NA COMEMORAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
DE 88, CARMEN LUCIA FESTEJOU
MAS TAMBÉM ALERTOU
HELIO FERNANDES
A
ex-presidente do STF fez discurso empolgante, cívico,
patriótico,
lembrando o passado e o presente, e projetando tudo no
futuro
bem visível.
Disse
textualmente: "Não podemos perder os direitos
que conquistamos
depois de enorme resistência e combate". E relacionou
os
direitos: "Humanos, econômicos, políticos, financeiros, sociais, de
liberdade".
Alem de
acentuar que precisamos preservar e não perder ou desperdiçar
o que
conquistamos democraticamente, deixou implícito e explicito, o
que
devemos á Constituição de 88. 1 ano depois de promulgada a Carta
Magna, a
satisfação de todo o país pela eleição direta de 1989. Era a
primeira
manifestação do cidadão-contribuinte-eleitor, desde 1960.
Foram 29
anos com o povo ignorado, explorado e desprezado. Só que o
alerta da
ex-presidente não parou por aí. Repetindo suas palavras de
forma
textual: "Estamos caminhando PERIGOSAMENTE por um roteiro
conservador".
A ex-presidente foi PERIGOSAMENTE generosa com o
capitão eleito
de forma transversa e até criminosa.
Ele não é
conservador, não ha no seu passado nada que queira ou mereça
ser conservado.
Bolsonaro é reacionário, retrógrado, ruinoso,
autoritário,
arbitrário, atrabiliario. Tudo o que ele detesta é a democracia.
Até na
simples escolha da sua equipe de ministros, age de
forma
calamitosa, como aconteceu na indicação do ministro da Justiça,
quando
confessou praticamente a ligação espúria entre os dois, durante
a
campanha presidencial, com o magistrado favorecendo abertamente a
eleição
do capitão.
Quando na
fase inicial da campanha, sugeriram seu nome como
presidenciável,
respondeu até irritado: "Sou magistrado não quero
fazer
carreira política". Agora, passado o tempo, mudou completamente
do que
fingia ser uma convicção. E sem o menor constrangimento, com a
vaga
garantida no mais alto tribunal do país, abandona a magistratura,
mergulha
fundo na carreira política.
O entrelaçamento
entre os dois durante a imoral e amoral campanha
presidencial,
prevaleceu, previsivelmente por um longo tempo. Um
objetivo
que serve aos dois. Mas que assusta o país. Os 2008 milhões
milhões
de habitantes, correm seríssimo perigo. Ou risco permanente.
BOLSONARO NO CONGRESSO
Estranha e desnecessária a presença do presidente eleito numa reunião
em que se exaltava a democracia. Sua campanha presidencial foi feita
toda na presunção, de que prescindiria (ou até repudiaria) a
participação do Congresso no seu governo. Seu vice,um irresponsável
completo, chegou a exibir um programa de governo autoritário e até
uma constituinte, nomeada por ele. Isso para um vice, absurdo completo.
Bolsonaro só demonstrou apreço e respeito pelo Congresso, 15 minutos
depois de terminada a apuração do segundo turno, e garantida sua
vitoria. Foi claro, taxativo, exemplar. Afirmou: "Não haverá
constituinte. Farei 3 reformas constitucionais, com aprovação obvia do
Congresso". Disseram que era reprimenda ao vice, e era mesmo. Mas era
também um compromisso com a democracia, o que ele mais despreza.
Pois ontem na festa da democracia, ele se colocou voluntariamente como
alvo. Todos os oradores exaltaram o regime democrático. Com o
compromisso de lutar pela sua preservação, intransigentemente. A única
ameaça á democracia, estava ali, de corpo presente. Era o presidente
eleito que recebeu o recado sem necessidade de emissário.
PS- Agora, Bolsonaro só tem uma saída. Perguntar ao seu parceiro e
Conselheiro. "O que é que eu faço?"
PS2- Ele ainda não assumiu, e alem do mais está de férias. Mas
dão um jeito.
PRIMEIRA ENTREVISTA COLETIVA DE SERGIO MORO
Ele confessou inicialmente, que estava falando a pedido do próprio
presidente Jair Bolsonaro. Acredito que ninguém imaginava que fosse
durar exatamente 1 hora e 45 minutos, sem qualquer interrupção. Da
parte dele, rigorosa tranquilidade, nenhuma demonstração de cansaço,
desconforto, irritação. Visível desperdício de tempo, perguntas
inúteis, outras nem mereciam resposta.
Omissão clamorosa: nenhuma pergunta para o ministro da Segurança
Publica, hoje muito mais importante do que o da Justiça. Culpa dos
entrevistadores, que em determinado momento tentou corrigir,
canhestramente: "Vou combater o crime organizado, com os métodos que
usei na Lava-Jato". Total bola fora. O combate ao crime organizado é
uma ação militar. No ministério da Justiça, pode usar o que usou na
Lava-Jato.
Pergunta importante, resposta incompleta: "Qual é o seu relacionamento
com o presidente Bolsonaro?".
"Existe convergência e divergência sanável", não falou em divergência
Insanáve. Mais tarde, percebendo que ficara um vazio, tentou
preencher. Afirmou: "Tenho plena ciência de que sou subordinado".
Três perguntas relevantes, para o ministro da Justiça,com respostas
que dependem de confirmação.
1- "Não existe risco para a democracia e o Estado de Direito".
2- “O ministério da Justiça não perseguirá ninguém".
3- “Não haverá interferência política do ministro da Justiça".
4- "O combate á corrupção, é defesa da democracia".
Ninguém perguntou, mas ele afirmou que o combate á corrupção, precisa
de legislação mais abrangente, com penalidades mais duras. Não disse se
vai enviar projeto ao Congresso, ou esperar a iniciativa do Congresso.
145 minutos, e ninguém se preocupou em debater o gravíssimo problema
das penitenciarias.
PS- Outro esquecimento, culpável para as duas partes: nos mesmos 145
minutos, Lula não foi personagem dos entrevistadores nem do
entrevistado.
PS2- Moro só é o personagem que vale uma coletiva de 1 hora e 45
minutos, por causa da conspiração judiciária contra o ex-presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário