A controvérsia e o disparate têm
um nome: Alexandre de Moraes
HELIO FERNANDES
È o personagem
do dia, embora não seja necessariamente elogioso. Principalmente vindo de quem
o critica ha muito tempo. È um extremado carreirista, embora, sabidamente tenha
ou tinha, dois sonhos: ser governador de São Paulo ou Ministro do
Supremo.
Surpreendentemente
tinha preferência para governador. Explicação que dava aos mais íntimos:
"Estou com 48 anos, eleito com 50, estarei livre com 58, tenho todas as
chances de ser presidente da Republica, muito mais moço do que quase todos que
são candidatos agora".
Acordou
estremunhado, e com a confirmação do compromisso que Temer assumiu: era
Ministro do Supremo. Não podia recusar. Mesmo porque, para governador,
precisava da indicação de Geraldo Alckmin, e da eleição, altamente duvidosa. No
voto, podia ser "cobrado" por muita gente, nas ruas, nos órgãos de
comunicação, nas redes sociais.
Perguntariam
por que como secretario, se omitiu diante da tortura mais do que comprovada.
Jamais respondeu ás acusações deste repórter (desde a Tribuna impressa,
continuando aqui) de mandar a policia bater nos estudantes, que
ocupavam
as escolas desativadas. E os atos temerários, espalhafatosos e atrapalhados,
que se acumularam nos 9 meses de Ministro da Justiça. Não esquecendo suas intervenções
na política carcerária.
NOMEADO
PELO PMDB, APOIADO IMEDIATAMENTE PELO PSDB
Quem tem
duvida? Foi do PMDB, agora é filiado ao PSDB, já disse, "vou me desfiliar
do partido". Não é ato de desprendimento e sim de desnecessidade.
Precisava da legenda, quando o sonho era eleitoral. Tendo acordado nomeado,
gostaria apenas de eliminar certas derrotas.
Por
exemplo. Em 2002 foi reprovado na livre-docência da USP. Em 2003, insistiu na
mesma USP, num concurso para professor. Foi derrotado pelo hoje Ministro do
Supremo, Ricardo Lewandowski. O que lhe permite uma comparação, não generosa,
mas também não agressiva. Mais ou menos nestes termos.
"Levandowski,
estou aqui. Ficarei 27 anos, você está praticamente de saída. Serei presidente
do Supremo em 2030, dentro de 12 anos. Estarei com 60 anos. Como é rodízio,
tenho que esperar Carmen Lucia, Toffoli, Fux, Rosa Weber, Barroso, Fachin,
nessa ordem. Sairei do cargo com 62 aos, poderei me aposentar, para tentar
conquistar o outro sonho, ser governador".
PAULO FRANCIS
Nos 20
anos de sua morte, escreveram bobagens e inverdades. Esqueceram ou não
quiseram se lembrar, do ato mais importante da sua vida, que lhe abriu as
portas lá fora, e reforçou as que nem existiam aqui dentro. Tudo que citaram é
sem importância, perto deste fato que desconheceram.
Em 1970,
veio da Vila Militar (onde passou 60 dias com o pessoal do Pasquim, sem receio,
lá era o Exercito, que não tortura ninguém, a tortura é sempre recurso e
objetivo de generais ambiciosos) direto para a Tribuna da Imprensa. Estávamos
no auge da resistência á ditadura.
Falou
convicto: "Helio não quero ficar no Brasil, vou morar nos Estados Unidos.
Tenho 700 dólares de uma Bolsa da Fundação Ford. Se você me pagar 800 dólares,
te mando um artigo diário, preciso de 1 mil e 500 para viver pelo menos
razoavelmente".
Respondi
imediatamente: Francis, te pago os 800 dólares, mas não quero artigo e sim
coluna de noticias e opiniões, igual á minha. Aceitou satisfeito, durante quase
4 anos escreveu diariamente sem faltar ou falhar um dia. A comunicação naqueles
tempos era precária ou inexistente. (Rui Barbosa, escreveu "Cartas do Exílio", da Suíça, de 15
em 15 dias. Depois publicou em livro).
