Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 22 de outubro de 2018


ANÁLISE & POLÍTICA
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ROBERTO MONTEIRO PINHO

Pesquisas: Bolsonaro dispara e Haddd recua

Pesquisa DataPoder360 nos dias 17 e 18 de outubro de 2018 (últimas 4ª e 5ª feiras) indica que Jair Bolsonaro (PSL) tem 64% dos votos válidos –aqueles que excluem brancos, nulos e indecisos na pesquisa. Fernando Haddad (PT) tem 36%. Nunca em eleições presidenciais brasileiras houve uma virada num 2º turno, mesmo quando a diferença entre os candidatos era menor do que a atual – o levantamento foi finalizado a 10 dias da disputa.

Votos totais...
A pesquisa entrevistou 4.000 pessoas em 413 cidades em todas as 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O registro na Justiça Eleitoral é BR-08852/2018. Quando se consideram os votos totais, Bolsonaro tem 57% das intenções de voto. Haddad, 31%. Há 9% dos eleitores que dizem votar em branco ou nulo. Outros 3% não sabem ou não quiseram responder.
Chance “zero” de Haddad

A pergunta que ainda fazem é: Fernando Haddad ainda pode vencer? Alguns ainda acreditam, mas a maioria dos analistas não vê o que poderia impedir a eleição de Bolsonaro como presidente em 28 de outubro, tão poderosa é a onda que ele surfa há mais de um mês.
Pesquisa Datafolha. Haddad fala para AFP
A última pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 17 e 18 de outubro, aponta Bolsonaro com 59% dos votos válidos, contra 41% para o substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Essa pessoa está liderando as pesquisas, mas vai perder", assegurou em recente entrevista à AFP Haddad sobre Bolsonaro.
Reviravolta?
"Isso é altamente improvável", estima Paulo Sotero, presidente do Brazil Institute do Wilson Center, em Washington. "As pesquisas apontam uma vitória de Bolsonaro, e com uma margem confortável". Os consultores do Eurasia Group são menos categóricos: "As chances de isso acontecer são baixas. Haddad tem 25% de chance de ganhar".
Ao contrário da "frente republicana" que na França conseguiu barrar a extrema direita, no Brasil "não há tradição de frente antifascista", aponta Maud Chirio, da Universidade Paris-Est-Marne-la-Vallée. Porém Haddad até agora não conseguiu formar a "frente democrática" de que precisa.
Surpresa da direita
Os partidos "não têm a experiência de eleições em que um candidato de extrema-direita, esta é a primeira vez". Outro obstáculo para o candidato de esquerda: "a bílis alimentada contra o PT também impede que os partidos se aliem a Haddad", diz a historiadora.
“Ciro roeu a corda”
Assim, Ciro Gomes, o candidato do PDT (centro esquerda), que ficou em terceiro no primeiro turno com 12,5% dos votos, limitou-se a oferecer "apoio crítico" ao PT, antes de partir para a Europa. Haddad também não pode contar com a ecologista Marina Silva, tampouco com influentes centristas como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ou o ex-presidente do Supremo Tribunal Joaquim Barbosa.
Cid Gomes detonou o PT
O irmão de Ciro, o senador Cid Gomes, jogou sal nas feridas: o PT "vai perder a eleição e vai ser bem feito", disse no início desta semana. Em 13 anos de poder (2003-16) ele "fez muita bobagem". Questionado pelo jornal Folha de S.Paulo, Cid Gomes suavizou o comentário: "Acho que Haddad é o melhor. Mas uma vez que ele tem uma chance mínima de ganhar" o PT "deve fazer sua autocrítica".
Esperança
Debora Diniz, antropóloga e professora de Direito da Universidade de Brasília. "Não pensem que tudo está garantido". "A resistência de Bolsonaro de ir a um debate público diz muito sobre sua fraqueza", acrescenta ela. Haddad, professor universitário de tom de voz comedido, não conseguiu levar à arena de um debate televisivo um Bolsonaro cujas fórmulas incisivas e até violentas têm um impacto maior nas redes sociais, que se tornaram sua máquina de guerra.
Fora dos debates
Entre os dois turnos de 7 e 28 de outubro, seis debates foram previstos. Mas Bolsonaro se esquivou de todos "por razões médicas". E "estratégicas", segundo admitiu. Na reta final, Haddad precisou reorientar sua campanha. Ele parou suas visitas semanais a Lula na prisão, retirou a foto de seu mentor político das propagandas na televisão, substituiu o vermelho do PT pelo verde e amarelo da bandeira nacional. Como Bolsonaro.
E "a ordem do QG do PT foi de investir no eleitorado mais pobre e nos grupos evangélicos", escreveu na quarta-feira o jornal Folha de S.Paulo. Haddad vai se envolver com seus líderes a "defender os valores da família". O apoio dado pelas igrejas evangélicas a Bolsonaro antes do primeiro turno foi crucial, especialmente a poderosa Igreja Universal.
Banco do Brasil lidera ranking de reclamações de clientes

O Banco do Brasil é a instituição financeira que mais recebeu reclamações de clientes no terceiro trimestre de 2018, seguido pelo Bradesco e pelo Santander. As informações foram divulgadas no dia 15 de outubro pelo Banco Central (BC).

A pesquisa foi feita com bancos que possuem mais de 4 milhões de usuários, e gerou um índice de reclamações de clientes para cada um deles. Para obter esse valor de forma justa, e considerando o tamanho do banco em relação ao número de queixas, o Banco Central divide o número de reclamações recebidas de cada instituição financeira pelo número de clientes do banco, e multiplica por um milhão.

Bradesco e Santander

O índice de queixas do Bradesco, segundo colocado no ranking do terceiro trimestre, ficou com 22.55, registrando 2.151 queixas. Já o Santander, na terceira posição da lista, marcou 22.10 no índice e obteve 933 reclamações.  Ao todo, o Banco Central recebeu 9.878 reclamações contra todas as instituições financeiras. A maioria dos problemas registrados são relacionados também, a oferta ou prestação de informação de produtos e serviços de forma inadequada.

O professor...
Na Coréia do Sul, o alto status social dos professores combina estabilidade, bons salários e rigorosos requisitos de admissibilidade na carreira. Já na Finlândia, o salário não é dos mais altos quando comparado à média das demais profissões; mas o prestígio, sim.
O que esses países têm em comum?
A contratação de professores é seletiva, a profissão é valorizada e, mais importante, a carreira é estimulante, o que atrai bons profissionais para as salas de aula.
E esse foco na qualidade dos professores se reverteu em bons resultados no influente ranking Pisa, organizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que avalia o desempenho de jovens de 15 anos em ciências, matemática e leitura em 75 países.
Organização revela dados importantes
"A qualidade da educação de um país nunca será maior que a qualidade dos seus professores", definiu em entrevista à BBC News Brasil Andreas Schleicher, o idealizador do Pisa e diretor da área de educação da OCDE. E, para ter bons professores, é preciso atrair as pessoas mais talentosas para a profissão, oferecendo uma carreira desafiadora, além de boas condições de trabalho, diz Schleicher.
Japão...
No Japão, por exemplo, é exigido que os professores troquem de escola periodicamente, para garantir um equilíbrio entre novatos e profissionais experientes nas escolas localizadas em áreas mais pobres do país.
E há incentivos aos professores para que assumam turmas com alunos em "desvantagem social e econômica", como antecipação de promoções para cargos de gestão e a possibilidade de escolher a próxima escola onde quer trabalhar.
Brasil
No Brasil, prevalece a progressão salarial por tempo de serviço e, em geral, faltam incentivos para que professores assumam projetos complexos e desafios.

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