiro publico.
PS2 - Processados,
ele foi condenado a 6 anos de prisão. Sem foro privilegiado ou aristocrático, o
Procurador Geral pediu o imediato cumprimento da pena. A mulher, irmã do Rei,
foi absolvida. Mas terá que pagar multa, não insignificante.
PS3- No
Brasil, os acusados ocupam cargos elevados, se livram de condenações e prisões,
conspirando contra a Lava - Jato. Sem deixarem os cargos, garantidos pelo foro
privilegiado. Que Republica.
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