Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

FINALMENTE DILMA FORMA E EMPOSSA SEU MINISTERIO “QUEM-QUEM”, PROVISÓRIO OU MISTIFICAÇÃO.  13 CONSEGUIRAM CONTINUAR.

HELIO FERNANDES
05.01.15

A última Constituição do Império foi implantada em 1846, terminou naturalmente em 1889. Nesses 43 anos, tiveram que ser formados 47 Gabinetes (como se chamava na época), média de 11 meses para cada um. Já não existiam mais nomes, quase todos eram desconhecidos.

Como o de Duque de Caxias tinha importância e prestigio, Dom Pedro II, mandou um alto dirigente dignitário revelar os nomes a ele. Muito velho e ouvindo quase nada, a cada nome que era pronunciado, perguntava, “quem”, ia repetindo com insistência. Dessa forma o ministério ficou conhecido como “quem-quem”.

Dona Dilma que conhece muito História e não apenas isso. Mas também administração, economia, infraestrutura, teve que repetir o Imperador por outros motivos. Para não nomear conhecidos de mais, teve que apelar, (isso mesmo) para desconhecidos.

No primeiro e catastrófico mandato, chegou a 39 ministros por acaso. Nos meses iniciais teve que fazer a “faxina” obrigatória, jogando para “debaixo do tapete”, muitos deles, flagrados em irregularidades. Agora insistiu nos 39 nomes por teimosia,quando tinha tudo, para reduzir esse ministério inflável, praticamente inflamável.

Resolveu então “fatiar” a escolha, que só terminou no final da tarde do dia 31, véspera da posse. E para completar o número, teve que confirmar 13 que faltavam. Já cometera um ato insensato dizendo publicamente “vou consultar o Procurador Geral para saber que posso nomear”.

Com isso trouxe novamente para as manchetes, o primeiro Joaquim, o do Supremo, que não perdoou. “Fatiar” foi uma palavra popularizada por ele. E presidente da República consultar o procurador para compor seu ministério, fulminou, implacável: “Isso é uma degradação Institucional”.

A alguns tão íntimos que são obrigados a chama-la de presidente, costumava sussurrar logo depois do segundo turno: “Vou ficar em 39 ministros, menos não dá”. E relatava as dificuldades. “Só posso manter 10 dos 39 de agora, e preciso conquistar a liberdade que não tenho. O Lula sabe de tudo o que se passa no governo e no Planalto, até antes de mim”.

Todos os interlocutores sabiam que se renderia a Gilberto Carvalho, há 12 anos como Secretario Geral da Presidência, lulista de sempre, dilmista raramente.

Pois esse Ministro que pediu para sair, foi a grande sensação no dia 2, 24 horas depois da posse. O mais sincero e autêntico de todos, sua frase retumbante e rigorosamente verdadeira ultrapassa os corredores do Planalto ganha repercussão nacional.

“Não somos ladrões, não somos ladrões (repetido por ele) com todo orgulho saio como entrei, continuo com uma quitinete rural e morando no mesmo apartamento que estou pagando há 19 anos ao Banco do Brasil”. Festejadissimo, lembraram que ele sempre chamou Dilma de presidente, sem o A subserviente.

(Explicando para não haver equívoco. Colocar o A final não é errado. Mas não é normal ou usual, apesar do fato irrefutável, de ser a primeira mulher presidente, portanto a escolha não existia. Mas chama-la de presidentA por exigência, rima com subserviência).

O começo a “trindade” de um só.

Ungida, sagrada e sacramentada mas ainda não empossada, foi acumulando contradições em cima de contradições. Nada surpreendente, Dona Dilma é assim. Ficou um tempo “esperando” Trabuco, chegou a admitir Belluzzo e Luciano Coutinho, o ministério ficaria todo de terceiro time.

Estava reeleita e diplomada, embora entre a reeleição e a segunda posse, poderia nomear ou demitir quem quisesse. Mas preferiu a palavra “apresentar”, juntando no mesmo palco os “futuros” ministros. Surpresa total com o aparecimento do segundo Joaquim, que eu identifiquei logo como o Arminio Fraga do B.

Podem dizer que era “trindade” mesmo, todos vieram para valer. Nenhuma duvida. Tombini nunca esteve fora, ficando no BC ou indo para a Fazenda. Nelson Barbosa foi colocado para substituir Mantega. Como isso não acontece, foi embora. Agora apresentando para uma possível e provável substituição do segundo Joaquim.

Este ficará até o momento em que deixar de chamar Dilma de presidentA, não com a palavra e sim com decisões. Nem sei como definir a “apresentação, nomeação e posse” do segundo Joaquim tão diferente dela. Para ele o desafio de fazer o que sabe que tem que ser feito.

