Judiciário, imoral,
desacreditado e falido
(...) “Que
segurança do direito possui um país onde os integrantes da justiça, não merecem
apreço da população? Quase 115 milhões de processos tramitam no judiciário
brasileiro. Desses 22 milhões na justiça trabalhista. Um tsunami de ações com
mais da metade congelada nos tribunais.”
ROBERTO
MONTEIRO PINHO
O Brasil afunda no descrédito, e o judiciário que já não
vinha bem no conceito do cidadão, desabou. Dados coletados pelo ICJBrasil (Índice de Confiança na Justiça),
produzido pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas
(Direito SP), revelaram queda na confiança da população em praticamente todas
as instituições analisadas, na comparação com o relatório de 2016. As que
sofreram as quedas mais acentuadas foram o Poder Executivo (45%) e Congresso
Nacional (30%).
As
pesquisas anteriores já vinham dando sinais de debilidade da estrutura
judiciária que se traduziram em números desalentadores. Até mesmo quando
colocados em separado, os tribunais e os segmentos do judiciário, os números
persistem em baixa.
O
ICJBrasil incluiu o STF na avaliação, a fim
de verificar se o brasileiro difere o trabalho da Suprema Corte do restante do
Judiciário. A confiança da população no Supremo Tribunal Federal é de 24%,
assim como na Justiça.
Confiança - A
coordenadora do ICJ, Luciana de Oliveira Ramos em seu relatório, atribui esse
desempenho à intensa exposição das falhas e acertos de todas essas instituições
na mídia com o desenrolar dos últimos episódios políticos. “A pesquisa captou
um momento em que o brasileiro passou a acompanhar com mais preocupação os
movimentos de combate a corrupção.” (...)
“Ao ampliar seu conhecimento sobre as instituições, ele
passou a acreditar menos nelas. Além disso, o descolamento das demandas da
população com os interesses dos Poderes da República, colabora para uma visão
menos alentadora do brasileiro”, explica a pesquisadora.
A confiança da população no Judiciário também
apresentou uma queda de 10 pontos percentuais entre 2013 a 2017, passando de
34% para 24%.
As
instituições mais confiáveis do país também foram mal avaliadas, especialmente
a partir de 2014. As Forças Armadas caiu de 68% para 56% no período. A
confiança da população na igreja católica também sofreu retração de 59% para
53%. As instituições que mais tiveram queda no seu grau de confiança foram o
Governo Federal, que passou de 29% para 6%, o Ministério Público, de 50% para
28% e as grandes empresas, cuja confiança passou de 43% para 29%.
Insegurança jurídica - À exceção de redes sociais, que viu a confiança subir
61% de um ano para o outro, e da Polícia que registrou um leve incremento de
4%, a confiança do brasileiro nas outras instituições analisadas caiu.
Destaques para Sindicatos (-29%), Ministério Público (-22), Poder Judiciário
(-17%), Grandes Empresas (-15%), Emissoras de TV (-9%), Igreja católica (-7%) e
Forças Armadas e Imprensa Escrita, ambas com queda de 5%.
Partidos Políticos mantiveram um patamar de 7% na
confiança e deixaram o posto de instituição menos confiável pelos brasileiros
para o Governo Federal, com apenas 6%.
Onde está a causa? Que segurança do direito possui um
país onde os integrantes da justiça, não merecem apreço da população? Quase
115 milhões de processos tramitam no judiciário brasileiro. Desses 22 milhões
na justiça trabalhista.
Discriminação
de classes - Responsável pelas demandas em curso no
judiciário, até mesmo a confiança da classe dos advogados na Justiça se alinha
a sociedade civil. Em 2011 análise do sistema do judiciário brasileiro,
realizada pelo instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), este segmento
numa escala de 0 a 10 recebeu, nota 4,55, após uma avaliação critica da Justiça
pela maioria dos 2.770 entrevistados.
Os
resultados divulgados fazem parte do Sistema de Indicadores de Percepção Social
(Sips), lançado pelo instituto. Para a maioria dos entrevistados, a Justiça
trata de forma diferenciada as pessoas, dependendo da classe social, sexo e
etnia.
No
item da pesquisa que indaga sobre a honestidade dos integrantes da Justiça a
nota média, de 0 a 10, foi 1,17. A pesquisa ainda mostrou que os autores de
ações na Justiça costumam fazer uma avaliação pior da Justiça (média de 3,79)
que os réus (média de 4,43).
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