ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Brasil não quer confronto com a Venezuela
O Ministério da
Defesa informou neste domingo (24), por meio de nota, que militares
brasileiros intercederam para que incidentes na linha de fronteira
envolvendo manifestantes venezuelanos e a Guarda Nacional Bolivariana não
voltem a se repetir.
O município de
Pacaraima, em Roraima, foi alvo de tiros e bombas de gás disparados pelas
tropas leais ao regime de Nicolás Maduro. Uma das medidas negociadas, segundo o
Ministério da Defesa, foi a retirada de tanques das forças militares do país
vizinho que estavam posicionados em uma barreira do lado venezuelano da
fronteira.
O Ministério da Defesa brasileiro reiterou que manterá a fronteira do
Brasil aberta para acolher os imigrantes, que buscam refúgio no país. "Há
um ano, o Brasil está engajado na Operação Acolhida - ação humanitária para
atender aos irmãos venezuelanos que chegam no País. Por isso, o Ministério da
Defesa reitera a confiança numa solução urgente para a situação na
Venezuela".
Aeronaves russas estão em solo
venezuelano
Quatro aeronaves -
incluindo dois bombardeiros Tupolev 160 (Tu-160), com capacidade para
transportar armas nucleares - pousaram na segunda-feira (18) no Aeroporto Internacional de Maiquetía Simón
Bolívar, nos arredores de Caracas - em uma demonstração de apoio da Rússia ao
governo do presidente Nicolás
O
ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, participou de um evento de
boas-vindas às aeronaves e afirmou que elas fazem parte de exercícios de
cooperação militar entre os dois países. "Estamos nos preparando para
defender a Venezuela até o último momento caso seja necessário."
Maduro
afirmou que havia uma tentativa "coordenada diretamente pela Casa Branca
de perturbar a vida democrática na Venezuela e tentar dar um golpe de Estado
contra o governo constitucional, democrático e livre do país" em
andamento. Padrino explicou que os aviões russos são "logísticos e
bombardeiros" e acrescentou que ninguém deve se preocupar com a presença
das aeronaves no país.
Maduro - Putin
Um
exercício militar conjunto foi anunciado poucos dias depois do encontro de
Maduro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou. A reunião
resultou na assinatura de contratos da ordem de US$ 6 bilhões em investimentos
russos nas áreas de mineração e petróleo na Venezuela.
Os
dois países são aliados próximos de longa data. E o governo de Maduro,
pressionado pelas sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia
contra o que consideram violações de direitos humanos na Venezuela, quer
reforçar esses laços - incluída, aí, a frente militar.
O
embaixador da Rússia lembrou que a cooperação na área de defesa começou em
2005, quando Hugo Chávez era presidente. Mas o plano de ambos os governos agora
é aprofundar essa relação.
Estados Unidos, Brasil e Chile
Desde o anúncio do fechamento da fronteira da Venezuela com o
Brasil, na quinta-feira (21), o limite entre os dois países se tornou
palco de confrontos, que envolvem venezuelanos que estão em solo brasileiro e os
militares a serviço do regime chavista.
Dezenas de feridos foram encaminhados ao sistema de saúde de Roraima,
onde o governador, Antonio Denarium, declarou neste domingo estado de
calamidade pública devido ao grande número de atendimentos.
Os confrontos em fronteiras se repetem em Ureña, na fronteira da
Venezuela com a Colômbia, que também foi fechada por ordem de Maduro. As ações
do chavista visam impedir a chegada da ajuda humanitária negociada por países
como os Estados Unidos, o Brasil e o Chile com o principal opositor de Maduro,
o autoproclamado presidente encarregado, Juan Guaidó.
Maduro alegou, em discurso proferido nesse sábado (23), em Caracas, que
a comida e remédios oferecidos são “brincadeira de enganar bobo” a e que a
ajuda humanitária é, na verdade, um pretexto do governo do americano Donald
Trump para realizar uma invasão militar na Venezuela.
Magistrados e servidores x Previdência
Social...
Associações de
servidores públicos que ganham altos salários ameaçam ir ao STF (Supremo
Tribunal Federal) contra o novo teto da contribuição previdenciária, de 22%,
previsto no projeto de reforma da Previdência apresentado na última
quarta-feira (20). As informações foram publicadas pela Folha de S.
Paulo .
Segundo o jornal, as
entidades alegam que a alíquota proposta pela nova Previdência é ilegal e que a
carga tributária imposta para quem ganha acima de R$ 39 mil é abusiva e
equivalente a um "confisco". Ontem (21), representantes dos
servidores públicos foram ao Congresso Nacional para pressionar parlamentares.
Se
a contribuição prevista na reforma não for alterada, as associações
prometem recorrer aos ministros do STF, cujos salários (R$ 39,3 mil) representam
o teto do funcionalismo público. “Se essas alíquotas se mantiverem nesses
termos, fatalmente isso será questionado por nós no Supremo”, afirmou Guilherme
Feliciano, presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da
Justiça do Trabalho), à Folha .
O termo confisco já
foi usado em 1999, quando o STF derrubou a proposta do então presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de cobrar alíquotas maiores dos servidores
públicos. A maioria dos ministros entendeu que a carga tributária não
poderia ser tão alta porque a categoria, por seus altos salários, ainda está
sujeita a maior alíquota do Imposto de Renda (IR), de 27,5%.