A Varig e
a Panair tinham um serviço para jornalistas, chamado de "bolso do
piloto". O Francis escrevia, levava na agencia (quase em frente ao
seu apartamento em Nova Iorque), tinha o cuidado de manter sempre as matérias
com adiantamento. Chegando aqui, as empresas mandavam entregar no jornal.
Lá se
preparou para aparecer na televisão, quando voltasse. (A TV-Globo começou em
1965, tinha muito espaço. Lançou a “Manhattan”, o Francis logo, logo se
enfileirou). Antes, só se exibira como ator, no Teatro das Segundas Feiras, no
Copacabana Palace. Eu fazia no "Diário de Noticias", a primeira
coluna fora das "socialites", sempre dava um jeito de citá-lo.
Veio para
o Brasil, não repetiu o sucesso da Tribuna, mas estrondou espalhafatosamente na
televisão. Nesse tempo, os jornalistas que escreviam assinado, eram exclusivos.
Foi à época áurea dos que fizeram fortunas com a ditadura, enriqueceram
faustosamente e de forma ilegítima. E dominaram completamente o mercado.
O MINISTRO BARROSO, ELOGIOS
PELA COMPREENSÃO COM A MACONHA
Seu
comportamento e sua explanação abrindo caminho para a legalização, altamente
louvável. No setor o Brasil está longe da realidade. Muita gente acredita que o
Uruguai foi o primeiro a colocar a maconha dentro da lei. Existem mais de 50
países e vários estados americanos, que tratam a maconha, não como droga.
A decisão
do Uruguai repercutiu muito, pelo fato do presidente ser um guerrilheiro que
combateu a ditadura e fazia um governo popular. Houve um tempo, na Europa e nos
EUA, que até presidentes eram acusados de usar maconha quando jovens. Em
relação á legalização de drogas pesadas (cocaína e outros) para acabar com o
narco-tráfico, nenhuma possibilidade.
SARKOZY ASSUSTA TEMER
Ex-presidente
da França será julgado por financiamento ilegítimo da campanha. Ele agora não é
candidato. Tentou, perdeu nas previas. As provas contra ele são fortes, mas a
importância utilizada não é muito grande.
Ao
contrario da chapa Dilma - Temer em 2014, a acusação atinge 430 milhões de
reais, de varias fontes. Temer tenta explicar o inexplicável: "As
campanhas eram separadas, as contas também". Deve ter sido aconselhado
pelo Ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE que vai julgá-lo.
EDUARDO CUNHA-SERGIO MORO
Réu e
juiz se viram pessoalmente pela primeira vez. E não será a ultima. Nesse
processo o ex- presidente da Câmara responde por corrupção, lavagem de
dinheiro,
evasão de divisas. Mas ha muito mais. Esse primeiro depoimento durou 3 horas, e
a situação do acusado, só piorou.
Eduardo
Cunha não respondeu, apenas protestou contra as condições da prisão. Os
advogados jogaram tempo fora, fizeram defesa despropositada e sem fundamento. E
no fim, pediram "a liberdade de Eduardo Cunha".
O próprio
juiz e membros do Ministério Publico ficaram perplexos. Pois esses mesmos
advogados, estão com um pedido de liberdade para o cliente. Pedido que será
julgado hoje, quarta feira, no plenário do Supremo.
PS-
Temer, o indireto, inquieto e incerto, novamente se atrapalha e se confunde com
uma nomeação. Agora, para o ministério da Justiça. Quando chegou ao governo, em
maio, queria um jurista no cargo. Convidou Ayres Brito e outros 2 ministros
aposentados do Supremo. Recusaram.
PS2-
Agora quer um político, mas PMDB e PSDB querem o cargo. E dentro do PMDB, dois
grupos defendem a indicação. Inacreditavelmente, Renan e Sarney, brigam pela
indicação de Edson Lobão, que responde a 6 processos. Sendo 3 na Lava-Jato.
PS3- O
novo presidente do Senado, Eunicio Oliveira, tem um candidato: senador Raimundo
Lira, que presidiu a Comissão Especial do impeachment. E não quer ser derrotado
logo na primeira disputa.
PS4- Foi eleito
com 61 votos. Onde estão? Temer não quer desagradar nem Renan nem Eunicio. Não
quer ou não pode?
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