OS 70 ANOS DA
AVENIDA GETÚLIO VARGAS, E A HISTÓRIA COMO ELA É.
22.10.15
HELIO FERNANDES
Reprise
Parte - I
A Constituinte
de 1933 que promulgou a Constituição de 1934, veio direto da revolta do 9 de
julho de 1932 em São Paulo. Os paulistas foram massacrados pelas “tropas
legalistas” como se chamava na época. Mas o roteiro defendido pelo Brasil
inteiro, na pratica, inteiramente diferente da teoria. Com Vargas seria sempre
assim.
O Debate sobre o
assunto levou quase 1 ano. Até que finalmente Vargas convocou a constituinte
para outubro desse 1933. Era um sonho. Eleição verdadeiramente direta para
presidente a primeira vez que as mulheres votariam para presidente, (um
trabalho notável da doutora Berta Lutz), pluripartidarismo, incluindo o direito
de voto ao Partido Comunista.
Promulgada a
Constituição, seria marcada a eleição presidência dentro de 60 dias.
Tudo aconteceu
como se esperava, até aqui. Vargas havia incluído nessa Constituinte os
primeiros “pelegos” da historia da República. 18 trabalhadores, 18 patrões,
todos submissos ás ordens do Catete, onde Vargas estava, ditatorialmente desde
outubro de 1930.
Promulgada a
Constituição de 1934, a grande reviravolta, a maior decepção da nossa historia:
foi apresentada emenda transferindo a eleição direta desse 1934 para 4 anos
depois, em 1938. Aprovadíssima a emenda o mandato de Vargas prorrogado até esse
1938. Só que não chegaríamos, nem chegamos lá.
A constituinte
dissolvida, como aconteceu e normalmente, Câmara para um lado, Senado para o
outro. E uma oposição vigilante, competente, atuante. Não podiam fazer mais do
que se opor. Vargas conspirava, não queria apenas mais um mandato de quatro
anos, queria tudo.
O senado se
acomodou, mas na Câmara surgiu um grupo fortíssimo, que combatia e já
reconhecido com ditador, Getúlio Vargas. O líder dessa oposição era o professor
Henrique Dodsworth. Catedrático de duas matérias no Pedro II, em 1933 eleito
para Constituinte com grande votação.
E depois de
“transferida” a eleição direta de 1934 para 1938, foi feito líder. Tudo girava
em volta dele, mas a historia brasileira girava também, mas em sentido
contrário. Vargas comandava tudo.
Novembro de
1937, surge o “Estado Novo”
Foram 2 anos e meio
de luta, esperança e desesperança, Vargas comandava tudo, e preparando o fim da
representatividade. Implantando o que está no titulo destas linhas,
magistralmente definido pelo Barão de Itararé: “o Estado Novo é o estado a que
chegamos”.
Vargas cooptou o
deputado Negrão de Lima (logo depois feito embaixador) para conversar com os
governadores. Dos 21, 19 aceitaram, só dois recusaram imediatamente. Lima
Cavalcanti, governador de Pernambuco viajou imediatamente para a Europa, não
passou o cargo para ninguém.
E Flores da
Cunha, governador do Rio Grande do Sul, grande amigo de Vargas, que resistiu
com as tropas do estado, chamadas de “provisórios”. Lutou o máximo que pode até
que se asilou no Uruguai. Estava realizado o “estado novo”.
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