ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Temer e Maia. PMDB, PSDB e aliados querem a reforma
Após ter adiado duas vezes a data para colocar em votação, tudo indica
que o tabuleiro dos votos para fechar questão na aprovação da reforma da
Previdência, está devidamente equacionado. Uma Emenda Constitucional ser
implementada ela tem que ser votada na Câmara e no Senado, em dois turnos em
cada Casa. Para isto serão necessários 308 votos na Câmara e 54 no Senado. Se
nada sair errado osa Câmara vota o texto no dia 18 de dezembro.
Rodrigo Maia não cedeu pelos
lindos olhos. Ele foi pressionado pelo mercado e aceitou entrar firme no circuito
a cata de votos. Os lobistas que pressionaram Maia almoçaram com Carlos Marun e
Fausto Pinato. Apenas o deputado André Moura ainda está pessimista sobre os
cálculos dos votos de apoio ao texto.
Base
governista tem 184 votos duvidosos
O líder do governo na Câmara,
deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) afirmou, na quinta-feira (7), que a votação
da reforma da Previdência deve ficar para a última semana de atividade
parlamentar, entre 18 e 20 de dezembro. É a terceira vez que o governo adia a
previsão da votação em busca de votos para aprovar a matéria.
Prefeitos
vão receber R$ 3 bilhões
Ainda sem votos suficientes
para aprovação da reforma da Previdência na Câmara, o governo tenta a todo
custo aprovar o texto ainda neste ano. A última promessa foi anunciada pelo
ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. De acordo com ele, caso a reforma seja
aprovada, serão liberados R$ 3 bilhões para os prefeitos em 2018.
Centrais sindicais terão a
liberação de R$ 500 milhões
Na
busca por votos para aprovar a reforma da Previdência, o governo do presidente
Michel Temer (PMDB) tenta suas últimas cartadas para votar o texto na Câmara
ainda neste ano. Dessa vez, conforme informou o jornal Folha de S. Paulo,
às centrais sindicais que se opõe ao texto, Temer garantiu que baixará portaria
na próxima semana para liberar o pagamento de cerca de R$ 500 milhões em verbas
do imposto sindical que estavam retidas na União.
O
dinheiro, de acordo com o jornal, é fruto de um acordo entre as
entidades, o Ministério Público, a Caixa Econômica Federal e o governo. O
ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, vai assinar o texto que garante o
repasse. Conforme o texto publicado, os R$ 500 milhões foram bloqueados por
falhas no preenchimento de dados obrigatórios para o pagamento.
FHC dá
apoio a Geraldo Alckmin durante a convenção do PSDB
O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez um discurso pedindo que o
partido se reconecte com as ruas, durante sua participação na convenção
nacional da sigla, no sábado (9), em Brasília. FHC, que manifestou apoio ao
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, eleito no evento dirigente nacional
da legenda, disse que a classe política passa por uma fase de descrédito e que
o PSDB precisa recuperar seu papel histórico. "O povo está enojado,
irritado com todos nós. O povo sente como se fosse uma grande traição
nacional", afirmou o ex-presidente.
Perfil para presidente
O tucano
falou que as estruturas partidárias ficaram envelhecidas e que esse cenário se
repete em outros países. "Nós temos que nos reconectar com a vida. É
preciso enfrentar os temas tais como eles são."Reiterando declarações
feitas nesta semana em entrevista à Folha, FHC disse que "as pessoas
querem coisas simples e diretas". Desejam, segundo ele, "decência,
emprego, educação, saúde, transporte e segurança". Na visão do
ex-presidente, Alckmin é alguém com esse perfil e pode sair vitorioso por ter
capacidade de "formar maioria".
Ganhei de Lula em 1994 e 1998”...
O
ex-presidente disse ainda que prefere ver Lula - de quem ganhou em 1994 e 1998 -
na disputa eleitoral a vê-lo preso. O petista foi condenado pelo juiz Sergio
Moro no caso do tríplex de Guarujá (SP) e pode ter a candidatura em 2018
inviabilizada se a segunda instância confirmar a decisão.
"Olha
aqui, eu ganhei do Lula duas vezes e temos energia para combatê-lo cara a cara.
