ANÁLISE & POLÍTICA
“Jornalismo opinativo com informação precisa
e contundente”
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Uma análise
preliminar do novo Congresso, que tomará posse em fevereiro de 2019, indica que
o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) terá, de início, metade da Câmara dos
Deputados em sua base de governo e pouco mais de um terço do Senado. A
estimativa, feita pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar), aponta que o no presidente precisará buscar apoio para aprovar emendas
constitucionais, que exigem o aval de dois terços nas Casas.
Na Câmara,
a tropa de choque bolsonarista pode começar com 11 partidos que, juntos,
somarão 256 deputados. A fila é puxada pelo próprio PSL, que tem 52 nomes e
espera atrair parte dos 31 eleitos por partidos que não atingiram a cláusula de
desempenho, perderão acesso ao fundo partidário e devem acabar ou fundir-se a
outras.
Senado...
A base terá partidos
alinhados a Bolsonaro (PRB, PSC e Podemos) e grupos do Centrão (PP, PSD e PR).
Há ainda legendas como o DEM, que abriga Onyx Lorenzoni (DEM-RS), principal
articulador de Bolsonaro no Congresso desde antes da vitória nas urnas. Já as
duas maiores bancadas do Senado são a do MDB, com 11 membros, e a do PSDB, com
9. Assim como na Câmara, os dois partidos devem ter uma atuação “independente”,
e o apoio ao governo dependerá de cada votação.
Neste domingo (18), o presidente eleito Jair Bolsonaro visitou um
campeonato de jiu-jitsu que aconteceu na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico do
Rio de Janeiro.
– Não podemos ser coniventes com o trabalho análogo a escravidão. É uma
questão humanitária. Eu não sou presidente. Em janeiro nós vamos apresentar o
remédio para isso. Se bem que o governo Temer já está trabalhando nesse
sentido. É justo confiscar 70 ou 80% do salário de uma pessoa? Não é justo –
analisou.
O presidente eleito ainda completou dizendo que o Brasil não pode
admitir escravos cubanos e nem continuar alimentando a ditadura em Cuba.
Na última quarta-feira, o governo cubano afirmou que deixaria o programa
social.
Barroso: “Lula
não é perseguido político”
Durante uma palestra na cidade de
Florença, na Itália, na sexta-feira (16), o ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou que “Lula não é perseguido
político”, segundo a revista Crusoé.
– Eu acho que ele tem todo o
direito de apelar, e tentar provar que houve um erro judicial, mas não
considero a narrativa daqueles que dizem que houve uma perseguição política. O
sistema judiciário brasileiro tem problemas de eficiência, não de independência
– declarou.
Sobre a vitória de Jair Bolsonaro
nas eleições presidenciais, Barroso também apontou que o agora presidente
eleito não é um risco para a democracia. Ele ainda completou ao falar sobre a
força da Constituição brasileira.
O sítio
de Atibaia...
Em
seu depoimento no dia 14 de novembro (quarta-feira), Lula afirmou no depoimento
que teve conhecimento do sítio pela primeira vez em janeiro de 2011 e que, a
partir daí, passou a frequentar o local. Argumentou que não teve qualquer
envolvimento ou conhecimento de obras realizadas pela Odebrecht na propriedade
antes dessa data. Segundo a acusação, essas melhorias foram feitas para atender
às necessidades de Lula e sua família.
A juíza Hardt...
Questionado
pela juíza Gabriela Hardt sobre o fato de notas de compra de materiais de
construção usados na reforma do sítio de Atibaia terem sido encontradas no
apartamento de Lula em São Bernardo do Campo, o ex-presidente afirmou que não
tinha conhecimento desses recibos e não sabia esclarecer porque estariam no seu
imóvel.
Quem pagou a obra?
Já
sobre a ampliação da cozinha realizada em 2014, Lula disse que tinha
conhecimento da reforma, mas que não sabia sobre como havia sido paga. "Estamos
falando de 2014. Eu não era mais Presidente da República, nem disputava mais
eleições. Eu sempre parti do pressuposto de que (se) o cara fez um serviço (a
obra da cozinha), recebeu pelo serviço. Ou o Fernando (Bittar) pagou ou a
Marisa (sua mulher já falecida) pagou. O Leo (Pinheiro, dono da OAS) poderia
ter dito para alguém ou cobrado de alguém", disse Lula.
