Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 6 de março de 2018


O PODER MILITAR NO BRASIL

HELIO FERNANDES

No meu livro sobre Fernando de Noronha, tenho uma analise com esse titulo. Examino as relações dos militares entre eles, e a ambição deles pelo poder. Gosto muito desse trabalho, impossível republicá-lo, é muito grande.

Nem o livro pode ser publicado, proibido pelos generais  que dominavam o poder. A primeira edição estava programada para 50 mil exemplares. Saíram apenas 600, "contrabandeados" por um grande da Igreja.

Já escrevi muito sobre a República, sempre digo que ela foi "implantada e não promulgada". Acrescento também, que a "Republica nasceu militar militarista e militarizada". Superaram a notável geração de civis, responsáveis pela Abolição da Escravidão, e 1 ano depois, pela implantação da Republica, logo usurpada.

Saldanha Marinho, um dos grandes dessa geração, em 1860, lançou um jornal diário, com o titulo "A Republica". Eleito senador, estava na tribuna discursando, foi preso por ordem do marechal-presidente, Floriano Peixoto, que se considerava "dono" da Republica, assumindo depois de derrubar o marechal Deodoro.

Meu primeiro trabalho assinado na revista O Cruzeiro, (eu tinha 20  anos) foi uma entrevista com o general Góes Monteiro, considerado o grande intelectual do Exercito. Perguntei a ele, qual era a relação do Exercito com os civis, respondeu:"O Exercito é o grande mudo".Isso ficou sendo uma espécie de marca pessoal dele.

A partir de 1920, começaram  a sair da Escola Militar do Realengo, os tenentes-heróis, amados pelo povo. Logo deixaram seus nomes na Historia, com os  dois 5 de Julho. Em 1922, "Os 18  do Forte". (De Copacabana). 

Em 1924, comemoração do Rio, surgiria então a lendária coluna Prestes. Era um capitão conservador de 23 anos, que nem sabia o que era o comunismo, só mostraria um certo entusiasmo em 1932. Os Tenentes heróis, tomaram o poder em 30, negaram inteiramente o passado.

Transformaram o país em "capitanias hereditárias", cada um, interventor num estado para o resto da vida. Todos  chegaram a generais, almirantes, brigadeiros. Até 1945, quando houve a primeira eleição  direta no país. 56 anos depois da Republica. A partir daí, quase  tantos vices que assumiriam quanto presidentes que não terminaram o mandato

Em 1964 os generais enganaram novamente o povo, tomaram o poder, para "salvar" o Brasil do comunismo. Só deixaram o poder 21 anos depois de autoritarismo e corrupção. Em 1989, eleição direta, 9 candidatos, o que chamaram de redemocratização. Durou 25 anos, até que voltaram os tempos dos vices, no lugar do presidente eleito.

Ainda está  no poder como corrupto e usurpador, depois de uma conspiração parlamentar. Acusado e investigado de todos os lados, resolveu militarizar seu governo, para ver se consegue continuar no cargo, com medo de ser preso logo no dia 1 de janeiro de 2019.

PS- Nomeou tantos militares para cargos civis, que vai faltar gente na caserna.

PS2- De  todos esses, apenas de 2 deles posso dizer com certeza, segurança e destaque.

PS3- GENERAL CIVIL, OU GENERAL COMO NUNCA SE VIU.

O OSCAR DA MADRUGADA, SEM PROTESTO E COM CHATEAÇÃO

A longa espera pelos principais títulos, não pode ser eliminada. O mundo inteiro só se interessa por 3 ou 4 títulos. Mas os mais de 20 que trabalharam, foram indicados, querem ver seu esforço recompensado.

Houve uma traição, anunciaram fartamente, haverá protesto, "maior do que houve antes", silencio total.

Traição também na escolha do melhor filme. "A  forma da água", desperdício ao realizar o filme, que será exibido sem publico, em salas vazias.

E A ITÁLIA AINDA VOTA EM BERLUSCONI

São muitos partidos, o comum no parlamentarismo. Mas qual a razão para votar no maior corrupto da Itália e certamente do mundo? Ainda bem mais grave. Ele está inelegível até 2019, ano que vem. Fez acordo com um deputado, que é seu cabeça de chave. Até 2019, será beneficiado pelos acordos para formação do governo. Mas sempre controlado por Berlusconi.

O segundo partido mais votado, foi o "Cinco Estrelas". Fundado ha pouco, com um compromisso: "Não faremos acordo com ninguém". Terão a grande responsabilidade da fiscalização.

PS- O partido do Primeiro Ministro tem que estar sempre alerta.

PS2- O "Cinco Estrelas", a qualquer momento, pode reforçar o pedido de um voto de confiança, derrubando o governo.


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