Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

O JUDICIÁRIO ENLOUQUECEU

HELIO FERNANDES

Nos últimos tempos, o judiciário não saiu das manchetes, julgando,
legislando, modificando, invadindo os outros poderes. Destaque para o
STF e o STJ. O que não significa que a invasão da competência se
restrinja a esses dois mais altos tribunais. Hoje quero limitar minha
análise ao espantoso, assombroso e perigoso julgamento, que ocorreu no
TST. (Tribunal Superior do Trabalho).

Ha anos (o tempo de referencia na Justiça é sempre de anos) milhares
de funcionários da Petrobras, entraram na Justiça do Trabalho,
reivindicando o pagamento de horas extras, e serviços prestados em
regime de periculosidade. Desde o inicio o processo foi
tumultuado, pois a Justiça do Trabalho vive dividida entre favorecer o
trabalhador ou o patrão. Essa é uma divergência permanente, mas nunca
atingiu uma questão com esses valores.

Lentamente o processo chegou ao TST. Isso há 2 anos. A Petrobras ainda
vivia os tenebrosos e catastróficos tempos de Pedro Parente. O valor
da indenização pedida (e justa) estava em 17 bilhões de reais. O
presidente poderia ter tentado um acordo, havia clima. Mas sem tempo,
omitiu-se, era visível a divisão do tribunal, praticamente, todos
contra todos.

Semana passada foi marcado o julgamento. O TST tem 25 membros. Depois
de horas e horas de discussões acaloradas e acirradas, terminou: 12 a
12. Só faltava votar o presidente. Imaginem a confusão. 12 juízes
mandando pagar aos funcionários, os outros 12 negando o pagamento. O
presidente tinha poderes para adiar o desempate, como também tinha
poderes para decidir logo. Que foi o que ele fez, a favor dos
funcionários.

Aí, entra o perigo de ter um Ministro como Toffoli na presidência do
STF. Ele estava substituindo Carmen Lucia, que substituía Temer, o
presidente corrupto e usurpador, que viajava. Sem saber de nada, sem
conhecer o processo que confrontou 24 membros do TST, concedeu
liminar, suspendendo a decisão do tribunal especializado. O
presidente da Petrobras, aplaudiu publicamente Toffoli: "O Ministro
impediu que a Petrobras SOFRESSE esse prejuízo  de 17 bilhões de
reais".

Errou no aplauso e ao rotular uma reivindicação trabalhista como
prejuízo.  Agora, ninguém sabe como resolver o impasse. 17 bilhões é
muito, mas passa a ser pouco, para uma empresa ROUBADA em 92 bilhões,
distribuídos em propinas, provenientes do superfaturamento das
empreiteiras roubalheiras.

PS- Imaginem o risco que o país corre a partir de setembro. Toffoli
assume a presidência do Supremo por 2 anos.

PS2- Se em 3 dias, errou e arriscou com estardalhaço, o que fará em 2 anos.

PS3- Com uma agravante. Até dezembro, sempre que o usurpador viajar,
Toffoli estará no Planalto. È demais.
 
O MISTÉRIO EIKE BATISTA
 
Sem ter sido condenado, foi preso no que chamam de domiciliar.
Condenado há 30 anos, nem a mínima tornozeleira. Com ela, não poderia
correr de manhã e á tarde, na rua privada e fechada onde tem sua
fantástica mansão. Continuou em domiciliar.
 
Pelos prejuízos dados a dezenas ou centenas de milhares de acionistas,
deveria ser condenado, no mínimo a 100 anos de prisão. Lançou ações de
suas empresas na Bolsa, num momento em que a comunicação aureolava seu
nome, como o homem mais rico do Brasil, "e dentro de 1 ou 2 anos, o
mais rico do mundo". Houve corrida para comprar as ações de poços de
petróleo, anunciados como produzindo 1 milhão de barris por dia, só
produzia 5 mil barris de lama.
 
Ganhou fortunas, manipulando o mercado para cima (comprando) ou para
baixo. (Vendendo).
 
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) assistindo tudo.
 
ACABOU O RECESSO DO STF
 
A volta, ontem foi apenas para o plenário. Curta e sem maior
interesse. Toda a expectativa transferida para a sessão de hoje da
Segunda Turma. Ha tempos, ministros do Supremo, conversavam sobre o
disparate de certas condenações. Fixaram-se inicialmente nas duas
condenações de José Dirceu. O juiz Sergio Moro aplicou a pena de 20
anos. Recorreu para a segunda instancia, que pelos mesmos fatos
aumentou a punição para 30 anos.
 
No penúltimo dia antes do recesso, resolveram examinar, se o
ex-ministro vai cumprir 20 anos, 30 ou até menos. Libertaram José
Dirceu PROVISORIAMENTE. Expliquei, "Dirceu não foi absolvido, voltará
para a prisão, mas certamente não por 30 anos". A PGR não leu,
cometeu o equívoco de pedir a volta imediata dele á prisão.
 
No ultimo dia antes do recesso, a Segunda Turma tinha a intenção de
fazer o mesmo com Lula, libertando-o PROVISORIAMENTE, para examinar se
as suas duas condenações resistem a uma analise. Sofreram o golpe do
pedido de vista. O exame ficou para hoje, o ex-presidente pode ter o
mesmo tratamento dado ao seu ex-ministro.
 
Mas o recesso de alguns ministros (mesmo não pertencendo a Segunda
Turma) todo voltado para impedir o reexame das condenações de Lula. E
lógico, da sua libertação, mesmo provisória. Os casos de Dirceu e Lula,
inteiramente diferentes.
 
Dirceu cometeu os crimes pelos quais é acusado. Foi exageradamente punido.
 
Lula foi condenado sem provas, com documentos falsos ou
inexistentes. Alem do mais, todas as pesquisas condenam Lula. Quer
dizer: se disputar a eleição, ganha talvez até no primeiro turno. E
existe um grupo poderoso que não admite a volta de Lula ao poder.
 
PS- De qualquer maneira, aconteça o que acontecer, e pode acontecer
tudo, não percam. Será importante e interessante.
 
EXTRAVAGÂNCIA DO MINISTRO FUX
 
Ontem ás 20 horas, duas decisões contraditórias, ambas como
presidente do TSE. 1- Um cidadão comum, pediu que declarasse o
ex-presidente Lula inelegível. Imediatamente recusou o pedido.
 
2- Continuando, ainda na cadeira de presidente do TSE: "Recusei
porque não é à hora, e o requerente não tinha condições. Mas a minha
opinião é que o ex-presidente está inelegível, se pedir registro da
candidatura, será recusado".
 

PS- Pelo visto, o TSE não é colegiado, tem apenas presidente.

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