A Lava-Jato tem NOVO relator, o
presidente da Câmara é o MESMO
HELIO FERNANDES
Ontem eu terminava, esclarecendo: "A quarta interrompida, e a
quinta, definitiva". E sem o menor risco, afirmava:
"Se o Supremo não vetar o seu nome, Rodrigo Maia se elege no primeiro
turno". Está tudo escrito de véspera e não deu nada errado.
Maia teve
5 adversários, todos entraram no Supremo, contestando sua candidatura. O
relator, decano Celso de Mello, ficou uns dias para escolher entre 3
possibilidades. Dizer SIM á candidatura, NÃO, ou então expressar sua convicção
conhecida: o Supremo só deve intervir no Legislativo, se isso for rigorosamente
imperioso.
Na
quarta, ás 22 e 13 minutos, surpreendendo alguns, Celso de Mello revelou sua
decisão: "Só a própria Câmara pode impedir candidaturas, qualquer que seja
a argumentação". Depois da palavra do Ministro, deputados tentaram implodir
Maia. Mesmo juntando os outros 5 candidatos, não conseguiam retirar a
candidatura dele. E disputando, perderiam na certa. Maia precisava de 257
votos, teve 293, margem tranqüila.
MAIA GANHOU A ELEIÇÃO E O FUTURO
Tem ou
terá, 2 anos radiosos. Como presidente EFETIVO da Câmara, substituto EVENTUAL
do Presidente da Republica. Nada absurdo que esteja pensando e trabalhando para
o prolongamento da carreira. Que é naturalmente a eleição para governador do
Estado do Rio.
Tem que
acreditar, sonhar, trabalhar para que o regime tenha mesmo 2 anos. Dificílimo
mas não impossível. Citado 43 vezes na Lava-Jato. Ameaçado ha 14 meses de ter o mandato
cassado pelo TSE, Temer tem sido salvo esse tempo todo, pela proteção de Dias
Toffoli, até maio, e de maio até agora por Gilmar Mendes. Isso não é "forma
republicana" de pertencer aos mais altos tribunais do país.
Se
finalmente Temer for "flagrado" e cassado, haverá eleição indireta.
Para presidente e vice, a sucessão ficará completa. E pode atingir o presidente
da Câmara e do Senado, apesar de terem sido escolhidos diretamente. Temer
influiu na vitoria de Maia, mas não tanto quando admite ou propaga.
A ESTRATEGISTA CARMEN LUCIA
O Brasil
e o Supremo tiveram a sorte admirável, de ter como presidente, uma mulher
carismática, talentosa, que pensa no futuro. E com isso, toma suas decisões,
baseada na tática e na estratégia. È mais do que visível que tinha objetivos,
conquistou todos. Examinemos.
1- Fechou
a questão com ela mesma, considerando que seria a melhor solução. Ou seja: o substituto
de Zavascki teria que ser da sua Turma, a Segunda. Não só por ser a
continuação, mas porque lá estava Celso de Mello, irrefutável e irrevogável, se
a prevalência fosse por INDICAÇÃO.
2-
Precisava completar essa Segunda Turma. E do principio até o fim, se fixou no
nome de Edson Fachin, da Primeira. Não tinha prioridade, mas sabia que os
outros 4 da Primeira Turma, não eram fanáticos pela transferência. Marco Aurélio
Mello, chegou a dizer: "Não recuso processo, mas no caso, prefiro assistir
na arquibancada".
3- Tudo
acertado, ontem ás 9 da manhã, Fachin já era da Segunda Turma. E como cabia a
ela decidir pelo sorteio na Turma ou no plenário, decidiu pelo mais arriscado.
4- A
estratégia da transferência de Fachin, tinha outro ponto fundamental. Agora, o
Ministro indicado pelo Planalto, irá obrigatoriamente para a Primeira Turma, e
não para a cobiçada Segunda. Que cabeça.
5- A
confiança no sorteio eletrônico, era total, completa, e absoluta. Não iria
escrever todo esse roteiro, para perder tolamente, e ser derrotada apenas por
um toque.
6- Ha
muitos anos, um caso de enorme repercussão iria ser decidido eletronicamente.
Eu cobria jornalisticamente, perguntei ao magistrado que comandava o
episodio: "O senhor não tem medo do computador, de uma traição eletrônica?
E ele tranqüilo: "Existe sempre uma solução". Acertou.
7- Em
1980, quando a Era eletrônica se iniciava, o Millor escreveu uma peça de
teatro, com o titulo: "Computa, Computador, Computa". Defendia a
tese, de que mesmo na badalada existência eletrônica, não existe final infalível,
ou que não possa ser modificado pelo homem. Ou melhor ainda, por uma mulher.
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