HOJE E AMANHÃ, DOIS GRANDES
E IMPORTANTE JULGAMENTOS NO STF
HELIO FERNANDES
O primeiro, terça, mais cedo, na Segunda Turma, que se reúne ás terças
e quintas. São 5 ministros, como já noticiei julgarão um HC que pede a
inconstitucionalidade da condenação de Lula, e sua consequente
libertação com a anulação do processo. A primeira duvida: muita pressão
para novo adiamento, o que vem ocorrendo desde junho, ultimo dia antes
do recesso.
Existem muitos "palpites", mas alguma convicção, nos que apostam num
placar de 3 a 2,a FAVOR da libertação do ex-presidente. Ou o mesmo 3 a
2 CONTRA a anulação do processo.Como a conspiração do judiciário é tão
perigosa quanto a conspiração militar, tudo pode acontecer.
O segundo julgamento, no plenário, que só se reúne ás quartas. Os 11
ministros estão ha quase 1 ano examinando os limites do indulto de
Natal. Apesar de faltarem 10 dias para o Natal, o julgamento pode ser
adiado mais uma vez.
O julgamento está 6 a 3 a favor do indulto, mas com restrições
exigidas indiretamente pela opinião publica.Mas os ministros Fux e o
próprio presidente Toffoli, pediram vista. E não têm prazo para a
devolução.
Se ficar como no ano passado, o presidente corrupto e usurpador, pode
indultar acusados de corrupção,que já cumpriram 1 QUINTO DA PENA.
O indulto significa o fim de toda condenação. De uma, mas pelo menos,
já ganha a liberdade.Privilegiar a corrupção é crime. E favorecer quem
cumpriu apenas um QUINTO, é vergonhoso.
PS- Circula uma lista em Brasília, com 26 nomes. Com condenados entre
10 e 15 anos, que já estão presos ha mais de 2 anos.
PS2- Nomes estarrecedores. Um presidente, mesmo usurpador, não pode
INDULTAR 1 só dessa lista.
BOLSONARO CONTINUA NO PALANQUE, DIVIDIDO
ENTRE O MILITARISMO E O EXIBICIONISMO
Só desce para ir a festas de formatura militar. O que não fazia nos
inúteis 30 anos de parlamentar. Ou para nomear ministros militares
sem farda, pois estão na reserva ha muito tempo. Para ele, militar é
do Exercito, não tem a menor ligação com Marinha e Aeronáutica.Por
isso se complicou todo, nomeando seguidamente vários generais.
Assim mesmo, houve preterição, modificação, substituição. Dois generais
foram beneficiados, pelas historias de luta contra as ferozes gangues
do Haiti. Foram Augusto Heleno e Santa Cruz, em missão oficial da ONU,
elogiadissimos. Apaixonado pelo Exercito que o expulsou, deixa a
impressão de tentar uma impossível reabilitação.
Com isso esqueceu as outras duas Armas. A Marinha não escondeu a
decepção, ganhou o ministério de Minas e Energia. Bolsonaro teve que
que fazer a escolha consultando o Almanaque.Agora pretende nomear
ainda esta semana um Brigadeiro, para não haver decepção também na
Aeronáutica. O problema em dose dupla. Não conhece nenhum brigadeiro,
E não sabe em que cargo colocá-lo.
PS- O exibicionismo se manifesta de todas as formas. Nunca foi a um
estádio de futebol.
PS2- Nem foi á Copa do Mundo de 2012, quando não tinha o que fazer.
PS3- Quando abraçou o Felipão, perguntou a ele: "Você é o técnico
do Palmeiras?"
TORTURA E ASSASSINATO NA DITADURA
Exames minuciosos nos restos mortais de um militante confirmaram tudo
que coloquei no titulo. Ele estava preso durante meses na unidade do
coronel Ulstra. (O maior torturador da ditadura de 64, e Ídolo de
Bolsonaro). Confessado por ele mesmo.
Mais detalhes no UOL.
A REUNIÃO DO G-20.
O que é que o Temer foi fazer na Argentina?
O Brasil não está entre as maiores 20 potencias.
Ele não é Presidente nem Chefe de Estado.
Aqui, no seu país, é identificado como corrupto e usurpador.
È lógico que os homens mais bem informados do mundo, sabem disso.
Temer teve a audácia de convidar o presidente eleito.
LIVRO UM ETERNO AMOR
A
comunicação do editor Luiz Schwarcz, intitulada por ele mesmo, de
"CARTAS
DE AMOR AOS LIVROS", merece duas referências. A primeira, pelo
texto
magistral. A segunda, a emocionante expressão de solidariedade.
Na
verdade, é o apelo de um concorrente, que exibe como ele deixa
claro no
título, o amor pelos livros, desprezando seu próprio
interesse
comercial.
O grande
concorrente dos livreiros e editores, não está de jeito algum
na loja
do lado, e sim, no avanço e no progresso da tecnologia. Ou
seja, a
tecnologia que trouxe a internet e a facilidade da compra de
livros,
trouxe também um concorrente, dificilmente ou facilmente
derrotado.
