ANÁLISE & POLÍTICA
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e contundente”
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Pesquisas: Bolsonaro dispara e Haddd recua
Pesquisa DataPoder360 nos dias 17 e 18 de outubro de 2018
(últimas 4ª e 5ª feiras) indica que Jair Bolsonaro (PSL) tem 64% dos votos
válidos –aqueles que excluem brancos, nulos e indecisos na pesquisa. Fernando
Haddad (PT) tem 36%. Nunca em eleições presidenciais brasileiras houve uma
virada num 2º turno, mesmo quando a diferença entre os candidatos era menor do
que a atual – o levantamento foi finalizado a 10 dias da disputa.
Votos totais...
A pesquisa entrevistou 4.000
pessoas em 413 cidades em todas as 27 unidades da Federação. A margem de erro é
de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O registro na Justiça
Eleitoral é BR-08852/2018. Quando se consideram os votos totais, Bolsonaro tem
57% das intenções de voto. Haddad, 31%. Há 9% dos eleitores que dizem votar em
branco ou nulo. Outros 3% não sabem ou não quiseram responder.
Chance “zero” de Haddad
A
pergunta que ainda fazem é: Fernando Haddad ainda pode vencer? Alguns ainda
acreditam, mas a maioria dos analistas não vê o que poderia impedir a eleição
de Bolsonaro como presidente em 28 de outubro, tão poderosa é a onda que ele
surfa há mais de um mês.
Pesquisa Datafolha. Haddad fala para AFP
A última
pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 17 e 18 de outubro, aponta
Bolsonaro com 59% dos votos válidos, contra 41% para o substituto do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Essa pessoa está liderando as
pesquisas, mas vai perder", assegurou em recente entrevista à AFP Haddad
sobre Bolsonaro.
Reviravolta?
"Isso
é altamente improvável", estima Paulo Sotero, presidente do Brazil
Institute do Wilson Center, em Washington. "As pesquisas apontam uma
vitória de Bolsonaro, e com uma margem confortável". Os consultores do
Eurasia Group são menos categóricos: "As chances de isso acontecer são
baixas. Haddad tem 25% de chance de ganhar".
Ao
contrário da "frente republicana" que na França conseguiu barrar a
extrema direita, no Brasil "não há tradição de frente antifascista",
aponta Maud Chirio, da Universidade Paris-Est-Marne-la-Vallée. Porém Haddad até
agora não conseguiu formar a "frente democrática" de que precisa.
Surpresa da direita
Os partidos
"não têm a experiência de eleições em que um candidato de extrema-direita,
esta é a primeira vez". Outro obstáculo para o candidato de esquerda:
"a bílis alimentada contra o PT também impede que os partidos se aliem a
Haddad", diz a historiadora.
“Ciro roeu a corda”
Assim,
Ciro Gomes, o candidato do PDT (centro esquerda), que ficou em terceiro no
primeiro turno com 12,5% dos votos, limitou-se a oferecer "apoio
crítico" ao PT, antes de partir para a Europa. Haddad também não pode
contar com a ecologista Marina Silva, tampouco com influentes centristas como o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ou o ex-presidente do Supremo Tribunal
Joaquim Barbosa.
Cid Gomes detonou o PT
O irmão
de Ciro, o senador Cid Gomes, jogou sal nas feridas: o PT "vai perder a
eleição e vai ser bem feito", disse no início desta semana. Em 13 anos de
poder (2003-16) ele "fez muita bobagem". Questionado pelo jornal
Folha de S.Paulo, Cid Gomes suavizou o comentário: "Acho que Haddad é o
melhor. Mas uma vez que ele tem uma chance mínima de ganhar" o PT
"deve fazer sua autocrítica".
Esperança
Debora
Diniz, antropóloga e professora de Direito da Universidade de Brasília.
