MAIA PARA TEMER: "NO MOMENTO, NÃO TEMOS OS 308 VOTOS DA PREVIDÊNCIA"

HELIO FERNANDES

Já tratei do assunto na semana passada, afirmando o que agora, o presidente da Câmara garante   ao presidente da Republica. Com todas as restrições que tenho feito aos dois, indiscutivelmente é muito mais importante e diferente. São  os dois personagens mais relevantes do jogo político. E a de anteontem, diferente em tudo.

Nas outras, Temer ia á mansão luxuosa de Maia, ficava lá varias horas, total intimidade e concordância. Anteontem, Temer pediu (?) a Maia que fosse encontrá-lo no Planalto, tudo oficialissimo. Temer como dono da casa, podia encerrar a conversa quando bem entendesse, que foi o que aconteceu antes de meia hora.

Assim que Maia fez a afirmação que coloquei no titulo, Temer interrompeu-o: "Estou trabalhando intensamente, e tenho fortes expectativas de obter esses 308 votos, ainda em 2017, antes do recesso parlamentar". Era a primeira vez que Temer usava esse tom alternativo, embora sem perder a calma.

e o estilo blandicioso.

Não sei se Temer percebeu, mas o Maia de agora é mais estrategista, inclusive em relação ao seu próprio futuro. Assim que foi eleito presidente da Câmara, e assumiu a presidência da Republica eventual e circunstancial, considerava seriamente disputar um dos dois cargos mais importantes do pais: Presidente da Republica ou governador do Estado do Rio, nessa ordem.

Agora, admite ser candidato a deputado, acredita que terá votação espetacular. Com isso espera repetir o doutor Ulisses, que se elegeu novamente (não foi reeleição), presidente da Câmara ainda mais poderoso. (Só foi disputar um cargo majoritário, a presidência da Republica, no fim da vida publica, em 1989, teve 5% dos votos).

Maia continuou, impávido e consciente: "Já decidi, só colocarei em votação, quando estiverem no plenário, entre 360 e 380 deputados, garantidos". Não houve conflito, hostilidade, confronto. Mas assim que Maia acabou de falar, Temer se levantou, estava encerrada a conversa. Corrupto mas educado, Temer acompanhou Maia até o elevador.

PS- Última informação sobre o assunto: se a reforma da Previdência for aprovada ainda este ano na Câmara, nem entra na pauta do senado. 

TRUMP JÀ TRABALHA A REELEIÇÃO

Antes de completar o primeiro ano do mandato conquistado inesperadamente, contra as pesquisas dos maiores órgãos de comunicação, já está preocupado com a permanência na Casa Branca, dentro de 3 anos. Tem confidenciado a íntimos, em tradução livre, "a grande sorte da minha vida, seria enfrentar Hillary Clinton novamente".

O Partido Democrata, pelo menos aparentemente, não tem um nome eleitoramente forte. E os dois partidos já repetiram candidato, logicamente antes  derrotados. O Republicano lançou Nixon em 1960, como franco favorito. Perdeu para Kennedy numa votação depois do primeiro debate na televisão, apenas 200 mil votos de diferença em 60 milhões de eleitores, sem voto obrigatório.

Em 1968, Nixon f oi novamente candidato, inteiramente  desprezado pelas pesquisas. Ganhou e foi reeleito em 1972. Mas aí, já chamuscado pelo incêndio de Watergate. Como lá o presidente da Câmara não dá a ultima palavra,( como no Brasil) soube que ia perder, o Procurador Geral conseguira  maioria, renunciou em 1974.

Trump tem acumulado derrotas, nos mais diversos setores. Ha 15 dias apresentou um projeto de reforma tributaria, tão REVOLUCIONÁRIO, que os mais respeitados analistas políticos e econômicos, comentaram que não havia a menor possibilidade de aprovação.

Alguns disseram: "O partido Republicano tem a Casa Branca, maioria na Câmara e no Senado, mas não tem condições de aprovar um projeto como esse".

Essência e sumário do projeto de Trump: REDUÇÃO DE IMPOSTOS NO VALOR DE 1 TRILHÃO E 500 BILHÔES DE DÓLARES.

GILMAR MENDES TENTA SE JUSTIFICAR

È inacreditável vir a publico defender, os seus 3 HC libertando corruptos, como Jacob Barata, outro soltando o criminoso presidente da Fetranspor. Sem falar na decisão de mandar o corruptissimo Eike Batista para prisão domiciliar.

De forma irrefutável, favoreceu corruptos que roubavam e prejudicavam a comunidade mais pobre do Estado do Rio. A multidão que é obrigada a andar de ônibus diariamente. Para ir trabalhar e voltando para casa. Explorados miseravelmente pelo proprietário da maior frota de ônibus.

E o presidente da Fetranspor, que corrompe bilionariamente, para enriquecer e se manter poderoso. Se não fosse a potencia financeira que é, não teria sido libertado.

Eike Batista também roubou muito, mas de outra forma. Endeusado por comunicadores, que espalhavam e acreditavam que "já sou o homem mais rico do Brasil, em 2 anos serei o mais rico do mundo". Lançou bilhões de ações, que eram devoradas pelo publico, o preço delas ia para o alto, vendia, ganhava fortunas. Ficou anos fazendo isso, e a fiscalização, "distraída".

PS- Comprou outra Universidade em Portugal. Vai lá pelo menos uma vez  por mês. Acredita que continuará riquíssimo, impune e imune.

Traduzindo para reais: um pouco acima de 5 TRILHÕES.

A votação foi na madrugada de quinta para sexta feira, no Senado, composto  de 100 senadores. O projeto foi aprovado por 51 a 49, compareceram todos, uma lição para as votações do Brasil. O projeto agora vai para a Câmara, com  surpresa e silencio dos analistas.

PS- Esse corte de empréstimos, que representa 25% da arrecadação, não prejudica mas também não favorece os mais ricos  e privilegiados.

PS2- Segundo analises de lá mesmo, foi essa isenção, que desnorteou  e derrotou os que diziam que seria IMPOSSÍVEL aprovar um projeto como esse.

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA

Todos os louvores para Rachel Dodge. A PGR pediu ao Supremo a prisão imediata de Jacob Barata, solto três vezes por Gilmar Mendes. Como expliquei com exclusividade: o Habeas Corpus de um Ministro do Supremo, não pode  ser revogado por outro ministro, só pelo plenário.

O pedido da PGR já está com a presidente Carmen Lucia. Duas oportunidades para o STF retomar o caminho da Justiça. 1- Colocação em pauta, o mais rápido possível. 2-O plenário, numa  votação sem controvérsia, mandar prender o corrupto e criminoso "dono"dos ônibus do Estado do Rio.