Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

BOLSONARO: A FALTA  DE COMPUSTURA PRESIDENCIAL

HELIO FERNANDES

A explosão trazida da Internet por um dos filhos, assustou e
estarreceu, não apenas a opinião publica. Preocupou e movimentou toda
a comunidade política. E articulou os 7 ou 8 generais que
militarizaram o governo ou desgoverno. Qualquer analise ou comentário
a respeito de Bolsonaro, leva á conclusão. Ele não tem o mínimo de
condições para exercer a presidência da Republica.

A crise provocada pela cumplicidade ou subserviência com os filhos
irresponsáveis, levou á pergunta irrespondível: que governo é esse? E
o ministro Bebiano, Secretario da Presidência que pretendem demitir,(o
numero 2 da hierarquia civil do Planalto) ganha apoios gerais,
políticos e militares. Todos se movimentam, se reúnem, "pedem paz e
tranquidade, em nome da governabilidade".

Rodrigo Maia, prestigiadissimo, coordenador principal das reformas,
sem hostilidade mas conhecimento de causa, adverte: "Esse conflito pode
atingir a  tramitação das reformas". Enorme repercussão, até agora sem
modificação.

Uma foto de Bolsonaro no Alvorada, 24 horas depois de deixar o
hospital, com ministros, e como sempre mostrada logo nas redes, revela
que a falta de compostura presidencial é alarmante e sem preocupação
até no vestir e se apresentar. De chinelo, calça jeans amarrotada,
camisa desabotoada e desamarrada.

Sabia que estava posando para milhões. Em toda a História da Republica,
nenhum presidente se apresentou dessa maneira,
 
O FILME SOBRE MARIGUELA APLAUDIDO DE PÈ EM BERLIM
 
Mais um sucesso de Wagner Moura como diretor. A vida, e a morte dele
precisavam e mereciam um diretor como Wagner. Ele foi um dos 12
eleitos para a primeira  constituinte direta, em 1945. Pela legenda do
Partido Comunista Brasileiro, (o famoso "partidão") que tinha ainda 1
senador, o lendário Luiz Carlos Prestes.
 
Sobral Pinto, advogado de Prestes, depois, grande e incondicional
amigo, avisou que o registro do PCB iria ser cassado, o que aconteceu.
 
E todos mergulharam na clandestinidade. Alguns, como Prestes, foram
viver no exterior. Marighela se recusou a sair do Brasil, fez notável
carreira de combatente, atingindo o ponto mais alto, na  guerrilha do
Araguaya.
 
Em plena ditadura, eram 60 contra 60 mil. Foram chamados para
conversar uma trégua. Alguns, como Marighela, acreditaram,
compareceram, foram cruel e covardemente assassinados.
 
Não tenho noticias sobre quando o filme será exibido no Brasil.
 
HOMOFOBIA
 
Desde quarta-feira, o STF vem discutindo a criminalização dessa
violência. Mas pela falta de limite para a duração de cada voto,
algumas aulas, mas nenhuma conclusão. Há anos defendo que o Regimento
interno do STF está arcaico e ultrapassado. Deviam fazer como na
Suprema Corte dos EUA, cada voto tem que ter no máximo 25 minutos.
 
Aqui poderiam fazer uma adaptação. O ministro votaria em 25 minutos, o
resto, sem limite, seria lido na Internet. Aliás, quando um ministro
está votando, os outros 10, têm na sua frente o voto completo .Na
quinta feira,o ultimo a votar foi Celso de Mello.Como sempre
magistral, violentíssimo contra a homofobia. Mas não será seguido por
todos.
 
Ainda teve tempo de criticar duramente a esdrúxula ministra Dalmares,
que se notabilizou com a afirmação impensada, "meninos vestem azul,
meninas vestem rosa". 24 horas depois de criticada pelo decano, numa
entrevista, afirmou de forma ultrajante:"Meninas não podem ser criadas
no Brasil, o país mais violento para elas.Os pais deveriam levá-las
para o exterior".
 
O ministro da Educação, estrangeiro naturalizado, rivaliza com a
Dalmares, em matéria de barbaridades. Sua afirmação de agora, na
Televisão: "o brasileiro é CANIBAL". Revoltada e representando o
sentimento da comunidade, a ministra Rosa Weber, interpelou-o
oficialmente. Agora ele tem prazo para explicar porque considera o
brasileiro CANIBAL. Ainda bem.
 
DEPOIS DE AMANHÂ, QUARTA-FEIRA,
A REFORMA DA PREVIDENCIA CORRE RISCO
 
Rodrigo Maia, presidente da Câmara e grande coordenador da reforma
está preocupado. Tem encontro marcado em Brasília com os 27
governadores. Vem conversando com muitos, por mensagens. Agora,
pessoalmente. Garantiu a eles: "O que for aprovado para a União, será
automaticamente adotado para governadores e prefeitos" . Reforço
considerável.
 
Mas a crise do filho do presidente afetou e afastou muitos
deputados, que estão mudando de voto. E se baseiam na posição do próprio
Maia, que ficou publicamente contra o filho criador de tudo. E
manifestou total solidariedade a Bebiano. Apesar de ressalvar que "não
estava sendo hostil", a preocupação parte do seu próprio gabinete. E
seu otimismo exagerado, ficou mais comedido.
 
Logo que Paulo Guedes recebeu de Maia o recado, "aprovaremos a reforma
em 2 meses", reações desencontradas. Satisfação do super ministro,
apesar de ainda não ter o aval do presidente, no hospital.
 
Da Câmara, alerta de deputados, que não entendem nem concordam com 80%
do projeto.Iam votar por causa do apoio a Maia, "mas não em 2 meses".
O presidente da Câmara que aprendeu a localizar dificuldades,
compreendeu essa: o apoio dos governadores, significa choque e
desprestigio para os parlamentares, que serão pressionados para
votarem pela aprovação.
 
E não querem se submeter á dinastia dos filhos prepotentes e
imprudentes. Cauteloso, Maia interferiu no tempo: de 2 meses passou
para 6. E olhe lá.
 
55 ANOS DOS GENERAIS TORTURADORES DE 64,
55 ANOS DA DEMOCRÁTICA BANDA DE IPANEMA
 
As ditaduras acabam, execradas para sempre. Apesar da amaldiçoada
"anistia, ampla, geral e irrestrita". A Banda de Ipanema, exaltada e
admirada, cada vez mais. Inspirada e com participação do primeiro time
de intelectuais, atingiu e confraternizou com a comunidade.
 
Aquilo que o extraordinário JE de Macedo Soares, identificou como, "a
patuleia vil e ignara das ruas, o povo".
 
As estrelas do Pasquim, descansavam do combate, deixavam a trincheira
para desfilar.
 
55 anos eternos. Todo ano, perto do carnaval homenageiam
alguém, geralmente ligado á musica. Neste 2019 o escolhido foi o cantor
e compositor, Paulinho da Viola. Mais acertado, impossível. E ontem,

ele, emocionado, "é a maior homenagem da minha vida".

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