O STF não para de gastar o
dinheiro público
O Superior
Tribunal Federal (STF) se prepara para licitar a compra de carros blindados para
o transporte dos ministros da Corte. Depois de o tema da violência ganhar
destaque na campanha eleitoral, o órgão, sob orientação da área de segurança,
decidiu adquirir 14 veículos blindados. O contrato deverá ter teto de R$ 3,206
milhões – vence a proposta de menor valor na concorrência, que será feita por
pregão eletrônico. O edital, que deve ser lançado
na próxima semana, prevê a compra de carros sedã de grande porte, sem
especificar marca – os R$ 3 2 milhões são uma estimativa baseada em preços do
mercado.
A segurança era comandada
por um general
Ao
assumir a presidência do STF, o ministro Dias Toffoli nomeou como assessor de
seu gabinete o agora indicado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para o
ministério da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva. Na época da nomeação,
uma das responsabilidades atribuídas ao militar era a área de segurança
Ao
longo do ano, foram registradas ameaças a alguns dos ministros. Em abril, o
Supremo ampliou de cinco para sete o efetivo à disposição no Paraná para a
segurança do ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin, após ele relatar
ameaças a familiares. Em outubro, a ministra da Corte e presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, Rosa Weber, também foi alvo de ameaças, que motivaram a abertura de
investigação.
Segundo
dados de maio, o Supremo gasta R$ 24 milhões por ano com empresas de segurança
privada – R$ 12 milhões com guarda-costas armados dos 11 ministros e o restante
com um contrato de vigilantes da sede em Brasília.
A fome no mundo
Cerca
de 820 milhões de pessoas passam fome no mundo, segundo o secretário-geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres. Em mensagem divulgada no
Dia Mundial da Alimentação, o secretário-geral pede que a comunidade
internacional se comprometa “com um mundo sem fome, um mundo em que todas as
pessoas tenham acesso a uma dieta saudável e nutritiva.”
De acordo com o secretário-geral, em cada grupo de
nove pessoas, uma “não tem o suficiente para comer”. A maioria é
mulher.
As
crianças
Guterres acrescenta ainda que
cerca de 155 milhões de crianças sofrem de sofrem de subnutrição crônica
e podem ter de lidar com os efeitos da deficiência de crescimento durante toda
a vida. Em um mundo onde cerca 1,3 bilhão de toneladas de comida são desperdiçadas
todos os anos, a fome causa quase metade das mortes infantis. Para ele,
“isso é intolerável”.
Ele ressalta que um dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável é acabar com a fome, alcançar a segurança
alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. Os 193
Estados-Membros da ONU adotaram em setembro do ano passado a Agenda 2030,
composta por 17 objetivos e 169 metas para países desenvolvidos e em
desenvolvimento. Segundo ele, este objetivo é sobre unir a força de todos,
sejam países, empresas, instituições ou indivíduos. Guterres acredita que todos
devem fazer parte de sistemas alimentares sustentáveis.
Os médicos cubanos
Com
o fim do acordo selado na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2013, o
regime cubano deve perder 332 milhões de dólares (ou mais de R$ 1,1 bilhão) por
ano. O valor supera as exportações de charutos (259 milhões de dólares por ano,
segundo o Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e cria mais um desafio
econômico para o país, que há 56 anos sofre um duro embargo comercial dos Estados
Unidos.
A
estimativa do prejuízo é do economista cubano Mauricio De Miranda Parrondo,
professor titular da Pontifícia Universidade Javeriana de Cali, na Colômbia. "As
alternativas (à perda econômica do Mais Médicos) são muito escassas", diz
Parrondo em entrevista à BBC News Brasil. "As opções mais visíveis
aparecem no turismo cubano, mas não se espera que o vácuo deixado pela renda
vinda do Brasil possa ser coberto com isso."
Sanções dos EUA
Tradicionais
carros-chefes do comércio local, as indústrias açucareira e de níquel amargam
uma crise que vem se agravando nos últimos anos. O turismo rende atualmente 2,8
bilhões de dólares anuais para a ilha, mas está sob a mira do presidente
americano Donald Trump, que incluiu 16 hotéis cubanos na lista de empresas
cubanas com as quais os americanos não podem fazer negócios.
Para
cobrir o buraco deixado pelo fim dos aportes do Mais Médicos, o turismo de Cuba
precisaria crescer 10% - uma meta impossível enquanto houver sanções dos EUA,
segundo especialistas.
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