ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Bolsonaro atinge o limite de 22 ministérios
O presidente eleito, Jair
Bolsonaro, anunciou no domingo (9/12) o advogado e administrador Ricardo de
Aquino Salles para o Ministério do Meio Ambiente. Salles foi o último nome
apontado por Bolsonaro e vai ocupar a 22ª pasta do futuro governo. O
futuro ministro trabalhou como secretário estadual do Meio Ambiente de São
Paulo, de 2016 a 2017, e foi secretário particular do ex-governador e
presidenciável derrotado nessas eleições, Geraldo Alckmin (PSDB).
Atualmente, Salles preside o
movimento Endireita Brasil e é filiado ao partido Novo, pelo qual concorreu a
deputado federal, sem conseguir se eleger. Durante a campanha, Salles chegou a
ser repreendido pela legenda, que afirmou não concordar com o teor de algumas
de suas postagens nas redes sociais. Em um dos posts, Salles sugeria o uso de
armas contra o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST).
Bolsonaro, que estudava fundir o
Ministério da Agricultura com o Ministério do Meio Ambiente, decidiu manter
independentes as duas pastas, após repercussão negativa em relação à ideia.
Durante a campanha, o presidente eleito afirmou que enxugaria a máquina pública
para apenas 15 — hoje são 29 —, mas acabou elevando o total para 22.
O
Parlamento brasileiro é caro?
Cada um dos 513 deputados brasileiros e dos 81
senadores custa mais de US$ 7 milhões por ano - seis vezes mais que um
parlamentar francês, por exemplo. Como forma de cortar gastos públicos, o
presidente eleito, Jair Bolsonaro, propôs durante a campanha reduzir o número
de deputados federais de 513 para 400. Ele argumentou que os deputados
"custam caro" e têm "muitas mordomias".
O Brasil tem uma população de 209,3 milhões de
habitantes e um Congresso Nacional com 594 parlamentares (513 deputados e 81
senadores). Da América Latina, é a nação mais populosa e o terceiro país com
mais deputados federais, atrás apenas do México (628) e de Cuba (605).
Mas, quando comparado a alguns dos principais
países da Europa, nosso país não assusta em número de parlamentares. Na França,
existem atualmente 924 deputados e senadores para representar apenas 67 milhões
de habitantes.
Alemanha,
Reino Unido, Ásia e EUA
A Alemanha tem mais de 778 parlamentares (709 da
assembleia legislativa e 69 do Conselho Legislativo Federal), a Itália conta
com 950 (630 deputados e 320 senadores), e o Reino Unido tem mais de 1,4 mil
(650 integrantes da Câmara dos Representantes e 791 da Câmara dos Lordes).
Esses três países possuem populações muito menores que a brasileira - entre 60
e 80 milhões de habitantes.
Na Ásia, os países com legislativos maiores que o
brasileiro incluem Japão (704), Índia (779), Mianmar (654) e China (2.980). Já
os Estados Unidos possuem uma população maior que a brasileira, de 325 milhões,
mas um Congresso menor, com 535 integrantes. "Os Estados Unidos são o
único exemplo que você vai encontrar de tamanho populacional maior que o Brasil
e menos deputados", destaca o professor de ciência política da
Universidade Federal de Minas Gerais Carlos Ranulfo, coordenador do Centro de
Estudos Legislativos.
Ricos concentram 42,9% da riqueza no Brasil
De acordo com os dados sobre a desigualdade
no Brasil, o rendimento médio mensal (que inclui a renda proveniente do
trabalho, os rendimentos de aposentadoria, pensão, aluguel e programas sociais)
per capita em 2017 foi de R$ 6.629 para a parcela que representa os brasileiros
mais ricos, enquanto entre os 40% mais pobres, o rendimento médio cai para R$
376.
Enquanto os mais ricos concentram
quase metade da renda nacional, o grupo dos 40% mais pobres retém apenas
12,3% do capital, segundo os dados do ano passado. Em 2016, o grupo mais
rico concentrava 42,9% do rendimento total, já o mais pobre detinha 12,4%.
