O CÂMBIO FLUTUANTE ASSUSTA O MUNDO

HELIO FERNANDES

JK, eleito em 1955, alguns generais não queriam empossá-lo. Foi garantido pelos generais democratas, Lott e Denys. JK não sabia o que fazer aqui, a posse seria dentro de 2 meses. Resolveu viajar pelo mundo, incentivado pelos dois generais, que garantiam sua posse. 

Como eu dirigira a comunicação da sua campanha, sem dinheiro, me convidou para ir com ele. Eram só dois funcionários, e eu, aceitei logo. Mas pedi: "Presidente, sou jornalista 24 horas por dia, o senhor é a estrela  da viagem, quero noticia e presença".

(Eu era diretor responsável e de redação do Diário Carioca, era o apogeu dos matutinos. Resposta dele: "Você estará sempre comigo, e saberá até quando eu telefonar convidando alguém para ministro". Foi ótimo). Recebido por reis, rainhas, presidentes, Primeiros Ministros.

Quase todas protocolares. A única que resistiu há 63 anos (em1956) foi com Salazar. Nos jardins do belo palácio presidencial, numa festa, inesperadamente, JK e  Salazar conversam sozinhos, e eu do lado. Salazar para JK: "Presidente, se o senhor quiser governar o mandato inteiro, fuja de duas coisas". JK atento, Salazar concluiu: "Não recorra ao FMI, e não imponha o CÂMBIO FLUTUANTE".

Chegaram varias pessoas, a conversa perdeu o interesse jornalístico. No carro, JK perguntou a razão do alerta, respondi: "Presidente, Salazar nomeado ministro da Fazenda do presidente general Carmona, derrubou-o está até hoje no Poder". 

E concluí: "Mas antes, era professor de Finanças respeitado da famosa  Universidade de Coimbra".

PS- JK seguiu os conselhos de Salazar, governou os “5 anos do mandato".

PS2- Mais tarde, numa  entrevista coletiva fartamente publicada, revelou: "Considerei a hipótese de disputar a reeleição. Fiz consultas, não houve receptividade, abandonei a idéia”. (Queria a reeleição, apesar do erro colossal que foi a mudança da capital, o país está pagando até hoje).

PS3- Agora o presidente ditador da China assusta os EUA e o mundo, precisamente com o CÂMBIO FLUTUANTE.

PS4- Trump quer recuar, não percebeu que perdeu a autonomia do vôo.

O PROJETO DA PREVIDÊNCIA

ESTÁ CHEGANDO HOJE AO SENADO

Explodiu todos os prazos, enfraquecido, dominado e comandado pelos poderosos banqueiros, (e não apenas nos bastidores). Rodrigo Maia tentou conduzir a votação democraticamente, mas o dialogo era direto com Paulo Guedes, intimidade de longa data, desde os tempos em que ele se formou (em Chicago) ficou morando nos EUA, sem emprego e com ligações perigosas, que o ajudam agora.

Estão falseando os números e os fatos. Para um projeto de 10 anos, apostam e impõem uma economia de 933 milhões nem mais nem menos. Se chegarem a 700 bilhões, será o retrocesso total e completo do ministro de Chicago.

Garantiu e insistiu, "não converso com economia abaixo de 1 TRILHÃO, aumentou para 1 TRI, 240 BI, e aceita o que vier. Não quer perder o emprego e o futuro.

Mas isso só será discutido mais tarde. Agora é a vez do senado. Espalham que não terão problemas, o relator é do desmoralizado PSDB de FHC. E o senador escolhido, Tasso Jereissati que desde sempre até agora, só identifico, Corruptasso Jereissati.

PS- No senado falam muito num projeto paralelo ou em alterações. Se isso acontecer, o projeto volta para a Câmara, mais tormento e sofrimento.

PS2- Isso ainda na fase preliminar da PREVIDENCIA.

PS3- Depois, com a derrota das ambições e pretensões, as palavras usadas serão, IMPREVIDENCIA  e IMPRUDENCIA.

LULA EM TREMEMBÉ, ARRAES NA ARGELIA

A comparação é obrigatória apesar da diferença disparatada, dos personagens e dos sistemas políticos vigentes. Comecemos com o fato que estrondou ontem, revoltou o país. Um ex-presidente da Republica, (duas vezes eleito pelo povo, em prisão especial) é transferido por juízes subalternos e sem competência, (como se diz na linguagem judiciária) para a penitenciaria de Tremembé. Rapidamente o que é essa prisão completamente desqualificada, "reservada" para criminosos de ultima  categoria, irrecuperáveis.

4 presos por cela mínima, (nem quero falar na falta de condições humanas) completa ausência de segurança, nenhum preso consegue dormir, com medo de não acordar.

Imaginem a intenção e o objetivo dos que transferiram um ex-presidente para esse inferno.

Voltemos para 1964, o problema entre a ditadura poderosa, e o governador Arraes, preso (confinado) em Fernando de Noronha. Preocupadíssimos, com o que fazer, concluíram numa reunião importantíssima.

1-Não podiam mantêr-indefinidamente em Fernando de Noronha viraria herói ou mártir.

2-Podiam mandá-lo para uma penitenciaria, ficavam assustados, só em pensar no que aconteceria com ele, convivendo com criminosos.

3- Unânimes: Arraes deixaria de ser problema fora do país. Resolveram então oferecer EXILIO a Arraes, no país que escolhesse.

4- Mandaram então um general fardado, (mais vistoso do que um general de terno) conversar com Arraes. Fez a proposta, completou: "Se o senhor aceitar já sai daqui agora comigo no meu avião". Lógico que aceitou. 1 hora depois foi libertado no Recife. Tinha uma semana para escolher o destino, providenciariam tudo.

PS- Preferiu a França, era o mais perto da Argélia, possesão francesa de maioria comunista que De Gaule, (o primeiro presidente eleito que implantava a Quinta Republica, logo libertou, com receio de uma guerra civil.

PS2- Livre, a Argélia elegeu um governo comunista. Era o destino de Arraes, viveu lá durante 15 anos, até 1979.

MAIA ENTREGOU O PROJETO DA
PREVIDÊNCIA A ALCOLUMBRE NO SENADO

Isso, ontem, quinta, ás 16 horas. Hoje, sexta, os dois serão entrevistados pelo programa Política, da Globonews. 21,30. A amizade, intimidade e solidariedade entre o presidente da Câmara e do senado é inédita, se falam diariamente. E procuram evitar qualquer divergência.

União, aliança, coalizão, (em vez de colisão)  altamente positiva para o país. O cidadão-contribuinte-eleitor, espera que a aliança entre os 2 importantes parlamentares, reforce a  democracia e garanta seus direitos. 

Poucos esperam coerência no mercado financeiro, dominado pela jogatina. E pelo entendimento entre os que gostam de ser chamados de investidores. (È lógico que fatores estranhos, como o câmbio flutuante, influenciam, mas não são permanentes. Via de regra, não gostam de turbulência).

Ontem, véspera do fim de semana, ações  e moedas cumpriram o mesmo roteiro. Ações subiram, moedas caíram. E não apenas no Brasil.