HELIO FERNANDES
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PARTE FINAL
“Estadualismo ou Federalismo?”
Esse era o ponto de maior controvérsia. As 13
províncias, que só foram transformadas em estados, na constituinte, queriam uma
constituição “estadualista”. Os “pais fundadores” (como os oito se intitulavam)
estavam determinados a aprovar uma constituição “Federalista”.
Os primeiros presidentes foram eleitos pelo partido
Federalista, criado junto com o Republicano. O Democrata foi criado em 1829, 40
anos depois da posse de Washington.
A Constituição ÚNICA dos EUA
Os EUA mudaram muito, nenhuma surpresa ou
contestação. Em 1776, as 13 províncias que não tinham nem nome, se rebelaram.
Desafiaram a poderosa Grã-Bretanha, “dona” de quase o mundo todo.
Essas províncias, desarmadas, ou melhor, armadas
apenas com o Manifesto de 17 laudas, redigido por Thomas Jefferson. E que mais
tarde, intelectuais proclamaram: “Esse texto é o que melhor já se escreveu em
língua inglesa, excetuado naturalmente Shakespeare”.
Juntaram 32 mil homens, comandados pelo civil
Washington, logo chamado de “general” Washington. E que seria o primeiro
presidente, eleito junto com a promulgação da Constituição, em 1788.
A Convenção da Filadélfia
Em 1782 os ingleses se renderam, apenas uma
exigência: voltariam livremente para a Inglaterra, reconheceriam a Liberdade e
a Independência dos americanos, num tratado assinado em Versalhes. (Depois da
Revolução Francesa, tudo acontecia em Versalhes).
Os “pais fundadores”, como eles mesmos se
identificaram, convocaram imediatamente o que chamaram de “pré-constituinte”.
Levaram cinco meses discutindo: o que deveriam aprovar por unanimidade e por
tanto não levariam para a constituinte. E o que não obtinha acordo seria objeto
de discussão na Constituinte.
Foram debates acalorados
Começaram pela duração dos mandatos presidenciais:
Washington, Jefferson, Adams, Madison, Monroe e outros, queriam apenas dois anos.
Concederam três, depois quatro sem reeleição. Mas a maioria era tremenda,
tiveram que concordar com “mandato ininterrupto”. Todos governaram por oito
anos, não quiseram mais.
A partir da emenda constitucional número 24 de
1952, impuseram o que existe até hoje: mandato de quatro anos, uma reeleição
por mais quatro, e aí fim da carreira pública. O presidente deixa o cargo não
pode ser mais nada, nem eleito nem nomeado. Ficam fazendo conferencias,
“deduzíveis”, ganhando fortunas.
Como se vê, os “pais fundadores” estavam certos, 64
anos depois reconheceram que eles estavam no campo democrático. O mandato
presidencial ininterrupto, como existe ainda na França (reduziram de sete para
cinco anos) é uma pré-ditadura autorizada e constitucionalizada.
Os 4 mandatos de Roosevelt forçaram a mudança
Federalistas e Republicanos, depois Republicanos e
Democratas, nunca mantiveram relacionamento muito amigável. Mas quando
Roosevelt se elegeu em 1932, 1936, 1940 e 1944 e ainda estava com 61 anos,
decidiram fazer a modificação. O primeiro a se submeter a essa emenda
constitucional foi Eisenhower. Eleito em 1952, reeleito em 1956, teve que ir
para casa em 1960. E seu candidato favorito, Nixon, perdeu para Kennedy.
Erraram nos golpes e nas guerras externas
A República dos Estados Unidos nasceu isolacionista
e preocupadíssima com golpes de estado, como acontecia no mundo. Por isso, só
mandaram tropas para fora do país, em 1898, para defender Cuba do ataque da
Espanha.
E por ironia, ou qualquer outro motivo, construíram
em Havana a Fortaleza de Guantánamo, hoje templo da tortura. Ganharam a guerra,
dominaram Cuba, entraram nas Filipinas. Mas continuaram isolacionistas,
praticamente até a Segunda Guerra Mundial.
Não houve golpes, trocados por assassinatos
O país foi crescendo tomando terras dos vizinhos,
principalmente do enorme México. Até chegar aos 50 estados de hoje. Nenhum
golpe, mas diversos assassinatos, até mesmo de alguns dos mais destacados
personagens. Até Lincoln, um dos seus maiores estadistas, foi morto por causa
da sua visão e convicção antiescravagista e a burrice dos Estados do Sul.
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