ANÁLISE & POLÍTICA
“Jornalismo opinativo com informação precisa
e contundente”
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Pesquisa XP/Ipespe: Bolsonaro lidera com 59%
Primeira
pesquisa XP/Ipespe para o 2º turno da disputa presidencial mostra Jair
Bolsonaro (PSL) na liderança com 59% das intenções de votos válidos, 18 pontos
percentuais a mais que Fernando Haddad (PT), que tem 41%. Quando considerando
os votos totais (que incluem brancos, nulos e indecisos), Bolsonaro tem 51%
contra 36% do petista. Brancos e nulos somam 10%. A margem de erro é de 2,2
pontos percentuais e a pesquisa foi feita por telefone de 8 a 9 de outubro.
Candidato já têm os ministeriáveis
Embora tenha vazado para as redes sociais e jornalões o presidenciável
Jair Bolsonaro - PSL (vencendo as eleições de 28 de outubro), andou revelou a
confidentes os nomes dos possíveis ministeriáveis do seu futuro governo. Já são
9 dos 15 prováveis para ocupar a Esplanada dos Ministérios. Bolsonaro prometeu
reduzir os 29 ministérios a 15 e ainda não negociar os cargos em troca de apoio
no Congresso.
Os ministeriáveis...
Além do economista Paulo Guedes, o coordenador da campanha, deputado Onyx
Lorenzoni (DEM-RS), é o preferido para chefe da Casa Civil, pasta que
acumularia também a relação com o Legislativo, hoje tema que está sob os
cuidados da Secretaria de Governo. A Educação uniria as pastas de Cultura e
Esportes e seria administrada por Stravos Xanthopoylos, um dos principais
conselheiros de Bolsonaro para educação. Ele é diretor de relações internacionais
da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) e ex-integrante da
Fundação Getulio Vargas.
Saúde e economia...
Para a Saúde, um nome cotado é o de Henrique Prata (amigo pessoal de
Bolsonaro), e presidente do Hospital do Câncer de Barretos. Nelson Teich
empresário e médico oncologista do Rio também está sendo cogitado. Paulo Guedes
assumiria, em caso de vitória no 2º turno, o Ministério da Economia, pasta que
reuniria Fazenda e Planejamento. Há uma indefinição sobre o futuro do
Ministério de Indústria e Comércio Exterior: se ele seria agregado à Economia
ou se mantido como pasta independente.
Transportes
Para comandar os Transportes, Bolsonaro tem preferência por Osvaldo
Ferreira, general quatro estrelas da reserva. O militar tem coordenado uma
série de reuniões em Brasília que dão suporte para a construção de um plano de
governo. Ele comanda as propostas para infraestrutura. O general da reserva,
Augusto Heleno já foi anunciado pelo candidato como seu eventual ministro da
Defesa. Heleno mantém uma relação de proximidade com a família do capitão
reformado e é o principal ponto de contato do grupo de Brasília com o
candidato.
Justiça, Ciência e Tecnologia
Para a
pasta de Ciência e Tecnologia, o mais cotado é Marcos Pontes, astronauta
brasileiro, que chegou a ser cotado para vice da chapa do PSL. Pontes é o
segundo suplente do deputado Major Olímpio (PSL-SP), recém-eleito para o
Senado. Para o Ministério da Justiça, o nome do presidente interino do PSL,
Gustavo Bebianno, é o mais cotado. Ele é formado em direito pela PUC-Rio e
comanda a estratégia jurídica da campanha. Outro nome cotado é o de Antonio
Pitombo, advogado de Bolsonaro em ações que o deputado responde no Supremo
Tribunal Federal (STF).
Agricultura e Meio Ambiente
O
ruralista Nabhan Garcia, presidente da UDR (União Democrática Ruralista), pode
ocupar o Ministério da Agricultura, (pasta que reuniria também o Meio Ambiente).
O empresário do interior paulista é amigo de longa data do candidato.
Sindicalista perdem cadeiras na Câmara
A bancada sindical da próxima legislatura, que
começa no dia 1º de fevereiro de 2019, será menor do que a atual. Nas eleições
de 7 de outubro, foram escolhidos somente 33 representantes de sindicatos para
a Câmara dos Deputados, contra os 51 que atualmente exercem mandato.
