Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 27 de outubro de 2015

ENCURRALADOS

27.10.15
FERNANDO CAMARA

E começa mais uma semana onde todos os atores dessa peça permanecem na corda bamba. Eduardo Cunha permanece encurralado, mas respondeu dentro da lei.
Lei que não permite que ele seja pré-julgado, nem pré-condenado, ainda que as evidências sejam maiúsculas. Evidências, aliás, enviadas com a mesma credibilidade de um relógio suiço. Mas sem a pontualidade.

Presidente da Câmara pressiona, mas não comanda a maioria que é do governo. Se o Governo não tem as matérias de seu interesse aprovadas é por pura pressão das ruas, ou por falta de convicção dos parlamentares da Base do Governo. Uma convicção que tem preço.

Cunha aparenta ter menos força? Mar ele trabalha com os fatos políticos, habilidade que falta aos articuladores do Governo.

O fato é que seu dinheiro foi confiscado. E agora, Teori? Claudia, a esposa, que apesar do tsunami continua almoçando com empresários de relevância nacional no Fasano, ficou com a Cruz. Batom  no sapatinho Louboutin.

Impeachment

Cunha tem que decidir se vai ou não vai. O jogo está na mesa, mas não é xadrez, tem tempo para terminar, o que significa que ele não poderá, ou não conseguirá, manter o esconde-esconde. Quem quer Cunha?

O Brasil aguarda
Vergonhoso, pífio e quase risível o relatório final da CPI da Petrobras. É como se Brasília e quem a comanda vivessem numa realidade paralela. E o resultado é uma ópera bufa, sem se importar com as vaias da plateia.

O relatório questionou as delações e a sociedade questiona quem aprovou tal aberração.

Bate boca

"Lamento que seja um brasileiro". Dilma Rosseff.
"Eu lamento que seja o Governo brasileiro." EC.
"Não é o meu governo". Dilma Rosseff.

"Eu não sabia que a Petrobras não é do Governo brasileiro".  EC
A certeza é que Dilma, realmente não sabe nada. E nem como fazer nada. Entrou no embate porque tem o sangue quente e acha que na política também não precisa levar desaforo para casa. Mas é só o que ela leva.

Está claro que as decisões na Câmara nem sofrem com a pressão da opinião pública. Os parlamentares escrevem o que o seu grupo ou quadrilheiro quer e os acordos não se importam com a Sociedade.

Preocupação

Eduardo Cunha entrou na mesma dinâmica do governo: ganhar tempo. Está em busca de argumentos para justificar as suas faltas no Conselho de Ética, de olho na maioria.
O Governo ganhou um fôlego para sobreviver, mas a economia continua em frangalhos!

CPI do Almoço

Paulo Roberto Costa disse: "Não existe almoço grátis".

Luiz Sérgio confirmou o axioma e decidiu rever a legislação que favorece a colaboração. Ganhou a colaboração da maioria. Atenção, Luiz Sérgio, ex- sindicalista, ex-prefeito de Angra dos Reis, tem ligação e convívio, por proximidade geográfica, com várias empresas e dirigentes condenados na Lava Jato.

Cunha declarou em juramento: "Não tenho qualquer tipo de conta, exceto  a que esta declarada no meu imposto de renda." E um fato dessa magnitude nem foi ao menos mencionado pelo relator .

Delação premiada de Fernando Baiano acabou com o estoque de delações. Será? Já denunciou: Cunha, Lula, Palocci, Lobão, Cerveró, Renan, Collor, Jader, e Jorge Luz, o decano. Uniu políticos com  interesses na realização das obras com a Petrobras, mas quem detonou  Cunha foi  João Augusto Henriques.

PORTOS

Prova cabal e inquestionável de que o governo está aos pés de seus aliados foi a ação rápida de Helder Barbalho. Na Secretaria dos Portos demitiu 25% dos cargos de confiança e nomeou, em seguida, sem que a Casa Civil tivesse tempo de reclamar com a Dilma.

Afirmou que chegará aos 90%. Seu marqueteiro ganhou de presente a cadeira de diretor de Gestão Coorporativa. Pode isso, produção?

Enquanto isso, a Economia continua contaminada. Os indicadores de setembro continuaram assustando: mais desemprego, menor arrecadação e o governo paralisado.

Leilão de Áreas Exploratórias de Petróleo – ANP

Vendeu apenas 14%, a Petrobras não apreceu, e houve área leiloada onde o Consórcio não ofereceu Bônus, isto é um leilão de sucesso?

2016, Governo começa devendo

Sem medo de ser feliz, Jacques Wagner assumiu que esse ano o País pode ter um rombo de mais de R$ 50 bilhões. Somados aos que já estavam previstos, há que se perguntar: esse poço tem fundo?

Começaremos 2016 devendo dinheiro, muito dinheiro, promessas, mas sobretudo gestão. Atividade que o governo não conseguiu desempenhar em 1% do seu tempo.

CPMF

Com a crise política sem desfecho, estamos nos acostumando a viver no caos. Empresários, executivos, governo. Caos que contamina a sociedade, que já não acredita nas instituições e se mostra cada vez mais resignada a viver nessa barafunda.
Esse é um solo fértil para a aprovação da CPMF, pois muitos do PMDB que chegaram ao Poder trabalham nos mesmos moldes, com as mesmas práticas que estão em questão no tribunal em Curitiba.

Itália

Pizzolato voltou sem glamour, desprestigiado, abandonado e credor de uma dívida de mais de R$ 600 mil, referente às despesas de sua extradição. Mais gordo, voltou menor que um ladrão de galinhas, em nada se parecendo com o período onde era o detentor das polpudas verbas do BB. Os escândalos de hoje são maiores. Sorte dele.  

PL 2960/15 e MP 687/15

Pela aprovação de um só PL, o Cunha estaria limpo!

Está no relatório do projeto de lei sobre repatriação de recursos e será aprovado assim. A  regularização resultará em anistia para os crimes de sonegação fiscal e evasão de divisas, desde que não haja decisão final da Justiça contra o declarante. Haverá, no entanto, cobrança de Imposto de Renda e de multa sobre o valor do ativo, totalizando 30% do valor declarado. Porém, há que questionar: e qual a origem do dinheiro. Isso importa?

O relatório aprovado inclui mais seis crimes na lista de anistia da proposta: descaminho, uso de documento falso, associação criminosa, contabilidade paralela, funcionamento irregular de instituição financeira e falsa identidade a terceiro para operação de câmbio.

Próxima semana

O que será de Cunha? Ele já disse que não renuncia.
Bastidor: Briga não exposta entre Jader, Renan e Rose de Freitas, tudo por espaços no governo e no Congresso.



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