Concentração
danosa
Segundo o pesquisador do IBGE Leonardo
Athias, a variação não é considerada "muito expressiva", mas o
índice em si indica a existência de um "problema grave". "Isso
mostra que você tem uma estrutura de renda muito concentrada numa parcela
pequena da população, o que é um problema grave. Pelos estudos globais,
isso atrapalha outros aspectos da vida: gera altos níveis de violência, o
foco das decisões é em curto prazo, promove insegurança alimentar, falta
de investimento em capital humano, problemas na saúde, em saneamento..."
O índice de palma, que
apresenta a razão do rendimento dos 10% mais ricos em comparação com os 40%
mais pobres do país, apresenta que a concentração de renda aumentou entre 2016,
passando de 3,47 para 3,51.
Isso significa que o rendimento
do grupo dos ricos é 3,5 vezes maior que o grupo dos pobres, ou seja, um
décimo da população ganha 3,5 vezes mais do que os 40% mais pobres. No ano
passado, o rendimento per capita no Brasil foi de R$ 1.511 mensais.
A pesquisa destaca que 73,8%
do rendimento médio era proveniente do trabalho, 19,4% de aposentadorias ou
pensões.
Por regiões
No Distrito Federal, o grupo dos
10% mais ricos ganha 5,57 vezes mais do que os 40% mais pobres, na maior
concentração de renda em um estado brasileiro. O menor valor é registrado em
Santa Catarina, onde cai para 2,14 vezes mais. São Paulo e Rio de Janeiro são,
respectivamente, 11º e 21º com maior concentração.
O rendimento per capita da
capital federal é de R$ 13.905 entre os 10% mais ricos, o maior valor em
território nacional. Os 40% mais pobres de Brasília, por sua vez, recebem R$
583, menos do que os de Goiânia, a capital mais próxima (que tem renda per
capita entre os 40% mais pobres de R$ 657). O pico da desigualdade na
renda per capita entre capitais se dá entre o Maranhão, em que os 40% mais
pobres ganham R$ 167, e Brasília, onde a renda per capita dos 10% mais
abastados é de R$ 13.905.
Internet atinge 3,9 bilhões de pessoas
Pela primeira vez desde o
surgimento da internet, o número de pessoas conectadas à rede superou o
daquelas que ainda não têm acesso, de acordo com dados divulgados pela União
Internacional de Telecomunicações (UIT). A agência da ONU calcula que 3,9
bilhões de pessoas, o equivalente a 51,2% da população mundial, têm à internet
atualmente. Nos países desenvolvidos, o índice chega a 80,9%, contra 51,3%
em 2005.
Nos países em
desenvolvimento, no entanto, o número de pessoas conectadas à internet se
aproxima de metade da população, com 45,3%, o que liga um alerta para a
desigualdade do acesso à tecnologia e informação entre os mais ricos e os mais
pobres pelo mundo.
Desenvolvidos
possuem 83,2% de computadores em casa
Houlin Zhao,
secretário-geral da UIT, diz que o dado da pesquisa é um importante passo para
uma sociedade mais inclusiva, mas lembra que "a revolução digital não pode
deixar ninguém desligado", cobrando que os setores públicos e privados
atuem de modo a expandir a rede.
Quase metade das famílias no
mundo tem um computador em casa (em 2005, eram 25%), mas ainda há uma
grande distância entre a porcentagem nos países desenvolvidos (83,2%) e em
desenvolvimento (36,3%).
A agência ressalta que a chegada
da internet aos smartphones a partir da última década foi um dos grandes
fatores para o crescimento exponencial no número de pessoas conectadas à rede
mundo afora. Enquanto as linhas de telefones fixos continuam em queda, o número
de celulares já ultrapassa o total da população mundial.
