ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Lula e Dilma são réus por organização criminosa
Os ex-presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do Partido dos Trabalhadores,
tornaram-se réus por organização criminosa em processo contra o chamado
quadrilhão do PT. A denúncia foi aceita no dia 23 de novembro pelo juiz federal
Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília.
Palocci, Mantega e Vaccari
Além de Lula e
Dilma, também viraram réus nessa ação penal os ex-ministros Antonio
Palocci e Guido Mantega, e o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores
João Vaccari Neto. O quinteto é acusado de ter integrado organização criminosa ao
supostamente cometerem "diversos crimes contra a Administração Pública
(entre os quais corrupção) e lavagem de dinheiro".
Odebrecht, Andrade Gutierrrez, OAS
e UTC, e J&F/BNDES
A denúncia, oferecida
ainda no ano passado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
cita supostas práticas criminosas no âmbito do Ministério de Minas e
Energia, da Petrobras, construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e UTC, e
J&F/BNDES. "Considero ser a denúncia idônea e formalmente apta a dar
início à presente ação penal contra os denunciados, razão pela qual
a recebo em face de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, DILMA VANA
ROUSSEF, ANTONIO PALOCCI FILHO, GUIDO MANTEGA e JOÃO VACARI NETO, como incursos
nas condutas tipificadas acima", escreveu o juiz Vallisney em seu
despacho.
Gleise Hoffmann, Paulo Bernardo
A senadora Gleisi
Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, e seu marido, o
ex-ministro Paulo Bernardo, também foram denunciados pelo quadrilha do PT,
mas a denúncia contra eles foi
desmembrada devido ao fato de eles possuírem foro privilegiado. Ao receber a
denúncia, o magistrado do Distrito Federal determinou prazo de 15 dias para as
defesas dos agora réus apresentarem resposta às acusações,
pedirem preliminares e alegarem "tudo o que interesse às
defesas", bem como oferecer documentos e justificações, especificar ou
produzir provas, arrolando e qualificando testemunhas para serem ouvidas em
audiência.
Período dos atos criminosos foi de 2002 a 2016
De acordo com a
denúncia, os crimes praticados pelos integrantes do 'quadrilhão' foram
cometidos entre 2002 (quando Lula assumiu a Presidência) e maio de 2016 (quando
Dilma deixou o Planalto por ocasião do impeachment).
Janot
especificou na acusação que a atuação do grupo possibilitou o
recebimento de propina no valor de R$ 1,485 bilhão, por meio da utilização de
órgãos públicos como a Petrobras, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e
o Ministério do Planejamento.
Lula no comando da quadrilha
"Nesse sentido,
Lula, de 2002 até maio de 2016, foi uma importante liderança, seja por que foi
um dos responsáveis pela constituição da organização e pelo desenho do sistema
de arrecadação de propina, seja por que, na qualidade de presidente da
República por 8 anos, atuou diretamente na negociação espúria em torno da
nomeação de cargos públicos com o fito de obter, de forma indevida, o apoio político
necessário junto ao PP e ao MDB para que seus interesses e do seu grupo
político fossem acolhidos no âmbito do Congresso Nacional", escreveu Janot
na denúncia.
Defesa de Lula vai se pronunciar
À época do
oferecimento da denúncia, o PT divulgou nota afirmando que "não há
fundamento" nas acusações e que elas eram uma tentativa de Janot em
"desviar o foco de outras investigações". O partido também disse que
há "perseguição e seletividade de agentes públicos que tentam incriminar a
legenda para enfraquecê-la politicamente".
EBC , Serpro e Dataprev serão as primeiras a serem privatizadas
A
equipe econômica do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), vai reduzir as
estatais federais, que hoje somam 138. O futuro ministro da Economia, Paulo
Guedes, quer privatizar o maior número possível de empresas, principalmente as
deficitárias, que exigem aportes do Tesouro Nacional. Atualmente, 18 companhias
dependem de repasses e consomem R$ 15 bilhões por ano. Para especialistas, a
Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Valec e Empresa de Planejamento e
Logística (EPL) estão no topo da lista para serem vendidas ou extintas. Mas as
privatizações devem ir muito além e incluir Serpro, Dataprev e Telebras.
