Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A controvérsia e o disparate têm um nome: Alexandre de Moraes

HELIO FERNANDES

È o personagem do dia, embora não seja necessariamente elogioso. Principalmente vindo de quem o critica ha muito tempo. È um extremado carreirista, embora, sabidamente tenha ou tinha, dois sonhos: ser governador de São Paulo ou Ministro do Supremo. 

Surpreendentemente tinha preferência para governador. Explicação que dava aos mais íntimos: "Estou com 48 anos, eleito com 50, estarei livre com 58, tenho todas as chances de ser presidente da Republica, muito mais moço do que quase todos que são candidatos agora".

Acordou estremunhado, e com a confirmação do compromisso que Temer assumiu: era Ministro do Supremo. Não podia recusar. Mesmo porque, para governador, precisava da indicação de Geraldo Alckmin, e da eleição, altamente duvidosa. No voto, podia ser "cobrado" por muita gente, nas ruas, nos órgãos de comunicação, nas redes sociais.

Perguntariam por que como secretario, se omitiu diante da tortura mais do que comprovada. Jamais respondeu ás acusações deste repórter (desde a Tribuna impressa, continuando aqui) de mandar a policia bater nos estudantes, que  
ocupavam as escolas desativadas. E os atos temerários, espalhafatosos e atrapalhados, que se acumularam nos 9 meses de Ministro da Justiça. Não esquecendo suas intervenções na política carcerária.

NOMEADO PELO PMDB, APOIADO IMEDIATAMENTE PELO PSDB

Quem tem duvida? Foi do PMDB, agora é filiado ao PSDB, já disse, "vou me desfiliar do partido". Não é ato de desprendimento e sim de desnecessidade. Precisava da legenda, quando o sonho era eleitoral. Tendo acordado nomeado, gostaria apenas de eliminar certas derrotas.

Por exemplo. Em 2002 foi reprovado na livre-docência da USP. Em 2003, insistiu na mesma USP, num concurso para professor. Foi derrotado pelo hoje Ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski. O que lhe permite uma comparação, não generosa, mas também não agressiva. Mais ou menos nestes termos.

"Levandowski, estou aqui. Ficarei 27 anos, você está praticamente de saída. Serei presidente do Supremo em 2030, dentro de 12 anos. Estarei com 60 anos. Como é rodízio, tenho que esperar Carmen Lucia, Toffoli, Fux, Rosa Weber, Barroso, Fachin, nessa ordem. Sairei do cargo com 62 aos, poderei me aposentar, para tentar conquistar o outro sonho, ser governador".

PAULO FRANCIS

Nos 20 anos de sua morte, escreveram bobagens e inverdades. Esqueceram ou não quiseram se lembrar, do ato mais importante da sua vida, que lhe abriu as portas lá fora, e reforçou as que nem existiam aqui dentro. Tudo que citaram é sem importância, perto deste fato que desconheceram.

Em 1970, veio da Vila Militar (onde passou 60 dias com o pessoal do Pasquim, sem receio, lá era o Exercito, que não tortura ninguém, a tortura é sempre recurso e objetivo de generais ambiciosos) direto para a Tribuna da Imprensa. Estávamos no auge da resistência á ditadura.

Falou convicto: "Helio não quero ficar no Brasil, vou morar nos Estados Unidos. Tenho 700 dólares de uma Bolsa da Fundação Ford. Se você me pagar 800 dólares, te mando um artigo diário, preciso de 1 mil e 500 para viver pelo menos razoavelmente".

Respondi imediatamente: Francis, te pago os 800 dólares, mas não quero artigo e sim coluna de noticias e opiniões, igual á minha. Aceitou satisfeito, durante quase 4 anos escreveu diariamente sem faltar ou falhar um dia. A comunicação naqueles tempos era precária ou inexistente. (Rui Barbosa, escreveu  "Cartas do Exílio", da Suíça, de 15 em 15 dias. Depois publicou em livro).

