O FORO PRIVILEGIADO PROTEÇÃO DA CORRUPÇÃO
HELIO FERNANDES
O assunto vem de longe, pois os tempos de democracia no Brasil, são raríssimos. Basta dizer
que a primeira eleição direta, aconteceu em 1945, 56 anos depois da Republica. E a primeira
Constituição verdadeira promulgada em 1946, criou esse favoritismo para milhares de pessoas.
Apesar de estar inscrito num dos capítulos: "Todos são iguais perante a lei".
Isso durou até 1963, o apogeu da luta pelo poder. Todos conspiravam: civis e militares,os
mais poderosos governadores, e o próprio presidente da Republica, pretendia continuar no poder.
Mas só este repórter foi preso.
O Ministro da Guerra publicou uma circular SIGILOSA e CONFIDENCIAL. Entregou a 12 generais,
um deles me deu, publiquei, fui preso e julgado pelo Supremo, ele tinha foro privilegiado. Isso,
uma excrescência democrática, dura até hoje.
A LAVA JATO AMEAÇA A CONTINUAÇÂO DESSE FORO
Com o desenvolvimento gigantesco da corrupção, surgiu a força tarefa da investigação, que veio
com tal espírito publico, que fez estremecer tudo, incluídos os chamados Três Poderes, contra
e a favor. Mas a opinião publica , majestosamente pelo fim desse privilegio. Agora, Legislativo
e Judiciário, nos bastidores, travam disputa pelo tempo, para saber quem toma providencia primeiro.
O Supremo demorou, mas agiu. Pautou sessão sobre o assunto para o dia 31 de maio, ultima
quarta feira O relator, Ministro Roberto Barroso, e mais 6 Ministros, a favor de acabar o
FORO PRIVILEGIADO. E não abrem mão da pauta.
Câmara e Senado, em pânico, correm para acabar com uma parte desse PRIVILEGIADO,
atingindo o judiciário e se salvando. Querem legislar antes do Supremo. Mas são exigidas duas
votações no Senado e duas na Câmara. E mesmo que votem antes, precisam saber se essa
suposta decisão vale mais do que a do Supremo.
O REFIS DE TEMER
Como
outros presidentes, quer fazer o seu "refis", prova da sonegação dos
poderosos sonegadores.O relator, Newton Cardoso Junior, deve conhecer bem o assunto.
O pai, que foi governador de Minas, acusadissimo de fazer fortuna na vida
publica. Em 1998, Copa do Mundo da França, eu e o empresário José Ermírio de
Moraes, andávamos por Paris, para almoçar no Café do Teatro, lugar dos mais
simpáticos. Numa rua importante, ele parou, apontou para um edifício luxuoso,me
disse: "O governador Newton Cardoso tem um apartamento aqui".
A MARQUETEIRA COMPROMETE DONA DILMA
O
jornalista Jorge Bastos Moreno, revela lances e trechos do depoimento da
marqueteira Monica Moura, mulher do marqueteiro João Santana. Direto do forno
para alimentar a curiosidade do leitor. Alem deles terem trabalhado nas duas
campanhas de Dona Dilma, o jornalista coloca a marqueteira no Planalto com a
presidentA, e varias vezes com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega. Sem um
adjetivo, apenas transposição verbal,
DESMENTINDO A MULHER DE SERGIO CABRAL
A
advogada Adriana Ancelmo para o juiz Sergio Moro: "Meu relacionamento com
Sergio Cabral era matrimonial e não financeiro". Ninguém acreditou. Só que
menos de 15 dias depois, provas e desmentidos, em depoimentos e vídeos
irrespondíveis. As declarações da ex-secretaria, inimagináveis. Corruptos
deviam trabalhar sozinhos. Mas a corrupção exige cúmplices e comparsas.
O MARQUETEIRO SANTANA
O casal hoje está nas manchetes. Já noticiei, bem mais cedo, que a mulher Monica, "entregou"
Dona Dilma. Agora o marido esmiúça o que já se sabia, e denunciei varias vezes: a venda entre
partidos, do tempo do horário "gratuito" de radio e televisão. Só que o repórter tem que descobrir
a noticia.
Ele "fabrica" o que se transformará em noticia, mais tarde. Condenados a 8 anos de prisão, Monica
e João estão valorizando a liberdade. Já conseguiram a domiciliar, na Bahia, não demora, andarão
nas ruas.
DIRCEU EM LIBERDADE
Transferido para agora, o julgamento do ex-ministro, começou como todos. Com a palavra do relator,
Edson Fachin. Votou contra a libertação, argumentando: "Condenado pelo mensalão, estava
em domiciliar, foi condenado, novamente, pela Lava Jato". Terminou dizendo. "ele não preenche
as condições para outra domiciliar"
Seguidamente votaram, Toffoli, Gilmar, Lewandowski, nenhuma surpresa, 3 a 1 pela liberdade.
Faltava o decano, Celso de Mello, seu voto não alterava ou infuenciava o resultado.
(Não queria que se repetisse, mas não pude deixar de lembrar da sessão em que o
Ministro Adauto Lucio Cardoso, revoltado com o voto de um Gilmar,um Toffoli ou um Lewandowski
da época, arrancou a toga, jogou-a no chão, exclamando:"este não é o Supremo que eu imaginava").
Tentando aliviar a culpa, os 3 votaram para que as condições da libertação de Dirceu,sejam
deteminadas pelo juiz Sergio Moro.
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