BLOGDACOMPANHIA.COM.BR
Cartas de
amor aos livros - Blog da Companhia das Letras
O livro
no Brasil vive seus dias mais difíceis. Nas últimas semanas,
as duas
principais cadeias de lojas do país entraram em recuperação
judicial,
deixando um passivo enorme de pagamentos em suspenso. Mesmo
com
medidas sérias de gestão, elas podem ter dificuldades
consideráveis
de solução a médio prazo. O efeito cascata dessa crise é
ainda
incalculável, mas já assustador. O que acontece por aqui vai na
maré
contrária do mundo. Ninguém mais precisa salvar os livros de seu
apocalipse,
como se pensava em passado recente.
O livro é
a única mídia que resistiu globalmente a um processo
de disrupção
grave. Mas no Brasil de hoje a história é outra. Muitas
cidades
brasileiras ficarão sem livrarias e as editoras terão
dificuldades
de escoar seus livros e de fazer frente a um
significativo
prejuízo acumulado.
As
editoras já vêm diminuindo o número de livros lançados, deixando
autores
de venda mais lenta fora de seus planos imediatos, demitindo
funcionários
em todas as áreas. Com a recuperação judicial da Cultura
e da
Saraiva, dezenas de lojas foram fechadas, centenas de livreiros
foram
despedidos, e as editoras ficaram sem 40% ou mais dos seus
recebimentos
— gerando um rombo que oferece riscos graves para o
mercado
editorial no Brasil.
Na
Companhia das Letras sentimos tudo isto na pele, já que as maiores
editoras
são, naturalmente, as grandes credoras das livrarias, e,
nesse
sentido, foram muito prejudicadas financeiramente. Mas temos
como
superar a crise: os sócios dessas editoras têm capacidade
financeira
pessoal de investir em suas empresas, e muitos de nós não
só
queremos salvar nossos empreendimentos como somos também idealistas
e, mais
que tudo, guardamos profundo senso de proteção para com nossos
autores e
leitores.
Passei
por um dos piores momentos da minha vida pessoal e profissional
quando,
pela primeira vez em 32 anos, tive que demitir seis
funcionários
que faziam parte da Companhia há tempos e contribuíam com
sua
energia para o que construímos no nosso dia a dia. A editora que
sempre
foi capaz de entender as pessoas em sua diversidade, olhar para
o melhor
em cada um e apostar mais no sentimento de harmonia comum que
na
mensuração da produtividade individual, teve que medir de maneira
diversa
seus custos, ou simplesmente cortar despesas. Numa reunião
para prestar
esclarecimentos sobre aquele triste e inédito
acontecimento,
uma funcionária me perguntou se as demissões se
limitariam
àquelas seis. Com sinceridade e a voz embargada, disse que
não tinha
como garantir.
Sem
querer julgar publicamente erros de terceiros, mas disposto a uma
honesta
autocrítica da categoria em geral, escrevo mais esta carta
aberta
para pedir que todos nós, editores, livreiros e autores,
procuremos
soluções criativas e idealistas neste momento. As redes de
solidariedade
que se formaram, de lado a lado, durante a campanha
eleitoral
talvez sejam um bom exemplo do que se pode fazer pelo livro
hoje.
Cartas,
zaps, e-mails, posts nas mídias sociais e vídeos, feitos
de
coração aberto, nos quais a sinceridade prevaleça, buscando apoiar
os
parceiros do livro, com especial atenção a seus protagonistas mais
frágeis,
são mais que bem-vindos: são necessários. O que precisamos
agora,
entre outras coisas, é de cartas de amor aos livros.
Aos que,
como eu, têm no afeto aos livros sua razão de viver, peço que
espalhem
mensagens: que espalhem o desejo de comprar livros neste
final de
ano, livros dos seus autores preferidos, de novos escritores
que
queiram descobrir, livros comprados em livrarias que sobrevivem
heroicamente
à crise, cumprindo com seus compromissos, e também nas
livrarias
que estão em dificuldades, mas que precisam de nossa ajuda
para se
reerguer.
Divulguem
livros com especialíssima atenção ao editor pequeno
que
precisa da venda imediata para continuar existindo, pensem no
editor
humanista que defende a diversidade, não só entre raças, gêneros,
credos e
ideais, mas também a diversidade entre os livros de ambição
comercial
discreta e os de ambição de venda mais ampla. Todos os tipos
de livro
precisam sobreviver.
Pensem em
como será nossa vida sem os livros minoritários,
não só no
número de exemplares, mas nas causas que defendem,
tão
importantes quanto os de larga divulgação.
Pensem
nos editores que, com poucos recursos, continuam neste ramo
que exige
tanto de nós e que podem não estar conosco em breve.
Cada
editora e livraria que fechar suas portas fechará múltiplas
outras em
nossa vida intelectual e afetiva.
Presentear
com livros hoje representa não só a valorização de um
instrumento
fundamental da sociedade para lutar por um mundo mais
justo
como a sobrevivência de um pequeno editor ou o emprego de um bom
funcionário
em uma editora de porte maior: representa uma grande ajuda
à
continuidade de muitas livrarias e um pequeno ato de amor a quem
tanto nos
deu, desde cedo: o livro.
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