Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 15 de outubro de 2018


ANÁLISE & POLÍTICA
   “Jornalismo opinativo com informação precisa e contundente”


ROBERTO MONTEIRO PINHO

Pesquisa XP/Ipespe: Bolsonaro lidera com 59%
Primeira pesquisa XP/Ipespe para o 2º turno da disputa presidencial mostra Jair Bolsonaro (PSL) na liderança com 59% das intenções de votos válidos, 18 pontos percentuais a mais que Fernando Haddad (PT), que tem 41%. Quando considerando os votos totais (que incluem brancos, nulos e indecisos), Bolsonaro tem 51% contra 36% do petista. Brancos e nulos somam 10%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e a pesquisa foi feita por telefone de 8 a 9 de outubro.
Candidato já têm os ministeriáveis
Embora tenha vazado para as redes sociais e jornalões o presidenciável Jair Bolsonaro - PSL (vencendo as eleições de 28 de outubro), andou revelou a confidentes os nomes dos possíveis ministeriáveis do seu futuro governo. Já são 9 dos 15 prováveis para ocupar a Esplanada dos Ministérios. Bolsonaro prometeu reduzir os 29 ministérios a 15 e ainda não negociar os cargos em troca de apoio no Congresso.
Os ministeriáveis...
Além do economista Paulo Guedes, o coordenador da campanha, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), é o preferido para chefe da Casa Civil, pasta que acumularia também a relação com o Legislativo, hoje tema que está sob os cuidados da Secretaria de Governo. A Educação uniria as pastas de Cultura e Esportes e seria administrada por Stravos Xanthopoylos, um dos principais conselheiros de Bolsonaro para educação. Ele é diretor de relações internacionais da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) e ex-integrante da Fundação Getulio Vargas.
Saúde e economia...
Para a Saúde, um nome cotado é o de Henrique Prata (amigo pessoal de Bolsonaro), e presidente do Hospital do Câncer de Barretos. Nelson Teich empresário e médico oncologista do Rio também está sendo cogitado. Paulo Guedes assumiria, em caso de vitória no 2º turno, o Ministério da Economia, pasta que reuniria Fazenda e Planejamento. Há uma indefinição sobre o futuro do Ministério de Indústria e Comércio Exterior: se ele seria agregado à Economia ou se mantido como pasta independente.
Transportes
Para comandar os Transportes, Bolsonaro tem preferência por Osvaldo Ferreira, general quatro estrelas da reserva. O militar tem coordenado uma série de reuniões em Brasília que dão suporte para a construção de um plano de governo. Ele comanda as propostas para infraestrutura. O general da reserva, Augusto Heleno já foi anunciado pelo candidato como seu eventual ministro da Defesa. Heleno mantém uma relação de proximidade com a família do capitão reformado e é o principal ponto de contato do grupo de Brasília com o candidato.
Justiça, Ciência e Tecnologia
Para a pasta de Ciência e Tecnologia, o mais cotado é Marcos Pontes, astronauta brasileiro, que chegou a ser cotado para vice da chapa do PSL. Pontes é o segundo suplente do deputado Major Olímpio (PSL-SP), recém-eleito para o Senado. Para o Ministério da Justiça, o nome do presidente interino do PSL, Gustavo Bebianno, é o mais cotado. Ele é formado em direito pela PUC-Rio e comanda a estratégia jurídica da campanha. Outro nome cotado é o de Antonio Pitombo, advogado de Bolsonaro em ações que o deputado responde no Supremo Tribunal Federal (STF).
Agricultura e Meio Ambiente
O ruralista Nabhan Garcia, presidente da UDR (União Democrática Ruralista), pode ocupar o Ministério da Agricultura, (pasta que reuniria também o Meio Ambiente). O empresário do interior paulista é amigo de longa data do candidato.
Sindicalista perdem cadeiras na Câmara
A bancada sindical da próxima legislatura, que começa no dia 1º de fevereiro de 2019, será menor do que a atual. Nas eleições de 7 de outubro, foram escolhidos somente 33 representantes de sindicatos para a Câmara dos Deputados, contra os 51 que atualmente exercem mandato.