"Não pensem que tudo está garantido". "A resistência de
Bolsonaro de ir a um debate público diz muito sobre sua fraqueza",
acrescenta ela. Haddad, professor universitário de tom de voz comedido, não
conseguiu levar à arena de um debate televisivo um Bolsonaro cujas fórmulas
incisivas e até violentas têm um impacto maior nas redes sociais, que se
tornaram sua máquina de guerra.
Fora dos debates
Entre os
dois turnos de 7 e 28 de outubro, seis debates foram previstos. Mas Bolsonaro
se esquivou de todos "por razões médicas". E
"estratégicas", segundo admitiu. Na reta final, Haddad precisou
reorientar sua campanha. Ele parou suas visitas semanais a Lula na prisão,
retirou a foto de seu mentor político das propagandas na televisão, substituiu
o vermelho do PT pelo verde e amarelo da bandeira nacional. Como Bolsonaro.
E
"a ordem do QG do PT foi de investir no eleitorado mais pobre e nos grupos
evangélicos", escreveu na quarta-feira o jornal Folha de S.Paulo. Haddad
vai se envolver com seus líderes a "defender os valores da família". O
apoio dado pelas igrejas evangélicas a Bolsonaro antes do primeiro turno foi
crucial, especialmente a poderosa Igreja Universal.
Banco do Brasil lidera ranking de
reclamações de clientes
O Banco do Brasil é a
instituição financeira que mais recebeu reclamações de clientes no terceiro
trimestre de 2018, seguido pelo Bradesco e pelo Santander. As informações foram
divulgadas no dia 15 de outubro pelo Banco Central (BC).
A pesquisa foi feita
com bancos que possuem mais de 4 milhões de usuários, e gerou um índice de
reclamações de clientes para cada um deles. Para obter esse valor de forma
justa, e considerando o tamanho do banco em relação ao número de queixas, o
Banco Central divide o número de reclamações recebidas de cada instituição
financeira pelo número de clientes do banco, e multiplica por um milhão.
Bradesco e Santander
O índice de queixas do
Bradesco, segundo colocado no ranking do terceiro trimestre, ficou com 22.55,
registrando 2.151 queixas. Já o Santander, na terceira posição da lista, marcou
22.10 no índice e obteve 933 reclamações. Ao todo, o Banco Central
recebeu 9.878 reclamações contra todas as instituições financeiras. A maioria
dos problemas registrados são relacionados também, a oferta ou prestação de
informação de produtos e serviços de forma inadequada.
O
professor...
Na
Coréia do Sul, o alto status social dos professores combina estabilidade, bons
salários e rigorosos requisitos de admissibilidade na carreira. Já na
Finlândia, o salário não é dos mais altos quando comparado à média das demais
profissões; mas o prestígio, sim.
O que esses países têm em
comum?
A
contratação de professores é seletiva, a profissão é valorizada e, mais
importante, a carreira é estimulante, o que atrai bons profissionais para as
salas de aula.
E
esse foco na qualidade dos professores se reverteu em bons resultados no
influente ranking Pisa, organizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico), que avalia o desempenho de jovens de 15 anos em
ciências, matemática e leitura em 75 países.
Organização revela dados
importantes
"A qualidade da educação de um país nunca será maior que
a qualidade dos seus professores", definiu em entrevista à BBC News Brasil
Andreas Schleicher, o idealizador do Pisa e diretor da área de educação da
OCDE. E, para ter bons professores, é preciso atrair as pessoas mais talentosas
para a profissão, oferecendo uma carreira desafiadora, além de boas condições
de trabalho, diz Schleicher.
Japão...
No
Japão, por exemplo, é exigido que os professores troquem de escola
periodicamente, para garantir um equilíbrio entre novatos e profissionais
experientes nas escolas localizadas em áreas mais pobres do país.
E
há incentivos aos professores para que assumam turmas com alunos em
"desvantagem social e econômica", como antecipação de promoções para
cargos de gestão e a possibilidade de escolher a próxima escola onde quer trabalhar.
Brasil
No
Brasil, prevalece a progressão salarial por tempo de serviço e, em geral,
faltam incentivos para que professores assumam projetos complexos e desafios.
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