Pela reforma da Previdência proposta pelo governo, porém, apenas os
servidores mais ricos, que ganham acima de R$ 39 mil, pagariam alíquotas mais
altas (ver tabela abaixo). Além disso, em muitos casos, servidores como magistrados
e procuradores ainda recebem outros benefícios (como o polêmico auxílio-moradia,
por exemplo) em que não incide nenhum tipo de tributação.
Hoje, todos os servidores públicos que ganham acima de R$ 5.839,45,
o teto estabelecido pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e válido
para os trabalhadores da iniciativa privada, contribuem com 11% para o
regime de aposentadorias da categoria. A proposta da reforma da
Previdência quer fazer com que os que ganham mais paguem mais, amenizando as disparidades
entre as faixas salariais.
Governo
fecha questão pelo fim da multa do FGTS
Durante
a apresentação da proposta na semana passada, os técnicos da Previdência
expuseram duas medidas formuladas para "desonerar o empregador" - ou
seja, para reduzir o custo dos trabalhadores para as empresas.
Uma
delas prevê o fim da multa rescisória de 40% sobre os depósitos do FGTS para os
trabalhadores que já estiverem aposentados. A outra extingue a obrigatoriedade
por parte das empresas de recolher o equivalente a 8% do salário dos
funcionários para o FGTS para os empregados aposentados.
Demissão mais barata
Na
prática, o fim da multa rescisória tornaria mais barata a demissão dos
aposentados que ainda estão na ativa - um contingente que chega a 1,4 milhão de
pessoas, conforme os dados da Secretaria da Previdência referentes a 2017
levantados a pedido da BBC News Brasil.
Isso
porque, quando um trabalhador com carteira assinada se aposenta e segue
trabalhando, ele tem direito de sacar o saldo total do fundo de garantia, mas
seu empregador continua sendo obrigado a pagar 40% do valor que depositou no
FGTS como indenização caso mande o funcionário embora. Para pessoas que estão
há 20 ou 30 anos na mesma empresa, essa multa pode atingir valor considerável.
Celular já é usado por 52% de brasileiros
Mais da metade da
população brasileira não consegue ficar sem usar o celular durante um dia
inteiro. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro
de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) Conecta divulgada no dia 21 de
Fevereiro (quinta-feira). De acordo com os dados do IBOPE Conecta, entre as
duas mil pessoas entrevistadas das classes A, B e C, 52% afirmaram que não
conseguem ficar sem usar o celular por um dia. A pesquisa foi
feita entre os dias 18 e 22 de outubro do ano passado.
Entre a outra
metade da população, 18% afirmou que podem, sim, ficar cerca de 24 horas
sem o aparelho e outros 30% declararam que podem ficar seu seus smartphones por até mais tempo do
que um dia.
31% afirmam que os smatphones não afetam suas vidas
Dentro do grupo que
disse conseguir ficar sem utilizar o celular, 8% afirmaram que aguentam no
máximo uma hora, 11% falaram que é possível ficar longe por duas ou três horas
e outros 11% disseram que até seis horas é um número alcançável. Apenas
No entanto, 15% dos
entrevistados revelaram que não conseguem ficar sem smartphone em momento algum.
Além de
responderem sobre as possibilidades de ficar sem usar o
celular , os entrevistados também foram perguntados sobre como o uso
dos aparelhos celulares impacta em suas vidas. Segundo a pesquisa, três em cada
dez brasileiros (31%) disseram que os smartphones não afetam suas vidas
negativamente. Outros, no entanto, citaram as más influências do aparelho em
suas vidas.
Governo vai leiloar empresas nos próximos 60 dias
A
gestão Bolsonaro pretende botar no mercado 24 projetos nos primeiros cem dias.
Entre 15 de março e 5 de abril, o plano é que sejam leiloados 10 terminais
portuários, a ferrovia Norte-Sul, a rede de comunicações integradas do Comando
da Aeronáutica e 12 aeroportos - Recife (PE), João Pessoa (PB), Campina Grande
(PB), Maceió (AL), Aracajú (SE), Juazeiro do Norte (CE), Vitória (ES), Macaé
(RJ) e mais cinco no Mato Grosso.
A
previsão é que esses projetos gerem R$ 2,3 bilhões em outorgas e R$ 8,3 bilhões
de investimentos ao longo dos contratos, que têm prazo de até 30 anos. A
carteira recebida de Temer soma no total 69 projetos: o programa prevê outros
24 concedidos até o final do ano e mais 21 em 2020, com destaque para mais onze
ferrovias e seis rodovias.
O
impacto sobre a economia, porém, não será sentido de imediato, já que os
investimentos em infraestrutura demandam etapas, como o licenciamento
ambiental, que podem levar mais de um ano, nota o economista Claudio Frischtak,
sócio da Inter B. Consultoria. Ele estima que a taxa de investimento em
infraestrutura deve ficar em 1,6% do PIB (total de riquezas produzidas no país)
neste ano, patamar parecido com os de 2017 e 2018 e inferior a média de 2,2%
vista de 2010 a 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário