Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

INJUSTIÇA, GERDAU NÃO SER MINISTRO DA FAZENDA. “NUNCA SE ROUBOU TANTO NO BRASIL”.  SUIÇA: “DINHEIRO QUE CHEGA DO BRASIL É DA CORRUPÇÃO”. MINISTRO DA FAZENDA APARECE DO NADA. “TOMAREI POSSE EM 2015”.

HELIO FERNANDES
28.11.14

Alemão de nascimento, brasileiro por vontade, convicção e oportunidade, tem frase histórica ao julgar recursos da lava-jato: “Nunca se roubou tanto no Brasil”. Rigorosamente verdadeiro, é ótimo ou excelente que tenha sido pronunciado por um magistrado.

Seu nome é Felix Fischer, já esteve para ser Ministro do Supremo, quando presidia o STJ. Não explicaram a razão do veto, que não o atingiu. Membros do Ministério Público estão na Suíça para reaver algum dinheiro roubado pela quadrilha, que sem armas, assaltou a Petrobras, que fica em pleno centro da cidade. Teoricamente vão trabalhar para reaver míseros 27 milhões de dólares. Mas efetivamente têm que ter como objetivo a frase de Felix Fischer, a de maior sofrimento e mais lancinante da história do Brasil. E lutar para trazer para o Brasil, de volta, bilhões e bilhões.

Não custa lembrar: há 20 dias, quando nem se falava na viagem desses Procuradores, transcrevi a conversa com um advogado brasileiro que trabalhou e mora na Suíça. De férias no Brasil, antiga e insuperável fonte do repórter, em contou coisas assombrosas, que não guardei em casa.

Repetindo apenas uma frase: “Helio, os bancos da Suíça, poderosos ou sem poder, estão assustados. Pesquisas mostram que 90 por cento do dinheiro brasileiro que chega lá, é proveniente da corrupção”. Dizer mais o quê?

Agora, só um ponto interessa: que corruptos e corruptores sejam punidos igualmente. Se todo esse compreensível estardalhaço acabar em silêncio, o país terá sido enganado. Já tentam desmoralizar o Juiz Moro, exaltar os ladrões de tão altas fortunas.

Por que Gerdau não é Ministro da Fazenda?

Esse é um dos mistérios não confundir com ministério. Tem todas as credenciais entre aspas para ocupar o cargo. Frequenta o Planalto, os mais íntimos dizem: “que é sempre ouvido pela Presidente”. A quem chama subservientemente de presidenta. (não é errado mas é incompreensível que todos, no Planalto, usem o A no final).

No escândalo de Pasadena, cujo sucesso abriu as portas para o assalto da quadrilha que tomou conta da empresa. Era membro do Conselho chefiado por Dona Dilma. Ela fez aquela afirmação “estrambolica”, “só assinei porque não tinha informação e o relatório era falho”.

Gerdau mudou duas vezes de rumo. Na primeira, “o Conselho não aprovou a compra”, na segunda uma reviravolta de 180 graus, confessou que aprovaram, Não foi chamado para depor em lugar algum, quem teria coragem, de chama-lo e interroga-lo?

Impune, intocado, inatingível e inatingido, fez vestibular para Ministro da Fazenda: “Se os empreiteiros forem punidos, o país vai parar, não haverá investimento". Dona Dilma não percebeu, aceitou a imposição de Levy, agora vetado pelos mesmos que descobriram e impuseram.

Deve tonar posse hoje ou amanhã, com ela a palavra mais certa, segura e garantida, é talvez. E para Levy esse TALVEZ pode ser usado de forma repetida.

Em relação á posse e ao tempo de permanência no cargo. Esse “factotum” de Arminio Fraga ou Henrique Meirelles, já entra em circulação com o prazo de validade vencido.

O pior agronegócio.

Quem indicou Dona Katia para a Agricultura? Se não fosse reconhecidamente reacionária, retrogada, representante já acusada de usar trabalho escravo das suas fazendas, poderia repetir ou copiar Gilberto Kassab.

Quando fundou se partido (que lhe deu  menos de cinco por cento para senador em SP), afirmou:  ”Não sou de esquerda, de centro ou de direita”.

Se for preso algum dia, (da mesma forma que Dona Katia) vai precisar de uma cela redonda. Sem representativa da sua confessada ausência de ideologia ou convicção.

Vários países preocupados com a lavagem de dinheiro do Brasil.

Desde 2010 a Suíça não remunera mais o dinheiro das contas numeradas. Usa esse dinheiro, investe, obtém lucros e entrega obras aos cidadãos, sem pagar coisa alguma a esse dinheiro, que pesquisas mostram que é roubado. 50 por cento dos “donos desses recursos”, aceitam a nova ordem. Qual a razão? A segurança que é total na Suíça.

