Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

*Blog do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

A COMISSÃO DA VERDADE VAI ACABAR COM A ANISTIA PARA GENERAIS. DELAÇÃO PREMIADA, IMPEDE A NOMEAÇÃO DE MINISTROS.

HELIO FERNANDES
07.11.14

Dona Dilma abusa da arrogância e da fanfarronice. Seu linguajar é dominado pelo lugar comum. Isso faz parte da sua formação, é ela mesma, sempre. O lugar comum é uma atração para os tipos com a sua formação. Na questão dos escândalos da Petrobras, querendo dar a impressão de que não sabia de nada, deu entrevista coletiva, deformando os fatos.

Textual: “Isso é terrorismo eleitoral, como praticaram na campanha eleitoral. Mas já é hora de descer dos palanques, Perderam e nós ganhamos”.

A seguir, fingindo que não se omite e nem se acumplicia: “Vou apurar tudo e punir, doa a quem doer”. E como ainda tinha muito lugar comum á disposição, disparou: “Não ficara pedra sobre pedra”. Na economia também?

Os depoimentos do ex-diretor da Petrobras e do doleiro Yussef, não têm que ser entregues a parlamentares, individualmente ou ao Congresso, como um todo. Os maiores acusados, citados, suspeitados, com provas fortíssimas, estão no Legislativo e no Executivo.

Vai passar ainda algum tempo, mas essas denuncias não prescrevem de jeito algum. Antes mesmo da eleição, eu já dia aqui: “A delação premiada pode até atingir eleitos, proclamados e até empossados”. Por causa disso Dona Dilma não consegue convidar ou revelar publicamente, nomes de ministros. Só no Congresso, no mínimo, no mínimo 52 citados.

Também não consigo saber quem poderá ser o presidente da Petrobras. Dona Graça jamais deveria ter sido e não pode continuar. E jamais em toda a História do Brasil houve um acumulo tão espantoso de corrupção, como o que vem acontecendo na Petrobras desde 2005. Quem escapará desse “morticínio” corrupto?

Dona Dilma não arrisca nomear Ministros, pode estar convidando alguns que em vez de ministros tenha um caminho mais curto com diversas acusações. A presidente disse ontem, em entrevista coletiva: “Vou preencher o ministério, EM PARTES”. Traduzindo: vai esperar a publicação de tudo o foi apurado na delação premiada.

Para presidente da Petrobras, Banco Central e Ministério da fazenda, alem do medo de comprometimento com a corrupção, a dificuldade vem também da competência, isenção e credibilidade dos possíveis ou supostos indicados. Ou melhor, indiciados. Para presidente da Petrobras, esse então é um cargo que deverá ficar vago por muito tempo.

A corrupção no Brasil, assusta bancos da Suíça.

Os maiores bancos desse país estão assustados com a corrupção aqui dentro. Já levantaram depósitos em mais de 50 contas. E chegaram a seguinte conclusão: “Todas essas contas são abertas com dinheiro roubado”. E um advogado importante de lá, me informou e explicou: “há mais ou menos cinco anos, bancos da Suíça não pagam mais juros, oferecem segurança mas sem remuneração”.

E como é brasileiro, mas mora e trabalha em Zurich, estava no Brasil profissionalmente, terminou: “Pelo menos 50 por cento dos que tinham contas na Suíça, não aceitaram ficar sem juros, mudaram para as Ilhas paraísos fiscais. Continuam recebendo juros mas perderam a segurança. Outros 50 por cento ficaram nos bancos suíços, com toda a garantia”.

Juros caem no mundo, sobem no Brasil.

No Japão, foi confirmada a taxa de, 019. EUA, ZERO ou 0,25. Grã-Bretanha, 0,50. Na Europa, 0,05, nada. No Brasil, 11,25 e economistas até mesmo do governo: “Em 2015 pode chegar a 12”.

Todos os países que têm juros praticamente inexistentes, também apresentam inflação baixíssima. No governo Dilma, a alta de juros tinha um objetivo confessado “Segurar a inflação”, não conseguiram.

Agora “vozes” oficiais mudam o som, dizem: “A alta dos juros, agora é para dificultar a alta do dólar”. Só que este continua subindo. Ontem foi a 2,57 alta expressiva.

Há muito luto pelo fim da anistia ampla, geral, irrestrita.

A Comissão da Verdade vai terminar seus trabalhos de forma brilhante: pede o fim da “anistia”, criada, imposta e aproveitada pelos generais, que se “inocentaram”. Escrevi sempre contra essa decisão unilateral, que foi transformada em lei, sem consulta a ninguém do lado dos resistentes.

Em 1979, quando implantaram esse absurdo, entrei na Justiça com processo contra Geisel e contra Médici, n-o-m-i-n-a-l-m-e-n-t-e. Pretendia que em matéria de punição aos torturadores, ficássemos comparados á Argentina, onde quase todos morreram na prisão.

Quando o Plenário do Supremo, levianamente, referendou essa “anistia”, critiquei o Supremo.

Agora, todos os torturadores que “mancharam as mãos com sangue” ou deram ordens de longe, serão responsabilizados.

Haja o que houver, haverá um efeito moralizador. Se não obtiver resultados para o passado, pelo menos assustará aqueles cidadãos fardados, que insistem em punir, prender e torturar cidadãos civis.

PS- Com sua tática rombuda e sua estratégia capenga, Luxemburgo derrotou o Flamengo. Tendo ganho do Atlético no Rio por 2 a 0 e ia vencendo em Minas por 1 a 0, achou que o adversário não faria os quatro gols necessários apara a classificação.

PS2- Com essa convicção e apesar dos 200 anos à beira do gramado desrespeitou o mais antigo lugar comum do futebol: "A melhor defesa é o ataque". Foi recuando, entregou todo o território para o Atlético.

PS3- Faltando 5 minutos para acabar o primeiro tempo, o Atlético fez um gol, empatou o jogo, ficavam faltando três. Luxemburgo não mudou nada para o segundo tempo, cada vez recuava mais. Aos 11, 35 e 39, vieram os três gols Faltavam 6 minutos do tempo normal e cinco dos acréscimos, Luxemburgo colocou o time em campo.

PS4- Foi um segundo tempo sensacional o melhor do ano. E esses 11 minutos,  pressão total do Flamengo jogou até o fim, na área do Atlético, precisava de 1 gol, quase conseguiu. Se tivesse jogado assim, antes não sofreria os quatro gols. E talvez ganhasse o jogo.

PS5- O desastre completo para Luxemburgo surgiu na entrevista obrigatória depois do jogo. Disse textualmente: "Nosso objetivo, ao assumir o Flamengo era fugir da confusão do rebaixamento. Conseguimos".


PS6- E para terminar, destroçado, acabrunhado, desesperado: "essa final da Copa do Brasil seria um bônus que não esperávamos".

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