A Varig e a Panair tinham um serviço para jornalistas, chamado de "bolso do piloto".  O Francis escrevia, levava na agencia (quase em frente ao seu apartamento em Nova Iorque), tinha o cuidado de manter sempre as matérias com adiantamento. Chegando aqui, as empresas mandavam entregar no jornal.

Lá se preparou para aparecer na televisão, quando voltasse. (A TV-Globo começou em 1965, tinha muito espaço. Lançou a “Manhattan”, o Francis logo, logo se enfileirou). Antes, só se exibira como ator, no Teatro das Segundas Feiras, no Copacabana Palace. Eu fazia no "Diário de Noticias", a primeira coluna fora das "socialites", sempre dava um jeito de citá-lo. 

Veio para o Brasil, não repetiu o sucesso da Tribuna, mas estrondou espalhafatosamente na televisão. Nesse tempo, os jornalistas que escreviam assinado, eram exclusivos. Foi à época áurea dos que fizeram fortunas com a ditadura, enriqueceram faustosamente e de forma ilegítima. E dominaram completamente o mercado.

O MINISTRO BARROSO, ELOGIOS
PELA COMPREENSÃO COM A MACONHA

Seu comportamento e sua explanação abrindo caminho para a legalização, altamente louvável. No setor o Brasil está longe da realidade. Muita gente acredita que o Uruguai foi o primeiro a colocar a maconha dentro da lei. Existem mais de 50 países e vários estados americanos, que tratam a maconha, não como droga.

A decisão do Uruguai repercutiu muito, pelo fato do presidente ser um guerrilheiro que combateu a ditadura e fazia um governo popular. Houve um tempo, na Europa e nos EUA, que até presidentes eram acusados de usar maconha quando jovens. Em relação á legalização de drogas pesadas (cocaína e outros) para acabar com o narco-tráfico, nenhuma possibilidade.

SARKOZY ASSUSTA TEMER

Ex-presidente da França será julgado por financiamento ilegítimo da campanha. Ele agora não é candidato. Tentou, perdeu nas previas. As provas contra ele são fortes, mas a importância utilizada não é muito grande. 

Ao contrario da chapa Dilma - Temer em 2014, a acusação atinge 430 milhões de reais, de varias fontes. Temer tenta explicar o inexplicável: "As campanhas eram separadas, as contas também". Deve ter sido aconselhado pelo Ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE que vai julgá-lo.

EDUARDO CUNHA-SERGIO MORO

Réu e juiz se viram pessoalmente pela primeira vez. E não será a ultima. Nesse processo o ex- presidente da Câmara responde por corrupção, lavagem de
dinheiro, evasão de divisas. Mas ha muito mais. Esse primeiro depoimento durou 3 horas, e a situação do acusado, só piorou.

Eduardo Cunha não respondeu, apenas protestou contra as condições da prisão. Os advogados jogaram tempo fora, fizeram defesa despropositada e sem fundamento. E no fim, pediram "a liberdade de Eduardo Cunha".

O próprio juiz e membros do Ministério Publico ficaram perplexos. Pois esses mesmos advogados, estão com um pedido de liberdade para o cliente. Pedido que será julgado hoje, quarta feira, no plenário do Supremo. 

PS- Temer, o indireto, inquieto e incerto, novamente se atrapalha e se confunde com uma nomeação. Agora, para o ministério da Justiça. Quando chegou ao governo, em maio, queria um jurista no cargo. Convidou Ayres Brito e outros 2 ministros aposentados do Supremo. Recusaram.

PS2- Agora quer um político, mas PMDB e PSDB querem o cargo. E dentro do PMDB, dois grupos defendem a indicação. Inacreditavelmente, Renan e Sarney, brigam pela indicação de Edson Lobão, que responde a 6 processos. Sendo 3 na Lava-Jato.

PS3- O novo presidente do Senado, Eunicio Oliveira, tem um candidato: senador Raimundo Lira, que presidiu a Comissão Especial do impeachment. E não quer ser derrotado logo na primeira disputa.


PS4- Foi eleito com 61 votos. Onde estão? Temer não quer desagradar nem Renan nem Eunicio. Não quer ou não pode?

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