A IMPREVIDENCIA DA CONTAGEM
DE VOTOS
HELIO FERNANDES
Tenho
assinalado aqui, com insistência, e sempre com informação irrefutável, que o
governo do corrupto Temer está longe dos 308 votos para aprovar a mistificação
da reforma da Previdência. Tenho citado inclusive, a divergência aritmética
entre os cálculos de Temer e de Maia.Ressaltando que Maia tem mais credibilidade
no levantamento dos votos.
Não custa
lembrar: a partir de 12 de maio de 2016, consumação da conspiração parlamentar
que arrojou Temer ao Planalto, a Previdência foi sempre considerada prioridade.
Mas o tempo foi passando, as concessões aumentando, os itens da reforma sendo
jogados para longe.E o fim do ano e o recesso se aproximando.E o conflito das
conclusões, cada vez mais visível.
Ha 15
dias, o mais divergente e quase inamistoso encontro entre Temer e Maia. Pela
primeira vez no Planalto. O presidente da Câmara como coordenador,
ultrapassando o ministro Imbassahy. Maia deu sua conclusão: "Temos certos
e garantidos, entre 250 e 260 votos".
Temer com
a auto-confiança de quem se mantém corruptamente no poder: "Meus contatos
e conversas garantem 340 votos". Maia rapidamente: " Me dê a relação
desse 340 deputados, com nomes e sobrenomes". Temer não gostou, acabou o
encontro. A partir desses 16 dias até hoje, reviravoltas inócuas.
Temer
passou a exigir dos partidos da base, "o fechamento da questão". O
que está sendo feito, mas sem punição para quem desobedecer, o que é o mesmo do
que nada. Um só exemplo: o PSD do Kasab, tem 45 votos. Disse a Temer: "Vou
recomendar que aprovem a proposta do governo, garanto 35 votos". O mesmo
dos outros partidos da base. Até ontem, Temer se mostrava esperançoso com esse
quadro, que considerava seguro.
Na terça
feira, publiquei com exclusividade: "O presidente da Câmara não consegue
ultrapassar os 282 votos". Informação dada ao repórter por um dos mais íntimos
amigos de Maia. No dia seguinte, Maia declarava publicamente: "Não
presidirei a votação, quero votar, e cabalar até á ultima hora".
Explicação: quem preside não vota. O que prova como Rodrigo Maia está
convencido da realidade, distante dos 308 votos indispensáveis.
Anteontem,
o panorama visto da ponte, completamente modificado. Entraram em cena 2
senadores, que por enquanto não têm nada a ver.Romero Jucá, líder do governo. E
Eunicio de Oliveira, presidente do Senado.O mandato dos 2 termina em 2018,
precisam da reeleição, não querem ficar longe ou fora do espetáculo.
Jucá,
surpreendente mas incisivo: "Não haverá votação da Previdência, em
2017". Mas deixou claro, "que em 2018, ano eleitoral para todos, será
ainda mais dificil". Eunicio, com mais poder pelo fato de presidir o
Senado, assustou de verdade, afirmando: "Vou colocar em pauta a votação do
orçamento". Ele é bem capaz de fazer isso.
Existe
uma tradição parlamentar, jamais desrespeitada: votado o orçamento, o
recesso é automático. Temer queria a votação, até mesmo para perder, puniria os
culpados de sempre.
O RÉU AGRIPINO MAIA
Ha mais
de 1 ano foi indiciado por corrupção na construção do estádio das Dunas. Demora
muito. Agora foi denunciado, virou réu. Mas como tem foro privilegiado, seu
processo vai se eternizar como o de vários outros senadores.
Se fosse
denunciado como REU, tinha o compromisso de deixar a presidência do DEM. Agora
nega, diz que é presidente eleito do partido. Correligionários (?) pretendem
entrar na Justiça.
O QUE FAZER COM CARLOS MARUN?
È
deputado,todos sabem. Ignorado e desconhecido, ganhou manchetes e projeção,
defendendo durante 1 ano o corrupto Eduardo Cunha. Como o maior amigo de Cunha
era Temer, Marun foi herdado pelo Planalto, inesperadmente virou ministro.
"Prestigiadissimo",
prestou o primeiro serviço a Temer. Na CPI mista sobre a JBS, teve a audacia de
pedir o indiciamento do ex-PGR, Janot. È uma vergonha, mas é possivel que
consigam. O nivel medio moral dessa CPI, é o mesmo do Temer corrupto.
COM TEMER CORRUPTO NO HOSPITAL, A PREVIDÊNCIA IMPREVIDENTE, FOI
ENTERRADA
O que
parecia iminente na quarta feira, foi consumada ontem quinta: a impossibilidade
da aprovação da reforma da Previdência em 2017. (E por extensão
também em 2018, mas falta muito tempo). Surpreendentemente apesar de internado,
Temer queria votar de qualquer maneira, "mesmo para perder".
Falou
varias vezes com Moreira Franco e Eliseu, que logo se comunicavam com o
Presidente da Câmara. Quando Maia falou que "mal chegariam a 250
votos", Temer desistiu. E concordavam com o adiamento para 2018.
Eram quase 16 horas.
Começaram
as explicações de bastidores, Senador Jucá: "Quando falei anteontem, vi
que ninguém queria votar. Agora vou trabalhar para 2018".
Meirelles
que dizia, a não votação neste 2017, seria uma tragédia, virou o disco:"
votação em 2017 ou 2018, é a mesma coisa".
Maia,
que parecia o único sensato, nenhum comentário, apenas informação: "Colocarei
em pauta para começo da discussão e votação, em 19 de fevereiro". Portanto,
dentro de 66 dias.
.PS-
Temer ainda no hospital: "Foi bom. Começaremos a formar, a partir de hoje,
maioria invencível".
PS2-
Hoje, sexta feira, não encontrará deputados e senadores para conversar.
Seus textos continuam sendo maravilhosos e precisos.
ResponderExcluirAbraços! Gosto muito de você!