ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Bolsonaro demite Bebiano que já estava na “geladeira”
O atual ministro da
Secretaria-Geral da Presidência e ex-presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse
em conversa com aliados que se arrepende de ter auxiliado na eleição do
presidente Jair Bolsonaro (PSL) e chamou o capitão reformado de fraco. As
informações são do portal G1 .
De acordo com o site,
Bebiano teria dito à políticos próximos que precisa "pedir desculpas ao
Brasil por ter viabilizado a candidatura de Bolsonaro. Nunca imaginei que ele
seria um presidente tão fraco." O desabafo aconteceu depois de o
presidente ter assinado a demissão do ministro na noite de sábado (16).
Na “geladeira”
A decisão do
presidente de exonerar o ministro foi tomada após um encontro tenso com
Bebianno no fim da tarde desta sexta-feira (15) no Palácio do Planalto, em
Brasília. Bebianno tentava um encontro com o Bolsonaro desde quarta-feira
(13), mas havia sido colocado "na geladeira" pelo presidente. Mais
cedo, na sexta-feira (15), Bebianno se encontrou com os ministros Onyx
Lorenzoni (Casa Civil) e Santos Cruz (Secretaria de Governo), e foi informado
por eles que permaneceria com seu cargo no governo.
Mentiroso?
O contexto da frase, segundo o colunista Lauro
Jardim, é uma conversa na qual Bebianno afirma que a culpa de sua iminente
exoneração não é somente do vereador Carlos Bolsonaro (PSL). Nesta semana, o
filho do presidente chamou o ministro de “mentiroso” ao afirmar que Bebianno
não teria conversado com o presidente sobre o episódio das candidaturas
laranjas do PSL.
“O problema não é o pimpolho. O Jair é o problema. Ele usa
o Carlos como instrumento. É assustador. (…) Perdi a confiança no Jair. Tenho
vergonha de ter acreditado nele. É uma pessoa louca, um perigo para o Brasil”,
confessou Bebianno a um interlocutor, segundo Jardim.
Filhos de
Bolsonaro na UDN
Com o PSL em crise e sob suspeita de desviar verba pública por meio de
candidaturas "laranjas" nas eleições de 2018, os filhos do presidente
Jair Bolsonaro (PSL) negociam migrar para um novo partido, que está em fase
final de criação. Trata-se da reedição da antiga UDN (União Democrática
Nacional)
Segundo três fontes ouvidas pela reportagem em caráter reservado, o
deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se reuniu na semana passada em
Brasília com dirigentes da sigla para tratar do assunto. Ele tem urgência em
levar adiante o projeto. Eleito com 1,8 milhão de votos, Eduardo teria o apoio
de seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Com esse movimento, a
família Bolsonaro buscaria preservar seu capital eleitoral diante do desgaste
do partido
Além de afastar a família dos problemas do PSL, a nova sigla realizaria
o projeto político de aglutinar lideranças da direita nacional identificadas
com o liberalismo econômico e com a pauta nacionalista e conservadora,
defendida pelo clã Bolsonaro.
O
aumento dos servidores da pátria mãe
O governo de Jair
Bolsonaro (PSL) desistiu de brigar pela suspensão do reajuste salarial dos
servidores públicos, uma das primeiras bombas fiscais a estourar na mão do
novo presidente. A medida provisória (MP) que tratava do tema não foi votada
pelo Congresso Nacional a tempo e perdeu a validade.
Segundo membros do
governo, agora não há mais como reverter o aumento salarial dos servidores, e a
medida custará R$ 4,7 bilhões aos cofres públicos neste ano. O ex-presidente
Michel Temer (MDB) já havia proposto a suspensão do reajuste para
ajudar o governo seguinte a aliviar as contas e reduzir o déficit
fiscal, mas também fracassou.
Congresso ignorou
Editada em setembro
do ano passado, a MP de Temer propunha o adiamento para o ano que vem do
pagamento dos reajustes concedidos em 2015 e 2016. O texto, porém, foi
completamente ignorado pelo Congresso e nem chegou a ser avaliado pela comissão
responsável, etapa que antecede a votação da proposta nos plenários da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal.
Com o governo
impossibilitado de reverter o reajuste, 209 mil servidores ativos e 163 mil
inativos têm o aumento salarial garantido. As remunerações pagas a outros 124
mil cargos comissionados e gratificações também subirão.
O Parlamento sueco...
Para os deputados suecos do novo Parlamento, eleito em setembro passado,
a realidade é a austeridade de sempre: gabinetes de sete metros quadrados,
apartamentos funcionais pequenos e rígidos limites para o uso do dinheiro dos
contribuintes no exercício da atividade parlamentar.
Não
são oferecidos a deputados suecos benefícios extras como aqueles concedidos a
parlamentares no Brasil, a exemplo de verbas para fretamento de aeronaves;
aluguel e demais despesas de escritório político na base eleitoral; alimentação
do parlamentar; contratação de secretária e entre 25 e 50 assessores
particulares; ressarcimento de gastos com médicos; auxílio-creche pago por cada
filho até os seis anos de idade; auxílio-mudança para se transferir para a
capital; fundos para contratação de consultorias; assinatura de publicações e
serviços de TV; além de verba para divulgação de mandato.
Cidadãos comuns. Sem
imunidade
E
imunidade parlamentar é um conceito que não existe na Suécia. "Somos
cidadãos comuns", diz à BBC News Brasil o deputado Per-Arne Håkansson, do
partido Social-Democrata, em seu gabinete no Parlamento sueco.
A
cada início de mandato, o que os 349 deputados suecos recebem – assim como o
Presidente do Parlamento – é um cartão anual para usar o transporte público. E
também um robusto código de ética, que vem acompanhado ainda por um conjunto de
informações sobre o restrito uso das verbas públicas e normas de conduta para a
atividade parlamentar.
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