Eu prefiro combatê-lo na urna do que vê-lo na cadeia", disse FHC. Falando
especificamente do PSDB, o fundador da sigla afirmou que os tucanos fizeram e
ajudaram a mudar "várias coisas" no país. "O Brasil melhorou,
não só por nossa causa. Por causa do povo brasileiro. Mas nós precisamos
caminhar mais. E para isso precisamos ter rumo e estratégia."
"Nós
precisamos de humildade e entender que nós erramos. E temos que corrigir o que
nós erramos. Precisamos ter a escuta maior do povo. Não dá para fazer programas
abstratos. Tem que ser alguma coisa que reflita o sentimento das pessoas."
Sobre a reforma da Previdência
FCH
falou que o partido deve apoiar a reforma da Previdência e que não se pode
"fechar os olhos" para a situação "insustentável" das
aposentadorias, nas palavras dele. O ex-presidente defendeu ainda o respeito ao
que chamou de "valores" dos tucanos. "Se for para ganhar a
eleição perdendo os valores, melhor perder a eleição do que dar as costas aos
valores."
Lava Jato: Lula se defende
alegando parcialidade de Moro
A Lava Jato vai ganhando a cada dia novos contornos,
evasivos, diria protelatórios e sem fundamento quanto as provas exigidas pelo
juiz Sérgio Moro. Agora a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
reafirmou ao juiz federal Sérgio Moro que ele é suspeito para julgar o petista.
A representação está na petição de 43 páginas anexada aos autos da Justiça
Federal em Curitiba, os advogados do ex-presidente alegam parcialidade do juiz
da operação.
MPF...
Lula protocolou duas exceções
contra Moro: a de suspeição e outra por incompetência, na
qual alega que a investigação contra ele não deveria ficar nas mãos
do juiz da Lava Jato, uma vez que os supostos crimes não teriam ocorrido no
Paraná. A exceção de incompetência provocou uma contundente reação do
Ministério Público Federal, chamado a se pronunciar sobre os fatos, que
atribuiu ao petista participação no "esquema criminoso da Petrobras"
e ter se beneficiado dele.
A exceção de suspeição foi ajuizada em 5 de julho. Em
resposta, Moro rebateu os argumentos da defesa do ex-presidente e decidiu,
taxativamente, não abrir mão do caso, alegando que "falta seriedade"
à argumentação da defesa.
A
defesa...
Os advogados de Lula foram, então, à réplica, em 4
de agosto. No documento de 43 páginas, a defesa do petista afirmou que Moro
"não se mostra revestido da necessária imparcialidade para a cognição e
julgamento da causa" e listou 13 "evidências que traduzem o profundo
comprometimento de sua isenção".
O documento cita a condução coercitiva de Lula – quando o petista foi obrigado a depor à Polícia Federal – e os
grampos que flagraram o ex-presidente falando com Dilma sobre uma suposta
obstrução à investigação, em março deste ano. As interceptações telefônicas
mostraram um Lula irado com a Lava Jato.
As mulheres no comando
Dados divulgados nesta semana pelo IBGE mostram que as mulheres
trabalham, em média, três horas a mais do que os homens por semana. O estudo,
que considerou as atividades das pessoas no trabalho e e em casa, mostra que as
mulheres empregadas trabalham, em média, 7,5 horas a mais por semana em tarefas
domésticas do que os homens.
Os homens...
Eles trabalham, em média, 51,6 horas por semana, enquanto elas trabalham
54,5 horas no mesmo período. A diferença se dá na distribuição do tempo:
enquanto os homens passam 41,1 horas no trabalho e 10,5 em casa, as mulheres
trabalham 36,5 horas fora de casa e 18 horas dentro do lar. ”Como as mulheres
fazem os dobro de afazeres e cuidados, os homens dispendem mais horas no
mercado de trabalho”, explica Alessandra Brito, analista da Coordenação de
Trabalho e Rendimento do IBGE.
Trabalho em casa
A pesquisa mostra que, ao analisar o número
total de brasileiros que trabalham em casa, as mulheres acabam trabalhando o
dobro dos homens nesse tipo de atividade. E a diferença entre os sexos começa
cedo. Analisando brasileiros com mais de 14 anos, elas trabalham em casa cerca
de 20,9 horas por semana, enquanto eles dedicam 11,1 horas a esse tipo de
tarefa.
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