Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Advogados poderosos, com clientes opulentos, tentam novo grau de recurso: a carta aberta.

HELIO FERNANDES

Vexaminosa, falsa, pecaminosa, autocondenatoria, inverídica, alguns causídicos procuram satanizar a imprensa e a Justiça, pretendendo inocentar o crime e a corrupção. Com isso procuram manter a impunidade e a imunidade que perdurou por tanto tempo. Revoltados e desesperados por não deixarem os acusados em liberdade, produziram um documento sem brilho, grandeza ou credibilidade, que só foi publicado mesmo como matéria paga. 

Exageraram visivelmente ao comparar a condenação de criminosos provados e comprovados, e afirmar, "que agora é pior do que na ditadura". E obtiveram o efeito contrario e contraditório, na segunda afirmação, condenando um processo legitimo na Justiça, com diversos graus de recursos, como se fosse uma ação da inquisição. 

Os causídicos se condenaram, não defenderam os clientes, e jogaram toda a opinião publica contra eles. A voz das ruas já se manifestava contra a chamada "leniência", que beneficiava a roubalheira, e procurava interferir na caminhada justa e equilibrada da Lava-jato. 

O documento indefensável.

Parece redigido por causídicos de acusação e não de defesa. È inacreditável da primeira á ultima linha. Praticamente incompreensível, ilegível, indefensável. Vou destacar apenas três pontos daquele desalinhavado e desconjuntado documento.

1 - O que chamam de "vazamento seletivo”, copiando o nada tratadista Eduardo Cunha. E nada mais é do que jornalismo investigativo, hoje o apogeu da imprensa.

- Dizem insensatamente, que as prisões são feitas para provocar a delação premeditada. Esquecem que a maioria delas foi obtida com os acusados em liberdade. 

- A delação do ex-diretor Cerveró, que trouxe para as ruas, acusações contra Lula e FHC, não foi aceita pela Policia Federal e pelo Ministério Publico Federal. Insistiu, garantiu: "Eu falo sem compromisso, ouvem, vejam se vale à pena". Estão aí dois ex-presidentes, desvendados e atormentados. A opinião publica quer a punição não leu a carta publicada em meia pagina e em letrinha miúda, por economia. Tive que ler por dever de oficio. E obrigado a lamentar. Equivocado desprendimento, por tanta corrupção inglória. 

O malabarismo orçamentário de Dona Dilma. 

Importante e imprescindível o orçamento. Para pessoas, países, governadores, prefeitos, empresas, famílias. Ninguém pode administrar, sem saber o que fazer, ou viver, sem conhecer quanto ganha ou quanto gasta. Menos naturalmente Dona Dilma. A presidente demonstrou toda a onipotência, ao enviar o orçamento para o Congresso. Colocou como receita até mesmo a "arrecadação" com a CPM, que não foi votada e não tem uma possibilidade em 1 milhão de ser aprovada.

Queria incluir o que pretende (?) arrecadar com a criminosa "leniência", e o produto da roubalheira que está sonegada no exterior. E que avalia, não se sabe por quais cálculos ou números em 150 bilhões. 

Mais excentricidade. Cortou a economia que chamavam de superávit primário, para amortizar os juros da divida. Já foi de 80 ou 90 bilhões, cresceu tanto, que precisaria de mais de 200 bilhões. Agora, colocou em 0,5 por cento do orçamento, que é de 3 trilhões. Portanto, apenas 15 bilhões. 

Duas grandes batalhas no Congresso: o impeachment e a volta da CPMF. 

Se chegarem a ser votadas, mobilizarão grandes forças políticas. Mas as duas serão derrotadas. Estranho e curioso. A derrota, certíssima, dos que pretendem o impeachment, favorecerá Dona Dilma. Que permanecerá no cargo. (Dependendo do que acontecer no TSE).

Também se houver decisão no plenário, a CPMF será massacrada, tenebroso para Dona Dilma. Que não cansa de repetir: "Governar é aumentar impostos". Exatamente o contrario do que pensa o povo.
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