Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

HOJE DATA HISTÓRICA PARA A CÂMARA

HELIO FERNANDES

Pela primeira vez estarão lá o presidente da Republica e os 27
governadores. (Eram 21, pela Constituição cidadã, passaram a 27, com o
fim dos Territórios, transformados em estados).

Bolsonaro estará lá, entregando pessoalmente o badalado mas
inteiramente desconhecido projeto da reforma previdenciária. Ele sabe
muito bem que podia enviar por um auxiliar, quer se encontrar e
conversar com deputados. Durante 28 anos, Bolsonaro foi 1(deputado) no
total de 513. Continua 1 (agora  presidente da Republica) que precisa
dos 513.

A Constituição estabelece que "os três Poderes, Executivo,
Legislativo e Judiciário, são autônomos e independentes entre si". O
STF pretende interferir em tudo, só devia agir em caso de recurso, é
"o guardião da Constituição". Executivo e Legislativo têm dialogo
diário e permanente, se completam. Mas durante anos e anos, tiveram
relacionamento vergonhoso, lancinante, deprimente, arruinando e
destruindo a palavra e a atividade POLÍTICA.

Considerada, "a arte de governar os povos", passou a ser repulsiva e
vergonhosa. Não precisam inventar nada, basta ler ou reler Platão.

Temos que reconhecer que o sistema vigente (e único no
mundo) "Presidencialismo pluripartidário", (excrescência e insuportável)
prejudica o relacionamento dos 2 Poderes, transforma tudo num "balcão
de negócios". Está se tornando quase visível um entendimento com mais
grandeza e desprendimento, entre Executivo e Legislativo, com
recuperação da verdadeira POLITICA.

Favorecendo o país, os parlamentares, e o presidente da Republica. O
chefe do Executivo pode nomear indicados por deputados e senadores,
sem que isso, obrigatoriamente se transforme num troca-troca que
arruína toda a economia e a governabilidade. Basta dignidade,
credibilidade, responsabilidade nas indicações. E fiscalização dos
dois lados para evitar personagens altamente comprometidos.

O presidente da Câmara receberá também hoje, para uma conversa sobre
a reforma previdenciária, todos os governadores. A agenda tem um só
item: aprovação da reforma previdenciária. Lógico, o apoio deles é
altamente favorável. Mas os estados e municípios têm graves problemas
(também previdenciários) criados pela União.

Rodrigo Maia já garantiu: "O que for aprovado para a União, através de
Emenda, constitucionalmente valerá para governadores e prefeitos”.

Ainda assim, a aprovação correrá grandes riscos, precisa tramitar por
meses. Mas foi excelente ideia.

OS FILHOS DO PRESIDENTE QUEREM AÇAMBARCAR
A UDN, AMALDIÇOANDO SEU PASSADO HISTÓRICO
 
A Republica teve um único partido e nenhuma eleição. Era o Republicano. 
E o poder, nacional e estadual, dividido entre seus dirigentes. Isso
durou até 1945, com a primeira eleição direta. Passando inicialmente
por 1934, quando essa direta deveria ser realizada. Foi fundada então
a UDN(União Democrática Nacional) conservadora, mas não reacionária.
 
Nasceu, viveu e cresceu combatendo ditaduras. Em 1934, em vez de
eleição, o golpe de Vargas, que não tendo sido eleito, foi "reeleito"
até 1938, corrompendo a constituinte. Só que não esperou 38, implantou
o "Estado Novo" em 37. Fechou Câmara e senado, prendeu centenas de
jornalistas, advogados, políticos. Ditador cruel exerceu o poder
covarde e cruelmente. Extraditando até para a Alemanha a mulher de
Prestes, que sabia que morreria na Câmera de Gás. O que aconteceu.
Derrubado em 1945, por alguns generais que o apoiaram, a eleição
direta marcada para 33 dias depois.
 
Foram fundados 3 partidos. UDN, PSD, (presidido pelo genro de Vargas) e
PTB, dirigido ao proletariado de SP. Os socialistas, representados por
três grandes figuras, (João Mangabeira, Hermes Lima, Domingos Velasco)
se filiaram á UDN, formaram a "esquerda democrática", disputaram a
eleição, Hermes Lima foi o deputado federal mais votado do país.Por
que não se filiaram ao PSD ou PTB?
 
A UDN continuou disputando eleições e combatendo. Em 1960, a grande
esperança Janio quadros ,candidato a presidente, se filiou á UDN, foi
eleito facilmente. È esse partido de centro conservador que através de
testas de ferro, os filhos do presidente, reacionários da extremissima
direita, querem controlar. Todo o cuidado é pouco. Mas eles têm a
proteção e a cumplicidade do pai presidente.

PACOTE DE MORO CHEGA À CÂMARA
 
O ministro foi junto. E ficou surpreendido, quando Rodrigo Maia e
Paulo Guedes, (que vai mais á Câmara do que ao seu gabinete) afirmara:
"Esse pacote não pode atrapalhar a tramitação da Previdência".
 
Moro não gostou, e comentou: "O combate ao crime e á corrupção, é
importante para a economia". Foi embora, deixando a advertência: "Vou
pedir uma reunião conjunta".
 
DECISÃO MAGISTRAL DA CÂMARA
 
Ontem, numa votação histórica, anulou o chamado "decreto do sigilo".
Durante dezenas de anos, só algumas poucas e destacadas autoridades,
podiam determinar que documentos ficassem sigilosos por 25 anos.
 
Eleito e empossado o governo Bolsonaro, imediatamente a tradição foi
anulada.  E por decreto, milhares de pessoas, passaram a ter o poder
de transformar em sigilosos por 25 anos, quaisquer documentos.
 
Revolta geral, da comunidade e de grandes juristas. Foi então
apresentado um projeto restabelecendo o sigilo tradicional. Aprovado

ontem, derrota fragorosa do governo.

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