Conexão móvel em Cuba
No dia 6 de novembro Cuba passou
a permitir a conexão à internet nos celulares, algo até então reservado a
turistas, estrangeiros e diplomatas da Ilha. O acesso à rede móvel era uma
promessa do novo presidente, Miguel Díaz-Canel. Na prática, entretanto, poucos
cidadãos poderão utilizar a rede 3G em seus celulares, devido ao preço elevado
da conexão. A tarifa proposta à população cubana será de cerca de R$ 0,39 por
megabyte (mb), com pacotes que vão de R$ 27,30 por 600 mb a R$ 117 por 4
gigabytes (gb). O salário mínimo para funcionários do setor público (que
representam 87% da população ativa) é justamente de R$ 117.
Omar Everleny Perez, integrante
do Centro de Estudos de Economia Cubana da Universidade de Havana, destaca
que, para comprar um plano mensal com 4 gigabytes, será preciso desembolsar
praticamente o valor do salário de um cubano. Ou seja, na prática, o
acesso segue sendo muito restrito em Cuba. Segundo a UIT, a cobertura da conexão móvel
já chega a 96% das áreas povoadas do planeta. A internet (inclusive por
meio de conexões móveis), por sua vez, chega a 90% das regiões habitadas.
Grêmio pode perder
Renato Gaúcho
Tido como a revelação do
Brasileirão, Renato Gaúcho, deverá ser reprovado no curso de treinadores da CBF
(Confederação Brasileira de Futebol) e deixará o Grêmio em situação delicada no
próximo ano. De férias, ele decidiu curtir o mar de Ipanema e já anunciou que
vai matar aulas do curso de treinadores da entidade. Na quinta (6), ele deixou Teresópolis afirmando que assistirá a no
máximo três dos doze dias de aula do curso, que será cobrado no próximo ano
para todos os técnicos que vão trabalhar na Série A.
De acordo com o regulamento do
curso da CBF, o aluno tem que ter 100% de frequência na classe para ser
aprovado, o que não acontecerá com Renato. "Estou aqui, foi o trato que eu
fiz com as pessoas da CBF, vou ficar umas duas horas hoje (6) e volto na
próxima quinta-feira da semana que vem (13) para mais duas horas, talvez eu
venha um ou outro dia. Talvez. Para vocês não falarem que 'o Renato está
faltando de novo'. Vocês não sabiam o trato que eu fiz com a CBF", disse o
treinador, que conquistou a Libertadores de 2017 pelo clube gaúcho.
"Então eu não tenho nada
contra o curso, nada contra as pessoas que estão aqui. Agora o meu jeito é
esse. [Das] Minhas férias eu não vou abrir mão", acrescentou. Além de
cobrar presença, a CBF exige que o aluno consiga pelo menos nota sete para ser
aprovado.
CBF desmente
A entidade nega acordo com o
técnico. Em nota, a confederação informou que "todos os alunos têm que
cumprir as mesmas exigências". Mesmo assim, não quis adiantar se o
treinador está reprovado. Mas citou que as exigências feitas pelo termo de
compromisso têm que ser cumpridas. Na terça (4), a CBF reuniu cerca de 70
treinadores na Granja Comary para iniciar o módulo da Licença Pro, a principal
da entidade. O curso é dividido em quatro módulos e o treinador não tem nenhum.
A inscrição de Renato foi feita
para atender aos pré-requisitos do programa de licenciamento da confederação - um conjunto de regras mínimas que dá aos
clubes o direito de participar das competições. Questionada se o treinador
poderia ficar sem trabalhar no próximo ano, a entidade respondeu que os clubes
e os profissionais "são conhecedores das exigências previstas nas normas
do projeto de licenciamento".
Segundo o FBI, ele foi um dos
beneficiados com o esquema de recebimento de propina na venda de direitos de
transmissão de competições no país e no exterior. Para fazer o curso da licença
Pro, a CBF cobra R$ 19.130,00 por cada inscrição no último módulo.
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