A INDEPENDENCIA DO BANCO CENTRAL
HELIO FERNANDES
Nos mais diversos governos depois da chamada redemocratização, o assunto
mais comentado, afirmado, discutido, negado, foi a liberdade do BC. É preciso
enquadrar a questão no tempo, sempre garantiam, "sem independência e
autonomia o BC não serve para nada".
O fato mais comentado: "È preciso garantir o BC, para que não
seja mergulhado na política". (Naturalmente queriam se referir á
politicalha).
Agora, sem o menor constrangimento, transferem o COAF para o BC. Órgão
especializado no combate á "lavagem de dinheiro", é passado para
outro com funções inteiramente diferentes. E não foi o presidente da Republica
que assinou e enviou a medida provisória.
Quem assinou e concretizou a MP, foi o ex-todo poderoso Paulo Guedes.
Como um dos objetivos da MP era tirar da jogada o candidato do ministro
Moro, deixaram a função para o ministro da Economia. Desgastadíssimo, (e
agora em litígio franco e aberto com o próprio Bolsonaro, Moro não é nem
evangélico, o que poderia salva-lo) não é nem político nem magistrado.
È quase uma reforma ministerial feita através de MP. Roberto Leonel sai
da presidência do COAF. Essa "mexida" deve atingir a Receita. E
talvez até a Casa Civil, ou esta fica para depois.
A reforma TRIBUTÁRIA
mais importante
do que a PREVIDENCIÁRIA
Se abandonarem os privilégios e cuidarem com total credibilidade dos
interesses da coletividade, poderão aprová-la até o fim do ano. Conforme
garantiu o presidente da Câmara. E já está trabalhando intensamente para confirmar.
Não precisará dos 10 anos da farsa da Previdência.
Também não terá prefixado o valor de 1 trilhão. Que tanto garantiram e
badalaram na surrealista reforma da Previdência.
Não podem deixar criar novos impostos, como a tão "inventada"
CPMF. Os mesmos que arruinaram a Previdência, querem implantar o tumulto
e a balburdia na reforma tributaria.
Rodrigo Maia precisa ficar atento. Ele tem ainda praticamente 4 meses e
meio de 2019, e todo o ano de 2020 como presidente da Câmara.
PS- A partir daí, voltará para a planície. Com um futuro plantado e
construído por ele mesmo.
PS2- Não desperdiçou tempo e espaço a partir do quinto mandato de
deputado federal.
PS3- E a segunda vez que preside a Câmara.
SIMONE TEBET, PRESIDENTE
DA CCJ DO SENADO
È a parlamentar mais requisitada de Brasília. Pela sua Comissão
transitam os dois projetos mais disputados, mais tumultuados, mais acirrados. A
reforma da Previdência, que chegou da Câmara. E a sabatina sobre a aprovação (ou
não) do filho de Bolsonaro para embaixador nos EUA.
Como não vou a Brasília, não conheço a senadora. Mas todos sabem que é
competente, independente, combatente. Mas ela não surgiu do nada. Seu pai, o
senador Tebet fez historia ha 38 anos, presidindo a notável CPI do Terror. (O
senador Franco Montoro, o relator. E este repórter foi depor quando dinamitaram
a Tribuna da Imprensa).
Essa CPI foi criada quando os generais torturadores, assassinaram (a palavra é essa) a secretaria da OAB
nacional, ao abrir uma carta bomba. Em fevereiro de 1981, predio e maquinas do
jornal foram pelos ares.
No dia seguinte os dois senadores telefonaram para Barbosa Lima
Sobrinho,
(então presidente da ABI) para fazer contato comigo. Montoro
veio, Tebet ficou na capital, eu fui depor 3 dias depois. Foi recorde de audiência
e de duração. Deputados e senadores lotavam a CPI, falei durante mais de 5
horas.
Contei com nomes e detalhes, como o SNI preparou toda a destruição do
jornal.
Agora o mais dramático, que poderia ser trágico, mas revelava o clima de
TERROR.
Estava cansado, falei: "Vou para o Hotel só volto para o Rio amanhã".
Aí um clamor geral: "Você está maluco? Vamos para o aeroporto agora, você
não vai dormir aqui de jeito algum".
PS- Senadores e deputados lotaram vários carros, me empurraram para
dentro de um avião que só decolaria dentro de uma ou 2 horas.
PS2-Inesquecível.
MAIS BOLSOMORO
O capitão inexplicavelmente presidente, além dos erros e equívocos
continuados, cultiva com satisfação a ingratidão. Principalmente quando é
contra Moro, a quem deve toda a sua ascensão.
Nessa trapalhada que fez com a Receita, o COAF e o resto, atingiu
fundamente o ministro Moro. Esqueceu que ele comunicou que convidou Roberto
Leonel para continuar no cargo, mesmo agregado ao BC.
Escolheu alguém inexplicado e inesperado, surpreendido com o convite.
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