Telebrás tem data marcada
Na equipe de transição, alguns defendem que o processo deveria começar com a Eletrobras, pois a venda já está prevista no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (Ploa) de 2019. A expectativa é de uma receita de R$ 12,2 bilhões para a União. A desestatização das distribuidoras da companhia mais deficitária, a Amazônia Energia, tem leilão programado para o próximo dia 27.
Na equipe de transição, alguns defendem que o processo deveria começar com a Eletrobras, pois a venda já está prevista no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (Ploa) de 2019. A expectativa é de uma receita de R$ 12,2 bilhões para a União. A desestatização das distribuidoras da companhia mais deficitária, a Amazônia Energia, tem leilão programado para o próximo dia 27.
Eletrobrás
Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos,
considerou que a Eletrobras precisa ser vendida o mais rápido possível, porque
perdeu a capacidade de investir e depende do Tesouro. “Além disso, a estatal
ainda responde por 30% a 35% da oferta de energia do país e precisa de
investimentos pesados para ser mais eficiente”, alertou.
Funcionários
nas estatais já são 505,1 mil
Especialistas lembram que a Telebras, extinta durante o governo FHC e ressuscitada por Dilma, dificilmente será atraente se não for remodelada. Dados do Ministério do Planejamento apontam que o número de funcionários nas estatais federais voltou a crescer no segundo trimestre de 2018. Apesar dos programas de demissão voluntária (PDVs) em curso, subiu de 504,9 mil para 505,1 mil.
Especialistas lembram que a Telebras, extinta durante o governo FHC e ressuscitada por Dilma, dificilmente será atraente se não for remodelada. Dados do Ministério do Planejamento apontam que o número de funcionários nas estatais federais voltou a crescer no segundo trimestre de 2018. Apesar dos programas de demissão voluntária (PDVs) em curso, subiu de 504,9 mil para 505,1 mil.
Holanda, uma nação sem população carcerária
Enquanto a maioria dos
países do mundo enfrenta problemas de superlotação no sistema carcerário, a
Holanda vive a situação oposta: gente de menos para trancafiar. Nos últimos
anos, 19 prisões foram fechadas e mais deverão ser desativadas em 2017, obedecendo
a um decréscimo agudo da população carcerária. Mas há quem veja nisso um
problema.
da
Não poderia ser uma situação mais diferente de 10
anos atrás, quando a Holanda tinha uma das maiores populações carcerárias da
Europa. Hoje, a proporção é de 57 pessoas por cada 100 mil habitantes,
comparada a 148 por 100 mil no Reino Unido e 193 no Brasil.
Delegacias
fechadas
Mas os programas de reabilitação não são a única
razão para o declínio de 43% no número de pessoas atrás das grades na Holanda -
que era de 14.468 em 2005 e caiu para 8.245 em 2015.
Oficialmente, crimes caíram 25% na Holanda desde
2008, mas há quem alegue que isso é resultado de maiores problemas em registrar
queixas - um efeito colateral do fechamento de delegacias, como parte de
pacotes de cortes de gastos públicos.
foram convertidas em centros de triagem para
refugiados.
Celas
vazias são alugadas para outros países
Outra solução encontrada pelo governo para lidar
com celas ociosas foi alugar espaço para prisioneiros de países com problemas
de lotação, como a vizinha Bélgica e a Noruega.
Norgerhaven, por exemplo, recebe prisioneiros
noruegueses, a mesma nacionalidade do novo diretor da unidade Karl Hillesland.
Mas os guardas são todos holandeses. O curioso é que o sistema penal norueguês
é mais liberal que o holandês. Prisioneiros podem dar entrevistas e assistir
aos DVDs que quiserem, porque o princípio básico é do da normalização - a vida
na prisão deve ser o máximo possível parecida com a do mundo lá fora para
ajudar a reintegração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário