A perigosa corrupção que contamina
juízes
“Durante anos, temos
visto manifestações sobre as normas jurídicas que embasam as decisões
trabalhistas. O mesmo tempo em que avistamos neste campo, as praticas de cunho
ideológico de juízes especializados, moldando suas decisões, como se fossem os
senhores absolutos da verdade.”
ROBERTO MONTEIRO PINHO
O núcleo de uma nação é edificado em seus valores, a saber,
humanismo, paz social e justiça. Quando se desrespeita o cidadão este sofre
fissuras que corroem a base da relação justa e fraterna. No caso da paz social
o risco de promover à revolta, fomentar o ódio e por conseqüência o conflito
provoca um dos mais hediondos crimes individual e em massa.
No caso da justiça, a ausência do equilíbrio, da firmeza e das
convicções se traduz em queda da credibilidade, o que provoca profunda lesão a
liberdade, ao contraditório e produz quebra de confiança neste segmento. Neste
último, nossos magistrados, em casos pontuais, que envolve desde a mais alta
Corte e os tribunais regionais, demonstram total desapego a códigos, para em
seu lugar, utilizar entendimentos conflitantes, nada saudáveis para uma justa
demanda.
Pecam os juízes, mas quem paga a conta é a sociedade. E isso é
injustiça, crime contra a pessoa humana, passivo de punição ao ator que ele
acomete.
Reforma trabalhista - Um estudo recente, sobre
interpretação da norma jurídica, que retoma um tema abordado por ele, ainda nos
anos 90 (“Os juízes contra a
lei” e “Os
fundamentos da Constituição no Estado de Direito”), de autoria de
Tarso genro versa sobre os diferentes caminhos do intérprete para a aplicação
da Lei Maior, segundo as circunstâncias históricas que desafiam a neutralidade
formal da Jurisdição no Estado Democrático de Direito.
Lembrando
aqui da recente reforma trabalhista. O parlamento aprovou a Lei nº 13.467/2017
e como era de esperar, provocou a alternante busca de caminhos políticos e
jurídicos para o enfrentamento de todos os pontos da reforma trabalhista.
Neste
cume da discordância, estão à frente, magistrados da laboral, advogados bem
sucedidos (os que atuaram em causas de servidores públicos) e setores radicais
(entre aspas) da política partidária. Em suma, a reserva de mercado, a busca
pelo enriquecimento através dos tribunais e a militância atrelada a partidos é
manifesta.
Projeto de Lei que
regulamenta o teto salarial dos servidores públicos (PL 6726/16 e apensado), do
deputado Rubens Bueno (PPS-PR), propõe um substitutivo, que elenca de forma
detalhada as verbas que poderão ser pagas além do teto salarial do serviço
público (extrateto) e criminaliza, com pena de detenção de dois a seis anos, a
inclusão de outras verbas extrateto sem amparo legal. O objetivo é evitar que
os órgãos instituam normas administrativas para “furar” o limite salarial. O PL
colide com os discursos dos membros dos tribunais.
Decisões - Durante
anos, temos visto manifestações sobre as normas jurídicas que embasam as
decisões trabalhistas. O mesmo tempo em que avistamos neste campo, as praticas
de cunho ideológico de juízes especializados, moldando suas decisões, como se
fossem os senhores absolutos da verdade.
Milhões de sentenças e decisões, em sua maioria, sequer suportam
uma revisão clássica e pratica do seu conteúdo. Primou-se neste caso, as
injunções, reunindo, penalidades desastrosas, tendenciosa, sempre a favor do pro mísero (embora nem todos sejam), mas
de forma linear, esse arcabouço de ilegalidade germinou e contaminou as lides
dos tribunais.
A conta, em parte já foi paga materialmente pelas vitimas dos
sagazes juízes, mas o débito moral desses senhores do direito canibal, deve e
muito para a sociedade.
Causa
própria - Os
magistrados são ágeis para alcançar seus pleitos no judiciário. Contam com
ajuda e corporativismo. Juízes julgando juízes, numa metamorfose, e a conta
indo para o contribuinte.
As
ações impetradas por eles em seu benefício duram 20% do tempo das ações que
tramitam no judiciário. Operam em causa própria, legislam a seu entendimento,
rasgam até a Carta Magna. Nada acontece. Escondem-se na imoral Lei da
Magistratura Nacional – Loman, carta incestuosa da ditadura de 64. Juízes caros
(o maior salário do planeta), para uma prestação jurisdicional de baixa
qualidade.
Seja
pela morosidade, ou até mesmo pelas sentenças mal explicadas e desconectadas
dos códigos. Eles não respeitam prazos, mas exigem. Na recebem advogados, mas
tem seus preferidos. Esse quadro débil da justiça empobrece e a joga no abismo
da discórdia.
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