Titular: Helio Fernandes

domingo, 17 de fevereiro de 2019


ANÁLISE & POLÍTICA 
ROBERTO MONTEIRO PINHO

Bolsonaro demite Bebiano que já estava na “geladeira”

O atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência e ex-presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse em conversa com aliados que se arrepende de ter auxiliado na eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e chamou o capitão reformado de fraco. As informações são do portal G1 .

De acordo com o site, Bebiano teria dito à políticos próximos que precisa "pedir desculpas ao Brasil por ter viabilizado a candidatura de Bolsonaro. Nunca imaginei que ele seria um presidente tão fraco." O desabafo aconteceu depois de o presidente ter assinado a demissão do ministro na noite de sábado (16). 

Na “geladeira”

A decisão do presidente de exonerar o ministro foi tomada após um encontro tenso com Bebianno no fim da tarde desta sexta-feira (15) no Palácio do Planalto, em Brasília. Bebianno tentava um encontro com o Bolsonaro desde quarta-feira (13), mas havia sido colocado "na geladeira" pelo presidente. Mais cedo, na sexta-feira (15), Bebianno se encontrou com os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Santos Cruz (Secretaria de Governo), e foi informado por eles que permaneceria com seu cargo no governo.

Mentiroso?

O contexto da frase, segundo o colunista Lauro Jardim, é uma conversa na qual Bebianno afirma que a culpa de sua iminente exoneração não é somente do vereador Carlos Bolsonaro (PSL). Nesta semana, o filho do presidente chamou o ministro de “mentiroso” ao afirmar que Bebianno não teria conversado com o presidente sobre o episódio das candidaturas laranjas do PSL.
“O problema não é o pimpolho. O Jair é o problema. Ele usa o Carlos como instrumento. É assustador. (…) Perdi a confiança no Jair. Tenho vergonha de ter acreditado nele. É uma pessoa louca, um perigo para o Brasil”, confessou Bebianno a um interlocutor, segundo Jardim.
Filhos de Bolsonaro na UDN
Com o PSL em crise e sob suspeita de desviar verba pública por meio de candidaturas "laranjas" nas eleições de 2018, os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) negociam migrar para um novo partido, que está em fase final de criação. Trata-se da reedição da antiga UDN (União Democrática Nacional)
Segundo três fontes ouvidas pela reportagem em caráter reservado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se reuniu na semana passada em Brasília com dirigentes da sigla para tratar do assunto. Ele tem urgência em levar adiante o projeto. Eleito com 1,8 milhão de votos, Eduardo teria o apoio de seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Com esse movimento, a família Bolsonaro buscaria preservar seu capital eleitoral diante do desgaste do partido
Além de afastar a família dos problemas do PSL, a nova sigla realizaria o projeto político de aglutinar lideranças da direita nacional identificadas com o liberalismo econômico e com a pauta nacionalista e conservadora, defendida pelo clã Bolsonaro.
O aumento dos servidores da pátria mãe
O governo de Jair Bolsonaro (PSL) desistiu de brigar pela suspensão do reajuste salarial dos servidores públicos, uma das primeiras bombas fiscais a estourar na mão do novo presidente. A medida provisória (MP) que tratava do tema não foi votada pelo Congresso Nacional a tempo e perdeu a validade.
Segundo membros do governo, agora não há mais como reverter o aumento salarial dos servidores, e a medida custará R$ 4,7 bilhões aos cofres públicos neste ano. O ex-presidente Michel Temer (MDB) já havia proposto a suspensão do reajuste para ajudar o governo seguinte a aliviar as contas e reduzir o déficit fiscal, mas também fracassou.

Congresso ignorou

Editada em setembro do ano passado, a MP de Temer propunha o adiamento para o ano que vem do pagamento dos reajustes concedidos em 2015 e 2016. O texto, porém, foi completamente ignorado pelo Congresso e nem chegou a ser avaliado pela comissão responsável, etapa que antecede a votação da proposta nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 

Com o governo impossibilitado de reverter o reajuste, 209 mil servidores ativos e 163 mil inativos têm o aumento salarial garantido. As remunerações pagas a outros 124 mil cargos comissionados e gratificações também subirão.

O Parlamento sueco...

Para os deputados suecos do novo Parlamento, eleito em setembro passado, a realidade é a austeridade de sempre: gabinetes de sete metros quadrados, apartamentos funcionais pequenos e rígidos limites para o uso do dinheiro dos contribuintes no exercício da atividade parlamentar.
Não são oferecidos a deputados suecos benefícios extras como aqueles concedidos a parlamentares no Brasil, a exemplo de verbas para fretamento de aeronaves; aluguel e demais despesas de escritório político na base eleitoral; alimentação do parlamentar; contratação de secretária e entre 25 e 50 assessores particulares; ressarcimento de gastos com médicos; auxílio-creche pago por cada filho até os seis anos de idade; auxílio-mudança para se transferir para a capital; fundos para contratação de consultorias; assinatura de publicações e serviços de TV; além de verba para divulgação de mandato.
Cidadãos comuns. Sem imunidade
E imunidade parlamentar é um conceito que não existe na Suécia. "Somos cidadãos comuns", diz à BBC News Brasil o deputado Per-Arne Håkansson, do partido Social-Democrata, em seu gabinete no Parlamento sueco.
A cada início de mandato, o que os 349 deputados suecos recebem – assim como o Presidente do Parlamento – é um cartão anual para usar o transporte público. E também um robusto código de ética, que vem acompanhado ainda por um conjunto de informações sobre o restrito uso das verbas públicas e normas de conduta para a atividade parlamentar.



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