Para Dilma, o desafio diferente de recuar, ceder e conceder. Se der certo, ele vai ficando, “a política econômica é sempre do presidente”. Se ficar tudo ajustado, inteiramente diferente do primeiro mandato, vitória para ela.

Se não se ajustar, sai bem antes. Nelson Barbosa assume, era o roteiro do segundo mandato, com o segundo Joaquim, e o segundo suposto substituto. E o povo pagará a conta, como está pagando as do primeiro mandato.

Mas esse tão esperançoso e tão acreditado Ministro do futuro, não resistiu nem 24 horas no cargo, foi “convidado” delicadamente a voltar ao presente. Publicamente repreendido pela declaração sobre o salário mínimo. “voltou atrás” desmentiu tudo o que falou.

Textual dele: “A começar em 2016 até 2019, as regras do salário mínimo não serão mais vigentes agora”. Muita audácia, imprudência, acreditou mesmo que era Ministro, entrou em conflito com a chefe que só chama de presidentA.

Sua nova declaração, pública e oficial: “As regras atuais do aumento do salário mínimo, não serão modificadas. Continua Ministro, mas aprendeu a dimensão do seu poder. Sabe que não adianta atender o mercado”, tem que entender a presidentA.

PS1- Nomear o derrotadíssimo Eduardo Braga, Ministro de Minas e Energia, sabendo que queria e precisava do cargo que não era nem da presidente nem dele, Ministro? É que tinha que ganhar holofotes depois da derrota no Amazonas, deixar a vaga no senado, provisoriamente para a própria mulher, suplente.

PS2- Demitiu o Ministro Lobão, quatro anos no cargo sabendo que ele teria que voltar ao senado, desempregando o filho suplente, derrotado no Maranhão. Qual a diferença entre a suplência da mulher ou do filho?

PS3- O vice dos EUA, Joe Biden, disse a Dilma: “O presidente Obama quer acelerar o relacionamento com o Brasil. Começando pela Ciência e Tecnologia”. Ela então nomeia para o Ministério que domina o setor, o senhor Aldo Rebelo. Teórica, simbólica ou partidariamente, pertence ao Partido Comunista. Mas sabidamente é paraplégico de convicções.

PS4- Como Aldo Rebelo assumiu o Ministério dos Esportes sem saber nada do assunto, deveria continuar depois de dois anos de aprendizado. Mas agir sensatamente não é o estilo, o habito e o gosto da presidente Dilma. Aí, transferiu-o de Ministério, revoltou toda comunidade cientifica.

PS5-Juca Ferreira, ministro da Cultura de Lula, voltou ao cargo. Não foi reverencia ao ex-presidente e sim represália planejada a Dona Suplicy. Esta não é mais Ministra. Vai completar o mandato (e a carreira) no sendo. Retumbancia geral contra Juca.

PS6- Repercussão negativa maior só a do novo Ministro dos Esportes, Não conhece ninguém do setor, não é conhecido. Nem ele mesmo se conhece, foi pastor não é mais. Explicou: “posso não conhecer ninguém do setor, mas sou inteligente, sei tratar com gente, e gosto de ouvir”. (E colocou a mão no ouvido). Vaiado assim que foi anunciado.

PS7- Jaques Wagner era Ministro garantido. Foi colocado na Defesa, começou com uma gafe milenar ou militar: “Temos que deixar as feridas cicatrizarem”. Como os comandantes consideram que não houve ferida, não gostaram da palavra cicatrizar.

PS8- Singularíssima a situação de Cid Gomes. No meio de 2014 registrei aqui: “A governador do Ceará pediu a Dona Dilma, quero ir para um cargo no exterior, estudar, me aprimorar, há muito tempo não abro um livro”. Sincero, Dona Dilma, respondeu: “Vou pensar”.

PS9- Estudar é sempre uma boa ideia. Mas não terá tempo, foi nomeado precisamente no Ministério da Educação, em vez de aprender vai educar. E está tão atrasado, que leu um discurso primário, escrito a mão, em folhas de papel.

PS10- Dona Dilma repetiu a frase lançada em 2013: “Brasil, Pátria-Educadora”. E no segundo discurso reafirmou: “Educação será a prioridade das prioridades”.

PS11- Demitido não surpreendentemente em junho do ano passado. Mantega pediu a Dilma: “Quero ir para uma vaga de diretor do BID, que pertence ao Brasil”. Não foi atendido, vai um pouco mais longe: será presidente do Conselho do Banco dos Brics.

PS12- Esse Banco ainda não foi fundado, e quando (e se) começar a funcionar, a sede será em Hong-kong. Mantega irá morar lá ou aqui? Não precisa se preocupar, tem o ano inteiro para isso.





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