Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

FHC, LULA E DILMA, CONVIVEM E SE ENTRELAÇAM COM O APAGÃO. LEITORES SE PREOCUPAM COM A DÍVIDA DE MAIS DE DOIS TRILHÕES. QUE SUBIRÁ EM 2015. “NAO HAVERÁ AUMENTO DE IMPOSTOS”.

HELIO FERNANDES
21.01.15

Joaquim Levy surgiu do nada, era a quarta ou quinta opção para Ministro da Fazenda. Dona Dilma insistia no diretor do Bradesco, Trabuco. O banco não liberou o diretor, que dentro de algum tempo será Executivo principal, mas indicou ou apontou supostamente para o segundo Joaquim. Dona Dilma, aprisionada entre Belluzzo e Coutinho no BNDES, aceitou.

Mas não convidou nem nomeou, teve conversa rápida com ele. Podia nomea-lo imediatamente, era presidente no cargo, e presidente reeleita, tinha todos os poderes. Mas resolveu APRESENTA-LO, palavra chave. Junto com Tombini, (já confirmado) e Barbosa, que sempre quis ser Ministro da Fazenda, foi APRESENTADO no Planejamento, já se sabia que seria substituto de Joaquim, se fosse necessário.

Ainda não nomeado, mas já APRESENTADO, o segundo Joaquim deu entrevista coletiva televisada. Não precisou mostrar credenciais, era bastante conhecido, principalmente nos bastidores. A surpresa, foi o seu passado, nada “dilmista”. O choque era tão visível, que chamei-o logo de Arminio Fraga do B. Tinha todas as semelhanças com esse economista que seria Ministro da Fazenda de Aécio.

O PSDB exultou, quase aplaudiu, o que seria insensato, Joaquim não sabe quanto tempo ficará; mesmo sabendo, foi citado o que faria e o que não faria de jeito algum. A presidenA não gostou nem do afirmativo nem do negativo. Nem ele também, tanto que ontem negou a si mesmo, usando também a televisão.
Ponto importante e fundamental na sua fala: “Haverá aumento de impostos”. Garantido: o aumento de combustíveis, “para capitalizar a Petrobras”. Com a queda retumbante do preço do petróleo, a Petros, que importa diesel e gasolina, não está perdendo dinheiro com a importação.

(Deixamos de lado a questão da exportação do petróleo, um problema terrível. E no momento sem solução. Com o barril a menos de 50 dólares, a Petrobras perderá fortunas com o Pré-Sal. Para retira-lo lá do fundo do mar, o custo de cada barril será de pouco mais de 60 dólares. Quando podia vender a 100 dólares, ótimo negócio. Perdendo mais ou menos 15 dólares por barril, não há como bancar o prejuízo).

Calculo a afirmação de Joaquim Levy: “Já cortamos 20 bilhões de reais com despesas desnecessárias”. E completando: “Com esses impostos, aumentaremos a receita em outros 20 bilhões, tudo para o “déficit primário” da dívida”. (Ler no final, exame do problema em conversa com leitores).

Ora direis, o que valerão esses 20 bilhões do aumento de impostos? O “impostometro”, montado pela Fiesp, registrando minuto a minuto o aumento e o pagamento obrigatório dos não ricos, nos primeiros 15 dias deste ano, o governo arrecadou 100 bilhões. O que representa esse aumento de 20 bilhões? Mais impopularidade para a presidente Dilma.

Dilma e Joaquim se desmentem, fingem, tolamente, que se entendem.

Ninguém ignorava que o segundo mandato de Dilma seria tumultuado, complicado, desorientado. Mas nem mesmo os chamados pessimistas, admitiriam usar apropriadamente a palavra catastrófico. Alem da economia agravada, a confissão de desacreditada. Os principais membros do governo, começando pela presindentA, falam por falar, não têm o menor respeito com os compromissos.

São tantas inverdades e contradições em apenas 22 dias, que temos que começar por algum lugar. Escolhemos o mais recente, o racionamento que abalou o país inteiro. Não apenas pelo apagão físico mas também pelo apagão verbal. Na sexta-feira, o Ministro de Minas e Energia, (cargo que já foi de Dona Dilma) falou ao “Jornal Nacional”, a maior audiência da televisão.

Apenas uma frase, resposta á inquietação nacional a respeito do apagão: “Não haverá racionamento de energia”. 72 horas depois 11 estados e a capital, Brasília, mergulhavam na escuridão; Eduardo Braga não foi desmentido, não sabia de nada,. refrão ou chavão que parecia propriedade de Lula e Dona Dilma.

Nos últimos dois ou três anos, o Ministro Lobão gastou suas poucas energias, para negar qualquer possibilidade de apagão. No intervalo dessas afirmações, houve um inicio de escuridão, o ministro atribuiu tudo a um raio, que cairá desastradamente. Os especialistas sabiam a verdade.

