Dilma,
pejorativamente incompetente. Lula, vergonhosamente complacente.
HELIO FERNANDES
Juntos ou
separados, são e serão para sempre inesquecíveis. Mas apesar das falhas, dos
erros, dos equívocos, poderiam ter construído alguma coisa solida, respeitável,
até mesmo duradoura. Mas deveriam aproveitar a conquista do poder, depois
de três derrotas presidenciais, (fato único e inédito no mundo ocidental) para
modelar ou remodelar o sistema político. Alem das falhas e equívocos humanos, a
impossibilidade de governar e construir, está no sistema político capenga,
caótico, confuso, que não é nem Presidencialismo nem Parlamentarismo. O que
chamam de presidencialismo pluripartidário, está aí, visível e fracassado. De
vários lados falam em Parlamentarismo de ocasião, para favorecer alguém ou
alguns.
Citam o sistema da França.
Mas
recomendam o que não existe, nem sabem que depois da Segunda Guerra, a França
esteve á beira da falência econômica e com uma guerra civil iminente por causa
da tentativa de Independência da Argélia, sempre colônia da França. De 1945,
fim da Segunda Guerra até 1958, o país insistiu no modelo anterior,
completamente fracassado. O Primeiro Ministro não durava 1 ano , até mesmo De
Gaulle renunciou , foi para o seu retiro em Colombey le deus eglise.
Lógico, a
França vinha de uma derrota humilhante. O ex-Primeiro Ministro comunista,
Pierre Laval, foi enforcado. O herói da Primeira Guerra, Marechal Petain, se
transformou em traidor, foi condenado á morte. Morreu antes. Erros pessoais
atingiram o país. Quando a Alemanha se entregou e Berlim foi ocupada, apenas
tropas da Inglaterra União Soviética e EUA. A França foi esquecida e humilhada.
De Gaulle salva a França.
Em 1958,
todas as forças políticas se convenceram: era preciso união nacional. Mas com
quem, se perguntavam. Gostando ou não gostando, amigos e inimigos vinham com a
mesma resposta: De Gaulle. Marcaram o encontro, foram ao seu retiro,
confessaram sem orgulho, arrogância ou humilhação. O general disse que estava á
disposição. Acrescentando: "Mas o problema não é apenas pessoal, é
principalmente político". Concordaram, De Gaulle foi enumerando os itens.
1-Temos
que inverter a hierarquia dos Poderes. O Presidente será eleito pelo voto
direto. Serei o candidato. 2-O presidente eleito indicará o Primeiro
Ministro. 3 - O Primeiro Ministro terá poderes, mas não acima do Presidente. 4
- Se ninguém obtiver maioria absoluta, haverá nova disputa entre os dois mais
votados. 5 -Surgia no mundo o segundo turno, que na França se chamou e se chama
de Ballotage. Hoje seguido por inúmeros países
Tudo
acertado, foi realizada a primeira eleição, nesse sistema em 1960. O adversário
foi o socialista Miterrand, resistiu o Maximo, não queria enfrentar De
Gaulle, respeitava sua posição na guerra. Obrigado a disputar, teve 42 por
cento dos votos, De Gaulle 47. No segundo turno, De Gaulle acumulou 54 por cento,
Mitterrand 46. Houve nova eleição em 1967, O mandato era de 7 anos (agora é de
5), Mitterrand não admitiu outra candidatura.
De Gaulle
fez tudo o que precisava fazer, incluindo a Independência da Argélia. Mesmo
sabendo que a Argélia se transformaria num país comunista. O que aconteceu, com
a posse do "camarada" Boumediene.
No Brasil
a situação é completamente diferente.
Não temos
nem o fato definido, precisamos esperar a votação do impeachment ou cassação
pelo TSE. Sobre o impeachment, nenhuma duvida, não será aprovado. No TSE, com
todas as duvidas é preciso esperar. Mas enquanto esperamos, não podemos fugir
da obvia constatação: outro mandato para Dona Dilma, seria a tragédia anunciada
.O que fazer ?
Duas
providencias, que se transformariam em solução, 1- Reforma política, com um
sistema definido, que não exigiriam ou permitiriam que o país virasse um balcão
de negócios. Ou como se chama ostensivamente, o troca-troca "partidário
presidencial".
2- Um
governo de união nacional, com projetos de realizações nacional. O que não está
na nossa cultura, e hoje então, está fora da ética, da estética,
da genética. Dessa forma, como não haverá impeachment, Dona Dilma
continuará na perda de tempo que já desperdiçou 5 anos. Como acreditar ou
imaginar que súbita e inesperadamente, Dona Dilma compreenda que cuidar de
inflação, juro, desemprego, divida, cambio, façam parte da arte de governar? Se
não aprendeu até agora como esperar, que nesse 2016 que nem começou e já foi
embora, aprenda alguma coisa nos dois anos que lhe restam? O que sobrar de 2016,
será devorado na guerra suja do impeachment, ou na luta de bastidores pela
eleição municipal.
Portanto,
a simples aritmética deixou isolados e desolados, 2017 e 2018. Os últimos no
calendário petista e não mais lulista, E sem a menor esperança, otimismo, ou a
crença de que alguma novidade possa surgir da eleição de 2018 e a posse de
2019. Nada do que venho escrevendo, pode ser considerado pessimismo, é apenas o
reconhecimento de que a partir de 2018 com o comando assumido em 2019, é
impossível surgir um personagem que não esteja enlameado, não apenas pela Lava
Jato, ou pela própria vida que exibiram.
Como o
Brasil jamais recebeu um Premio Nobel, poderia ganhar o da Generosidade, se
algum personagem merecesse.
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