O levantamento foi feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), com base nos dados oficial da Justiça Eleitoral. A partir do próximo ano, serão 18 deputados a menos na bancada sindical e, consequentemente, no debate dos interesses dos trabalhadores, como direitos previdenciários e trabalhistas.

Fatores decisivos

A queda segue uma tendência que já vinha se mostrando desde as eleições de 2014, quando a bancada sindical caiu de 83 para 51 membros. Segundo o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Diap, um conjunto de fatores levou à redução do grupo, que já foi um dos mais atuantes e representativos da Câmara. Primeiro, as reformas trabalhista e sindical enfraqueceram as entidades, que perderam poder para investir nas campanhas eleitorais. “Além disso, houve um erro de estratégia do movimento sindical, lançando muitas candidaturas, o que pulverizou os esforços”, afirmou.

Ele ainda prevê momentos de dificuldades na atuação da bancada. “Com um ambiente hostil, de desregulamentação de direitos trabalhistas, e uma bancada menor, as dificuldades serão enormes”.

PT elegeu 18 cadeiras

Dos 33 deputados que vão compor a bancada em 2019, 29 foram reeleitos e quatro são novos: Airton Faleiro (PT-PA), atualmente deputado estadual; Carlos Veras (PT-PE), presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) pernambucana; Lídice da Mata (PSB-BA), hoje senadora; e Vilson da FETAEMG (PSB-MG).

Câmara terá 200 deputados profissionais liberais e empresários

Dois terços da nova Câmara dos Deputados será composta por deputados eleitos que se declaram empresários ou profissionais liberais, mostrou o levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). O outro terço se divide entre profissionais assalariados de atividades diversas como atores, humoristas, sacerdotes, pastores evangélicos, além de estudantes. 

Empresários

Conforme o levantamento, 133 eleitos de declararam empresários, porém, ainda há 14 produtores do setor de agronegócios e sete comerciantes na nova câmara dos Deputados. Segundo o Diap, esse grupo tende a ser maior porque "um advogado, dono de um grande escritório de advocacia, embora possa viver dos dividendos de seu negócio, prefere se apresentar como profissional liberal do que como empresário."

Liberais

Entre os profissionais liberais, portanto, além de advogados e graduados em Direito, estão médicos, economistas, administradores, jornalistas, engenheiros, enfermeiros, corretores, contadores, médicos veterinários e agrônomos. Nessa categoria, com cerca de 200 deputados eleitos , estão os profissionais cuja renda é proveniente do trabalho sem vínculo empregatício. 


Bancada da Bala

 

No terceiro grupo estão os assalariados: professores, servidores públicos, bancários e policiais; além dos que exercem atividades de natureza diversa, como atores, cantores, apresentadores de TV, humoristas, celebridades, além de pastores e sacerdotes.

 

Bancada da Biblía

 

Em relação a este último grupo, o levantamento mostra que 20 deputados eleitos declararam atividades ligadas à religião: 15 pastores evangélicos, dois sacerdotes, um frade franciscano, um teólogo e um ministro do evangelho. Nele encontram-se parlamentares como Padre João (PT-MG), Sóstenes (DEM-RJ), Frei Anastácio (PT-PB) e Paulo Freire Costa (PR-SP). Já os deputados eleitos Léo Motta (PSL-MG) e Olival Marques (DEM-PA) apresentam-se como cantores gospel.

Militares

Já em relação aos profissionais ligados à segurança pública, o levantamento do Diap mostrou que 32 militares, policiais ou bombeiros foram eleitos. São candidatos como Capitão Augusto (PR-SP) e Delegado Waldir (PSL-GO) que, inclusive, já se candidataram a futura presidência da nova Câmara dos Deputados.

Apesar da “bancada da bala” e da "bancada da Biblía" terem crescido e prometerem uma agenda forte de pautas ligadas à segurança pública e ao conservadorismo nos costumes, pelo menos no papel, os profissionais oriundos dessas profissões, por si só, ainda serão minoria. Os empresários, sejam eles liberais ou conservadores, seguem dominado o Congresso e, enquanto classe, terão o poder de decidir os rumos da Casa. 

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