O levantamento foi feito pelo
Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), com base nos dados
oficial da Justiça Eleitoral. A partir do próximo ano, serão 18 deputados a
menos na bancada
sindical e, consequentemente, no debate dos interesses dos
trabalhadores, como direitos previdenciários e trabalhistas.
Fatores
decisivos
A
queda segue uma tendência que já vinha se mostrando desde as eleições de
2014, quando a bancada sindical caiu de 83 para 51 membros. Segundo o analista
político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Diap, um conjunto de fatores
levou à redução do grupo, que já foi um dos mais atuantes e representativos da
Câmara. Primeiro, as reformas trabalhista e sindical enfraqueceram as
entidades, que perderam poder para investir nas campanhas eleitorais. “Além
disso, houve um erro de estratégia do movimento sindical, lançando muitas
candidaturas, o que pulverizou os esforços”, afirmou.
Ele
ainda prevê momentos de dificuldades na atuação da bancada. “Com um ambiente
hostil, de desregulamentação de direitos trabalhistas, e uma bancada menor, as
dificuldades serão enormes”.
PT elegeu 18 cadeiras
Dos
33 deputados que vão compor a bancada em 2019, 29 foram reeleitos e quatro são
novos: Airton Faleiro (PT-PA), atualmente deputado estadual; Carlos Veras
(PT-PE), presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) pernambucana;
Lídice da Mata (PSB-BA), hoje senadora; e Vilson da FETAEMG (PSB-MG).
Câmara terá 200 deputados
profissionais liberais e empresários
Dois terços da nova Câmara dos Deputados será
composta por deputados eleitos que se declaram empresários ou profissionais
liberais, mostrou o levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar (Diap). O outro terço se divide entre profissionais
assalariados de atividades diversas como atores, humoristas, sacerdotes,
pastores evangélicos, além de estudantes.
Empresários
Conforme o levantamento, 133 eleitos de declararam empresários, porém, ainda há
14 produtores do setor de agronegócios e sete comerciantes na nova câmara dos
Deputados. Segundo o Diap, esse grupo tende a ser maior porque "um advogado,
dono de um grande escritório de advocacia, embora possa viver dos dividendos de
seu negócio, prefere se apresentar como profissional liberal do que como
empresário."
Liberais
Entre
os profissionais liberais, portanto, além de advogados e graduados em Direito,
estão médicos, economistas, administradores, jornalistas, engenheiros,
enfermeiros, corretores, contadores, médicos veterinários e agrônomos. Nessa
categoria, com cerca de 200 deputados eleitos , estão os profissionais
cuja renda é proveniente do trabalho sem vínculo empregatício.
Bancada da Bala
No terceiro grupo estão os
assalariados: professores, servidores públicos, bancários e policiais; além dos
que exercem atividades de natureza diversa, como atores, cantores,
apresentadores de TV, humoristas, celebridades, além de pastores e sacerdotes.
Bancada
da Biblía
Em relação a este último grupo, o levantamento mostra que
20 deputados eleitos declararam atividades ligadas à religião: 15 pastores
evangélicos, dois sacerdotes, um frade franciscano, um teólogo e um ministro do
evangelho. Nele encontram-se parlamentares como Padre João (PT-MG),
Sóstenes (DEM-RJ), Frei Anastácio (PT-PB) e Paulo Freire Costa (PR-SP). Já os
deputados eleitos Léo Motta (PSL-MG) e Olival Marques (DEM-PA) apresentam-se
como cantores gospel.
Militares
Já
em relação aos profissionais ligados à segurança pública, o levantamento do
Diap mostrou que 32 militares, policiais ou bombeiros foram eleitos. São
candidatos como Capitão Augusto (PR-SP) e Delegado Waldir (PSL-GO) que,
inclusive, já se candidataram a futura presidência da nova Câmara dos
Deputados.
Apesar
da “bancada da bala” e da "bancada da Biblía" terem crescido e
prometerem uma agenda forte de pautas ligadas à segurança pública e ao
conservadorismo nos costumes, pelo menos no papel, os profissionais oriundos
dessas profissões, por si só, ainda serão minoria. Os empresários, sejam eles liberais
ou conservadores, seguem dominado o Congresso e, enquanto classe, terão o
poder de decidir os rumos da Casa.
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