Outros 50 por cento não concordaram, levaram o dinheiro para lugares que são reconhecidos como países, chamados sempre de “paraísos fiscais”. Ladrões e alem disso querem lucros, apesar da segurança ser muito mais precária.

Agora, até esses “receptadores” de roubo de empresas públicas, dão sinais de inquietação. A Holanda, (que é “paraíso fiscal”) um país de verdade que aceita depósitos estrangeiros, está mudando de comportamento.

E até já comunicou a Dona Graça, “funcionários da Petrobras, recebem propina de empresas corruptas". Conclusão: esse assalto á Petrobras vai provocar modificações nas remessas e nas aceitações de dinheiro roubado. Abre-se excelente expectativa. Os ladrões não poderão ficar com o dinheiro no Brasil e terão cada vez maiores dificuldades para aloja-los no exterior.

O dólar nosso de cada dia.

Exatamente há 15 dias, o dólar ultrapassou a "casa" de 2,60, chegou 2,61. Logo a Moodys veio a público: "Sua próxima ascensão será a 2,80". Economistas e arrogantes consultores começaram a falar em três reais.

Imediatamente escrevi, é facílimo verificar: "No momento não irá a 2,80 e muito menos a três reais. E pode vir a 2,50". Anteontem às 13:59 chegou a esses 2,50. Não tenho equipe, escritórios suntuosos, contatos fascinantes. Apenas conhecimento e total desinteresse.

Os "novos", "futuros" e "indecisos" ministros.

Aparecerem inesperadamente numa entrevista coletiva, que não foi nem entrevista nem coletiva. Os jornalistas não sabiam o que perguntar, todos queriam saber a mesma coisa. Na mesa estavam três personagens, mas Tombini ficou o tempo todo calado, não abriu a boca.

Arminio Fraga, perdão Joaquim Levy, começou naufragando: "desculpem, fui apanhado de surpresa, não trouxa o receituário". (Há mais de 15 dias no noticiário, e surpreendido? E falando em "receituário", é economista ou médico?)

Como a pergunta era frequente e recorrente, todo queriam saber que autonomia tinham para exercer os cargos? Henrique Meirelles, perdão, Joaquim Levy, não respondeu nada, Nelson Barbosa, sem constrangimento, afirmou: "Estou aqui para dar os parabéns ao novo Ministro da Fazenda".

Levy, aí como ele mesmo, não sabia nada. Chamou Tombini de "ministro". Em relação á data da posse de Dona Dilma; perguntou publicamente: "A presidente toma posse em janeiro?". Nelson Barbosa confirmou, "dia primeiro". E tudo terminou não havia quem perguntasse e os dois que estavam na mesa (Tombini não conta, nem olhava para os outros) já haviam deixado claro que não tinham mais nada para responder.

Os jornalistas incrédulos, também não estavam preparados. Quando Levy disse: "tomaremos posse com a presidente Dilma", podiam e deviam ter perguntado: " por que não agora?". Ou então: "E nesses 35 dias até primeiro de Janeiro, os senhores farão o quê?".Joaquim Levy não podia deixar de mostrar sua genialidade. Perguntaram sobre o tamanho do déficit primário e do que se deve ser economizado, respondeu quase se levantando: "Tem que ter o tamanho da realidade". Não apenas genial, mas também magistral.

(Isso aconteceu ontem, quinta feira, entre as 17 e 18 horas. Brasília está ás gargalhadas, círculos econômicos, grandes consultores, o Brasil todo. E não demora o mundo vai se pronunciar sobre o assunto. Uma tremenda crise econômica, e ministros surgindo do nada para afirmarem: "Dentro de 35 dias começaremos a trabalhar”. E Dona Dilma estará rindo também, ou achando que eles sairão do sério?)

PS- É mais fácil este repórter viver mais quatro anos, chegar aos 97, em 2018. Do que o governo de Dona Dilma resistir outros quatro anos, também até 2018.

PS2- Se ela resistir, o povo não resiste. Está ameaçada pelo próprio passado, o fracasso na economia, na administração, na omissão diante da corrupção, não sabia de nada.

PS3- Este repórter ha três anos e meio, foi atropelado violentamente por uma bicicleta que me jogou quase dentro da Lagoa.

PS4- E a seguir, no mesmo período, fui atingido profundamente pela morte de filhos, irmão, minha mulher. Triste, saudoso da ausência.

PS5- Se não fosse a traição do destino, estaria mais impávido e altaneiro do que o vazio da vida e da proteção de Dona Dilma, aos corruptos e corruptores.

PS6- Está bem não foi proteção e sim silêncio e omissão. Qual a diferença?


*Essa coluna não publicou matéria (ontem dia 27) devido problemas técnicos.

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