Metas do CNJ para 2019 não serão atingidas
(...) “Recente o ministro Ricardo Lewandowski ouviu
de um advogado que o “Supremo é uma vergonha”, o ministro reagiu, e mandou
prender o cidadão. O mesmo ministro, pouco antes, em meio de discussões sobre a
seriedade de que essa Corte Superior maneja suas decisões, declarou: “o
Judiciário não tem medo da transparência”.
ROBERTO
MONTEIRO PINHO
A Justiça do Trabalho deve estagnar suas demandas em torno de
20 milhões de ações. Já o judiciário como um todo atingirá em 2020 120 milhões
de demandas. Essa é a previsão do Conselho Nacional de Justiça – CNJ e de
técnicos do governo, que temem pela avalanche de ações, “cada vez mais sem
solução”. É “a nova demanda chegando pelo elevador e o judiciário subindo pela
escada” – comentou a fonte.
Em 2014 publiquei a obra Justiça Trabalhista do Brasil – “o
fenômeno social agoniza” (editora Topbooks). Hoje o livro está sendo vendido na
maior nação do planeta a China. No texto apontei as dificuldades que se avizinhavam.
De fato o judiciário está no caos total, desmoralizado
perante a opinião pública, até mesmo por episódios protagonizados pelos
ministros do STF.
No seu conteúdo centenas de mazelas dessa justiça laboral
devidamente instruída com informações pontuais e concisas. Daí, talvez o
interesse do chinês em conhecer nossa justiça pró-empregado.
Em março deste ano o CNJ, convidou a magistratura para
participar de uma enquete, com objetivo de colher subsídios e assim
protagonizar a “melhora da casa”, será deste ponto que o órgão vai estabelecer
as metas do judiciário para 2019.
A proposta do Conselho
Nacional de Justiça foi criar canais de consulta sobre a elaboração de metas
nacionais fixadas anualmente ao Poder Judiciário. De acordo com a proposta,
aprovada pelo Plenário no dia 10 de Maio deste ano, a “gestão participativa e
democrática” ouvirá magistrados de todos os graus de jurisdição, servidores e,
“quando for o caso”, jurisdicionados.
A
resolução cita mesas de diálogo coordenadas à distância pelo CNJ,
videoconferências, audiências públicas, fóruns e ouvidorias. Também cria uma
série de etapas antes que as metas sejam traçadas oficialmente, no Encontro
Nacional do Poder Judiciário.
Do lado de fora desse castelo
medieval denominado de tribunais, estão 210 milhões de brasileiros,
penalizados, com as balbúrdias e desencontros dos atores da justiça, incluindo
seus servidores.
Recente o
ministro Ricardo Lewandowski ouviu de um advogado que o “Supremo é uma
vergonha”, o ministro reagiu, e mandou prender o cidadão. O mesmo ministro,
pouco antes, em meio de discussões sobre a seriedade de que essa Corte Superior
maneja suas decisões, declarou: “o Judiciário não tem medo da transparência”.
Os próprios juízes admitem que acendeu a luz vermelha no
judiciário brasileiro. De fato a quantidade
de processos nos tribunais brasileiros é tão grande que, se fosse interrompido
o ingresso de novas ações, os juízes levariam anos para julgar todo o
estoque atual. A conclusão do estudo "Justiça em Números", divulgado
pelo Conselho Nacional de justiça (CNJ), admite o engessamento da justiça.
Para
enxugar o estoque de ações represadas, não existe outra saída senão a adoção
urgente dos dispositivos traduzidos do Novo CPC, (com a nova lei de Mediação)
cuja previsão está inserida neste diploma civilista.
Da
parte do judiciário, pouco se espera. Durante décadas o discurso dos juízes vem
sendo o mesmo. Reivindicam mais juízes, servidores e aumento salarial, alem de
um elenco (vide a nova Loman em discussão), de vantagens que triplica o ganho
mensal da magistratura.
Enquanto
esses senhores pensam apenas o segmento, a morosidade galopa ao sabor de
palpites, suposições e desculpas inócuas. Recente, o Poder Judiciário alavancado pelo STF, conquistou um reajuste de 16,3% em
seu orçamento a contar a partir do dia 1º de janeiro de 2018.
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