Lobão ia ser confirmado. No dia 5 de setembro foi citado no lava-jato, desapareceu, não foi nem á Parada de Sete de Setembro. Ressurgiu no fim de dezembro para ser demitido pelo senador derrotado na disputa do governo de Amazonas. Perdeu duas vezes para o prefeito de Manaus, Artur Virgilio. Precisava do ministério para a mulher assumir no senado, é sua suplente.

O Ministro e o Planalto, sem darem explicações para o que provocou o apagão que assustou o país, insistem: "O corte de energia não teve nada com o "pico" de consumo, foi falha técnica". Ora, especialistas respeitados, já falavam no perigo de acontecer o que aconteceu.

Outras manifestações deturpadas, espalhadas pelo Planalto: "O corte de energia não passou de 5% do total". Pois menos de 24 horas depois, já se sabia: o corte atingiu de 10 a 12% do total da energia consumida. Queda mais do que assustadora.

Oficialmente, nenhuma autoridade falou sobre os prejuízos das pessoas e de empresas no Brasil todo. Além das perdas financeiras, o descaso, a paralisação de trens, metrôs, e até o engarrafamento do transito nas ruas. Por causa de centenas de sinais de transito apagados. Descaso e desprezo pelo cidadão.

O apagão vem de longe.

A partir de 1999/2 mil, a mesma coisa que aconteceria em 2009 e se repete agora. No primeiro, FHC caminhava para terminar seu retrocesso de "oitenta anos em oito", negava qualquer falta de energia. Pois houve o maior apagão dos últimos 50 anos.

Em 2009, já terminando também o segundo mandato de Lula, outro apagão anunciado, negado, mas que deixou o país assustado. Com Dona Dilma, catástrofe energética sempre admitida por técnicos e especialistas, mas o Ministro e a presidentA, não ligavam. Agora, convivem com a escuridão do apagão, se defendem: "Foi apenas falha técnica". Nada disso acalma ou tranquiliza a população. Dona Dilma  não tem mais eleição não se preocupa.

Indenização do apagão.

O órgão regulador do sistema elétrico (ONS), recebeu ordens do Ministro de Minas e Energia para calcular o prejuízo de pessoas e empresas com o estranho corte de energia. Eduardo Fraga atendia a um telefonema de Dona Dilma. E esta, pressionada por deputados e senadores.

A ONS avaliou o prejuízo provocado em 23 bilhões de reais, mas o total está completamente errado. Foi baseado em apagão em sete estados e o Distrito Federal. Mas na verdade, foram atingidos 11 estados e Brasília. E a comunidade altamente prejudicada, em casa e nos transportes, não foi considerada nem indenizada. Dona Dilma não disputa mais eleição.

Resposta.

José Eduardo Prado, diante da tua colocação, tenho oportunidade de completar o que respondi ao William Nascimento. Você acertou em tudo, até no total da dívida, que identificou como 1 TRILHÃO e 800 BILHÕES, o mesmo da minha resposta. Só que coloquei 2 trilhões e 200 BILHÕES acrescentando que 400 BILHÕES, responsabilidade dos estados, mas com aval do governo federal.

Comentando dados teus, José Eduardo. A dívida dos EUA é de 5 TRILHÕES e meio. Mas essa dívida é remunerada a juros de zero a zero 25. Maravilha, A do Japão é seis vezes maior do que o PIB. Só que o juro é de 0,10, ou seja dez por cento de um por cento.

A dívida brasileira é duas vezes e meia maior que o PIB, mas os juros são 125 vezes maiores do que os juros do Japão e dos EUA. Quase certo: na próxima reunião do Banco Central, os juros irão (devem ir) para 12 por cento.

Assim, não ha país que aguente. Portanto, num simples cálculo aritmético, pode ser constatado no final deste 2015, a dívida estará em 2 TRILHÕES e 300 BILHÕES considerando o total.

E temos que saber qual será o pagamento da amortização, com a economia do que chamam de “superávit primário”. No ano passado, essa economia só deu para amortizar 20 por cento do total, ou seja: 40 BILHÕES. O que esperar deste traumático 2015?

Willian e José Eduardo Prado, obrigado e abraços.
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As respostas serão publicadas aqui no rodapé das matérias. (NR)

Jornalista Helio,

Saudações.

Parabenizo seu trabalho, agora online, que hoje chega aos mais distantes lugares do planeta. Espero seja tão admirado e reconhecido, como os brasileiros o respeitamos.

Abraços
Oneide Coutinho – Rio de Janeiro – RJ

Ao Blog,

Helio, porque exatamente você tem sido implacável com a presidente Dilma?
Seria frustração por nunca ter sido um político eleito?
Não me queira mal, Perguntar não ofende.

Raul de Medeiros – Belo Horizonte - M

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