DELAÇÃO PREMIADA NOS EUA, REVELA O ESQUEMÃO DE CORRUPÇÃO LIDERADO
PELA ODEBRECHT. O BRASIL ESTÁ NO TOPO DA LISTA DE PAÍS MAIS CORRUPTO DO
PLANETA. O DANO É IRREPARÁVEL E SEM PRECEDENTES DA HISTÓRIA UNIVERSAL.
ROBERTO MONTEIRO PINHO
O Brasil lidera, pela primeira
vez, nos Estados Unidos, um ranking de países citados por empresas suspeitas de
pagarem propinas no exterior. A lista foi feita por um blog especializado na
legislação anticorrupção norte-americano, que utilizou dados do Departamento de
Justiça dos EUA, órgão que investiga essas companhias junto à Securities and
Exchange Commission, agência que regula o mercado de capitais no país.
Nessa relação, as multinacionais
que estão sob investigação citaram o Brasil 19 vezes. Em seguida, aparece a
China, com 17 menções, à frente do Iraque (oito), Cazaquistão (seis) e Índia
(cinco).
Para consecução de seu objetivo a Odebrecht criou a “Divisão de
Operações Estruturadas”, por onde executivos da companhia gerenciavam o
“orçamento sombra", que era utilizado para pagar propinas e subornos no
Brasil, Angola, Argentina, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala,
México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela.
As informações constam do acordo de delação premiada firmado com
autoridades dos Estados Unidos, onde a empreiteira Odebrecht e uma de suas
subsidiárias, a petroquímica Braskem, admitiram ter pagado mais de US$ 1
bilhão, cerca de R$ 3,3 bilhões, em propina a funcionários do governo em 12
países, entre eles o Brasil, além de seus representantes e partidos políticos
De
acordo com os documentos publicados pelo blog americano, e que foram divulgados
pelo Departamento de Justiça dos estados Unidos, representantes da Odebrecht
confessaram o pagamento de propina no valor de US$ 788 milhões, desde 2001,
enquanto a Braskem confessou ter pagado aproximadamente US$ 250 milhões entre
2016 e 2014.
As
empresas se declararam culpadas por várias fraudes e concordaram em pagar uma
multa total de pelo menos US$ 3,5 bilhões em penas globais para resolver o que
é considerado o maior caso de suborno estrangeiro na história.
Em 2006, o esquema evoluiu de tal forma que a Odebrecht criou a
"Divisão de Operações Estruturadas". Até 2009, o chefe do
departamento reportou-se aos mais altos níveis da empreiteira, inclusive para
obter autorização para aprovar pagamentos de suborno.
Já a partir de 2009, a responsabilidade foi delegada a outras
empresas de negócios no Brasil e nas demais jurisdições.
Este cenário imundo e altamente nocivo a República, demonstra a
ousadia e convicção de empresários, que faziam o que queriam nas suas relações
com os governos.
A Odebrecht e um elenco de empreiteiras, atuavam não só no
território brasileiro, mas em outros países, praticando o suborno, a corrupção
e toda sorte de negócios escusos, totalmente nocivos aos costumes da sociedade.
É inaceitável, que de FHC a Temer, todo este cenário embora tenha
personagens da alta cúpula nacional, ESTEJAM TODOS BLINDADOS por um pacto vil,
formado com os poderes constituídos, onde infelizmente o STF, que ainda pode punir
os responsáveis, está justamente no topo dessa situação.
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